31 de dezembro de 2018

ANO NOVO

Sei que, naturalmente, o Novo Ano que acaba de nos chegar, não vai ser, para todos, um Bom Ano, o que não é razão para que não deseje, para todos, um Bom Ano 2019. Assim, para todos:

                          BOM E PRÓSPERO ANO 2019

30 de outubro de 2018

Pobre Brasil!

Escolha feita! O eleitorado brasileiro, a maioria do que votou e todos os que se abstiveram, com o pretexto de lutarem contra a corrupção, em eleições pretensamente democráticas, deu, deram, a vitória ao candidato que recusou o debate com o seu adversário, o candidato radical da extrema-direita, bem apoiado em fake news, declaradamente xenófobo e racista, adepto da pena de morte, o candidato Balsonaro. Pobre Brasil!

12 de outubro de 2018

O Brasil está na berra

     A minha avó materna, segundo me consta, não tenho certezas, era brasileira, chamava-se Anália, e fumava cigarrilhas. Quando eu nasci já ela era duplamente viúva, de um brasileiro, o primeiro, e de um português, o segundo, o meu avô. Muito pouco convivemos, eu e ela. Durante a minha infância e juventude, muitas vezes a Morte visitou a minha família, encarniçadamente. Pai, mãe, avós, tias, tios. Talvez por isso, em compensação, esteja ela, hipócrita  e velhaca, a deixar-me viver, já lá vão noventa anos. Talvez, sei lá, mas sem nunca lhe perdoar  a maldade e o cinismo. Perdoem-me antes. a mim, a fantasia do que estou a fantasiar.
     Da minha biblioteca, vasta, mais de três mil livros, dois dos escritores meus preferidos, são brasileiros, o Jorge Amado e o Graciliano Ramos. Tinha dezoito anos, acabara de ler, com gosto, Erico Veríssimo, "Clarissa", "Um lugar ao sol",quando me veio parar às mãos, "Terras do sem fim", de Jorge Amado. Que emoção! Que exaltação! Mas era o único que, na altura, estava editado, porque os livros de Jorge Amado não eram bem vistos em Portugal. No entanto, ávido, por portas travessas, por este e por aquele, lá os fui obtendo e lendo, à condição, apenas algumas horas, uma noite, vá-lá, até ao raiar do dia, sem falta, a procura é muita, têm de circular, edições brasileiras, por cá proibidas. Hoje, tenho treze deles, entre os quais, "Capitães da areia", "O cavaleiro da esperança", "São Jorge dos Ilhéus", "Subterrâneos da liberdade", "Gabriela, cravo e canela". E depois do Erico e do George, por influência deles, o Machado de Assis, O Euclydes da Cunha, o Lins do Rego, o Guimarães Rosa, o Graciliano Ramos com o imperdível, inesquecível, "Memórias do cárcere", e, mais tarde, o Nasser Radum, o Ubaldo Ribeiro, e até o Rubem Fonseca. 
     Tive dois grandes amigos brasileiros, ambos de S.Paulo, ou melhor dizendo, uma, a Cremilda Medina, e um, o Hermano Penna. Ela, jornalista, ele cineasta, realizador do "Sargento Getúlio", protagonizado por Lima Duarte, o célebre Zeca Diabo, da série televisiva. Conheci-os na Rússia,, em 1983, durante o Festival Internacional de Cinema de Moscovo, que decorreu em Julho desse ano. O conhecimento com Lima Duarte não foi muito além de uma amável e breve apresentação, mas com Cremilda e Hermano, logo houve interesse, simpatia, empatia, ele se foi tornando numa amizade forte, sincera, íntima. Mantivemo-la depois, por correspondência e também pessoal, quando um ou outro, uma, duas vezes, por isto e por aquilo, vieram a Portugal. Até quando durou? Não sei, com mágoa o digo! Que será feito deles? Do Hermano conservo dois postais ilustrados, com prosa amiga e saudosa, e um livro, "Macunaíma", onde escreveu: Para a Helena e Manuel  com a certeza que nossos encontros sempre serão alegria e carinho. De Cremilda, duas cartas, calorosas, comoventes, duma franqueza, dum sentimento, que me ultrapassaram e algo me preocuparam, falando de si e de mim, de nós, do seu trabalho jornalístico, conflituoso, do seu povo, tão sofredor, do Brasil, tão frágil, tão dependente, tão à deriva.
     Recordando o que tenho estado a recordar, e que tantas vezes recordo, pergunto-me o que sempre a mim próprio perguntei e pergunto, quando recordo o que tenho estado a recordar: Porque é que nunca me dispus a  visitar o Brasil? Porquê a relutância e recusa sempre instintivamente sentidas? Não o sei dizer, com toda a franqueza o digo.
     Sim, não esqueci o título que dei a este texto: o Brasil está na berra. Só que, infelizmente, por más razões, e por isso a chamada de atenção. Então, não é que o povo brasileiro está à beira de eleger um fascista para chefiar o país, e é quase certo que o vai fazer. Como é possível?     
     

9 de outubro de 2018

Ai, o Brasil!

Sim, ai o Brasil, mas o mais grave e preocupante é que não é só Brasil, embora seja ele que nos tem andado agora a assustar. Todos os dias os leio e os ouço, todos os dias nos leio e nos ouço, todos os dias pergunto a mim próprio se a História, que dizem, nunca se repete, vai mesmo repetir-se. É certo que gritámos e bem alto, fascismo nunca mais, mas será que nos calámos cedo demais? Alerta! Alerta! 

26 de junho de 2018

Do futebol - II

Sim, vou seguir a selecção até à final, se ela lá chegar, e eu também. Orientada pelo incontestável saber e entranhada fé cristã, católica apostólica, do seleccionador Fernando Santos, a rapaziada lá se conseguiu desenvencilhar da muito combativa e emotiva equipa do Irão, do ressabiado e ressentido Carlos Queiroz, com o benefício de uma espectacular trivela do Quaresma, e apesar do Ronaldo, o nosso melhor futebolista avançado do mundo, ter borrado a pintura da sua endeusada reputação, ao falhar uma grande penalidade e, desabrido, ter "acariciado" um adversário.
Embora se finja que sim, ninguém perdoa o falhanço de um penalty. Ai se o Irão tivesse aproveitado as duas grandes oportunidade de golo que teve na parte final do jogo!
Seja como for, estamos nos oitavos-de-final, e vamos defrontar o Uruguai. Não é bom, não é mau, é apenas mais um obstáculo. Que a rapaziada atrapalhe com firmeza, genica, vontade e atenção, os intrometidos,  os não deixe por o pé em ramo verde, e o Ronaldo faça o que ninguém melhor do que ele sabe fazer. E lá vamos nós...

24 de junho de 2018

De "Ponte Europa"

Do blogue citado em título, leia-se o oportuno e justo artigo de Carlos Esperança, O VALE DOS CAÍDOS E A ESPANHA FRANQUISTA. Chamar a atenção para ele, para a sua leitura, é o melhor comentário que lhe posso fazer.

20 de junho de 2018

Do futebol

Rendo-me! Quem sou eu para não o aceitar? Pois, então, também eu vou falar de futebol. Para dizer o quê? Que por este andar ainda vamos ser campeões do mundo, depois de termos sido, e sermos, campeões da Europa. Não, propriamente, por sermos os melhores, mas por termos uma rapaziada que está sempre no caminho da bola a atrapalhar o adversário, a não o deixar concretizar, e, principalmente, por termos o melhor avançado futebolista oportunista do mundo, o Ronaldo. Foi assim que empatamos com a Espanha, e até podíamos ter ganho, e foi assim, milagrosamente, que ganhámos a Marrocos. Ai, se eles tivessem um Ronaldo. Ronaldo não é o melhor futebolista do mundo, é, sim, o melhor avançado do mundo, se o critério de escolha for o número e a qualidade dos golos marcados. A excepcional qualidade de Ronaldo é a de concretizar, quase a cem por cento, as oportunidades de golo que ele próprio conquista ou os colegas lhe oferecem. Hoje, foi assim, a oportunidade surgiu aos 4 minutos de jogo e ele não perdoou. Portanto, repito, por este andar, com dez , garbosamente, a atrapalhar e um, oportunamente, a marcar, ainda vamos ser campeões do mundo de futebol.

25 de maio de 2018

De Campo d'Ourique - II

Quem espera sempre alcança. A resposta sempre veio, e rápida, talvez estimulada pelo facebook, presumo. Não do senhor Presidente da Junta, que, e bem, terá muito mais em que pensar, mas, e, também, bem, da pessoa responsável pela Biblioteca, presumi, e presumo, eu.
Transcrevo o que se passou:

CARTA:
Assunto: Doação de livros para a Biblioteca/Espaço Cultural Cinema Euro
Exm.o Senhor ...
na sequência das cartas por si enviadas declarando o seu intuito de doar livros à Biblioteca... vimos por este meio agradecer desde já a sua disponibilidade e pedir que nos forneça o seu contacto telefónico por forma a combinar a execução da mesma.
Em alternativa poderá contactar-nos através do seguinte telefonema .... ou email....
Com os melhores cumprimentos.
 
E-MAIL (meu):
Assunto: Biblioteca
Acuso e agradeço a carta enviada sobre o assunto em questão, e, no seu seguimento desde já envio os meus contactos telefónicos: ......... e o meu email......
Cumprimentos.

TELEFONEMA de alguém dos serviços da Biblioteca perguntando-me, sem mais, e apenas, quantos livros ia oferecer.

PERGUNTO-ME, consternado: Então, nem se considerou uma pequena reunião para tratar, combinar, falar sobre o assunto?

E-MAIL (meu):
O telefonema recebido, não vosso, mas dos vossos serviços, foi, a meu ver, a confirmação do pouco ou nenhum interesse em que sempre foi e está a ser considerado o meu propósito de oferecer livros da minha biblioteca particular à chamada Biblioteca/Espaço Cultural Cinema Europa. Assim sendo, com alguma consternação o digo, venho pelo presente informar que desisto desse meu propósito.
Cumprimentos.

ASSUNTO ARRUMADO




22 de maio de 2018

FUTEBOL

Gostaria de ter escrito o artigo de João Pedro Henriques, publicado no Diário de Notícias de hoje, intitulado: "Sim, é o fascismo (não há volta a dar)". Ei-lo:

O que está em causa é político porque a forma como o homem assenta o seu poder naquele clube está há muitos anos escrita na história, teorizada de alto a baixo, diagnosticada, com provas dadas e milhões de mortos no caminho. Chama-se fascismo. Não tem outro nome: fascismo. Porque não se trata apenas de uma forma autoritária de exercer o poder. É uma forma autoritária de exercer o poder que alcança usando as regras da democracia, operando dentro dessas regras - e com o único propósito de as subverter, para não dizer arrasar. Esse é o mecanismo do fascismo. E faz isso falando ao coração de uma ralé violenta, multiplicando discursos de exploração da inveja social dessa ralé, fazendo de tudo uma permanente luta de classes. Dando a essa vasta massa, até agora inorgânica, a ilusão de que são eles que mandam, penalizando a seu bel-prazer os que na organização falham - ou seja, conferindo-lhes afinal um poder que acaba por ser bastante orgânico, portanto instrumentalizável (em favor do chefe), articulável, intimidatório. Um poder que, ainda por cima, tem outra virtualidade (do ponto de vista do interesse do líder): afastar para as periferias os que internamente se indignam mas que ao mesmo tempo pensam que isso não merece o seu máximo empenhamento porque afinal isto "é só futebol". Não, não é só futebol.
Ou melhor: é futebol, mas como terreno propício para que outras coisas bem mais vastas germinem, quiçá se transformem em votos, quiçá escolhendo políticos e quiçá começando também a ameaçar directamente os outros políticos concorrentes (ou do próprio partido que teimem em não ser reverentes ao chefe).
É certo que à credibilidade da organização de que falamos não ajuda o facto de o debate estar polarizado entre um chefe alucinado e dois banqueiros que quase só aparecerem nos jornais nas páginas de assuntos criminais. Mas entre uns e outros haverá pessoas sérias, e são essas que devem avançar. Percebam: é muito mais do que um clube que está em causa.
PS - Morreu António Arnaut. Não foi só o pai do SNS em 1978--79. Foi alguém que em 1973 ajudou muito Mário Soares a criar o PS e alguém que se manteve desde o início bastante bem informado sobre as movimentações dos militares que depois fariam Abril. E foi mais: um político como já há poucos, que não só deixou obra como o fez não ficando no fim nem mais rico nem mais pobre do que era antes da política. Tristes os tempos em que começamos a achar que homens assim são de exceção. Não deviam ser".

20 de maio de 2018

DE CAMPO D'OURIQUE


 
          Campo d’Ourique, bairro onde nasci e sempre vivi, e vivo, tem, finalmente, uma Biblioteca Municipal, inaugurada já o ano passado, em Abril de 2017, no Dia Mundial do Livro.
            Ei-la, no espaço do velho e saudoso cinema Europa, rival do velho e saudoso cinema Paris, da freguesia irmã. a Estrela, este fechado e reduzido a uma vergonhosa degradação. Ambos, por assim dizer, ao pé da porta, é, sim, com saudade, que os recordam os meus preguiçosos 89 anos. Dois cinemas, de reprise, que, diariamente, em duas sessões, uma à tarde e outra à noite, exibiam dois filmes em cada uma delas, não os mesmos, evidentemente.
        Pois, voltando à Biblioteca, recordo que ao saber da iniciativa, muito antes, pois, da  inauguração, veio-me o propósito de oferecer à dita, muitos dos meus livros, tendo disso dado conta ao Presidente da Junta de Freguesia, através de duas cartas, a primeira a 29 de Dezembro de 2015, em que me apresentava e o informava da minha intenção, a segunda, de insistência, face ao silêncio, em 29 de Janeiro de 2016, e, posteriormente, através de um e-mail, a informar a Junta da minha oferta. E terá sido, presumo eu, esse e-mail, a provocar, então, a breve carta-resposta de 23 de Fevereiro, nada consentânea com o teor das duas que eu enviara, na qual o Presidente da Junta se limitava a  agradecer a proposta, informando, que apenas gostaria de considerar a oferta um pouco antes da abertura da Biblioteca, aliás, do Centro Cultural de que ela faria parte.
           Já não foi grande a surpresa, mas a verdade é que nunca cheguei a ser contactado, nem antes nem depois da inauguração. Naturalmente, lamentei-o, pois considerava, como considero, que, por pouco que fosse, alguns dos livros da minha biblioteca, a escolher, poderiam valorizar, reforçar, a Biblioteca Municipal.
          Sim, tenho uma biblioteca, toda ela espalhada pela casa onde habito, dado não haver um só compartimento com capacidade para albergar todos os livros que a compõem. Sim são demasiados (cerca de 3.000), mas como resistir à vontade de os ter, para, além de os ler, voltar a ler, e tornar a ler? Gosto de livros, sempre gostei, mas além de os ler,  gosto também de os ver e ter, à vista e à mão, para os recordar, consultar, manusear. Adiante!
          Enfim, já algo desmotivado, desinteressado face ao desinteresse com que a minha proposta estava a ser recebida, mas por descargo de consciência e alguma curiosidade, no dia 19 de Abril do ano em curso, enviei uma terceira carta ao Presidente da Junta, relembrando-lhe o assunto, pondo-me à disposição. E fiquei à espera!
             E cá estou à espera!

13 de maio de 2018

O FESTIVAL

Eis a mensagem que a minha neta Beatriz enviou à avó, e que o avô também leu e concordou, sobre o Festival da Eurovisão: "Até fico triste saber que a cultura musical da Europa em geral é apoiante de uma porcaria tão grande. Uma israelita, não europeia, vestida de japonesa, com gatos chineses e maquilhagem russa, a fazer barulho que nem uma gata no cio e a dançar que nem uma galinha, com dançarinas vestidas para o espaço. Pena que as mulheres de Israel não dêem uma sova a esta mulher por estar a dar a entender que as mulheres israelitas são todas ridículas a este ponto."
Foi uma reacção a quente, mas na minha opinião correcta, embora eu não seja espectador habitual de tais eventos, nem grande apreciador deste tipo de música.

8 de maio de 2018

O CASO, ainda

Já depois de ter escrito o meu comentário de ontem, tive ocasião de ler, na íntegra, o artigo, surpreendente, da jornalista Câncio, "A tragédia de Sócrates". Não vou comentá-lo, não tenho que o fazer, aliás, não tenho motivo nem saber para tal. Mas a estranheza, a surpresa, a curiosidade, impele-me a questionar. Porquê, só agora, e agora, passado tanto tempo, anos, a divulgação de tais considerandos, ligados a um CASO, que, quase diariamente, tem estado na ordem do dia? Porquê, só agora, e agora, a denúncia, que é também, (como não?), uma confissão. um pedido de desculpa? Arrependimento, remorso? De quê? Receio, medo? De quem? Mistério!

7 de maio de 2018

O CASO

Estou espantado, ainda me conseguem espantar, notícias, acontecimentos, atitudes, falas, silêncios, passados tantos anos. Penso para mim próprio, sempre haverá bruxas? Interrogo-me, é ou não de acreditar na teoria da conspiração? Adiante!
Como é de prever, o assunto é. como eu lhe chamo "O caso Sócrates". Depois das surpreendentes, e, cautelosamente preventivas, declarações dos dirigentes socialistas, Costa, César, Galamba, Medina, etc., e das várias opiniões críticas, de diferentes humores, que a elas se seguiram, como as de Vicente Jorge Silva (Sócrates e o preço da cegueira política) ou de Rui Tavares (O anti-Sócrates), vêm agora as denúncias da jornalista Fernanda Câncio, ex-namorada de Sócrates,(A tragédia de Sócrates: mentiu, mentiu e tornou a mentir), e a inesperada, ou talvez não, reacção de Carlos Abreu Amorim, deputado do PSD, a tais denúncias (a inesperada desfaçatez dela).
Isto vai ficar por aqui? Certamente que não, e vai aquecer. Porque algo ou alguém os incomoda, porque algo ou alguém os assusta, porque algo ou alguém os amedronta.

5 de maio de 2018

A propósito

Cidadão de esquerda, votante e apoiante, solidário, da esquerda política, nunca fui, nem virei já a ser, militante partidário. Nunca me dispus a dar o passo. Feitios.  Os anos foram passando e hoje sou apenas um eleitor, conformado, do socialismo democrático. Conformado e, algumas vezes, desiludido, como na hora presente. Porquê? Devido à reviravolta de atitude da Direcção do PS face, chamemos-lhe assim, ao "Caso Sócrates". Depois de cinco anos de um silêncio sepulcral sobre o controverso Processo  Marquês, sobre tudo o quanto à sua volta tem acontecido, vêm agora alguns dos seus principais dirigentes, com destaque para Carlos César, líder da bancada socialista na AR, fazer declarações que provocaram uma imediata, responsável e digna resposta de José Sócrates, ex-secretário geral do PS e ex-primeiro ministro, desfiliando-se do partido, e deram origem ao júbilo da direita política, justiceira e jornalística, que bem se tem aproveitado do acontecido.                    Se há alguma vergonha a ter é a da atitude destrambelhada da Direcção do PS. Exemplo: "António Costa acaba de declarar que foi apanhado de surpresa pelas declarações de César".  

1 de maio de 2018

Viva o mês de Maio!

Depois de Abril, do seu dia 25, daquele em que Portugal, em 1974, repudiou a ditadura e se libertou do fascismo, nunca o esqueçamos, eis Maio e o seu dia 1, aquele em que se comemora o Dia do Trabalhador. E como eu recordo, e como tantos, como eu, recordarão, o exaltante primeiro 1º de Maio em liberdade, de 1974, com o céu azul, o sol a brilhar, e todos juntos a gritarmos: Fascismo nunca mais! O povo unido jamais será vencido!
Mas, para além do que acabo de recordar, o mês de Maio traz-nos, a mim e à Helena, alegrias que nos levam a considerá-lo um mês mágico, a saber: no dia 1 de Maio de 1959, nasceu-nos o filho Manuel José, ele faz hoje 59 anos; no dia 11 de Maio de 1996, nasceu-nos a neta Beatriz; no dia 15 de Maio de 1964, nasceu-nos a filha Maria Teresa.
Digam-me lá, então, se não devemos gritar: Viva Maio!   

25 de abril de 2018

25 de Abril, sempre

Desculpem-me a insistência, mas o tema é tão impositivo e importante, não só para mim como para todos, que não consigo abandoná-lo sem um alerta. Não basta gritarmos: "25 de Abril, sempre", só no dia 25 de Abril, é imperioso que todos os dias sejam, para nós o, "25 de Abril, sempre". Sim, vencemos o fascismo, mas não eliminámos o fascismo. O fascismo é como a peste, se lhe virarmos as costas, ele retorna. Atentemos nos sinais inquietantes que nos chegam desse mundo a que pertencemos, de que não estamos imunes, e cuidemo-nos, ou o futuro poderá não ser nada risonho.

25 de Abril, sempre

Vivi 46 anos num país subjugado pelo fascismo: Portugal. Não o mais feroz, certo, mas não o menos negativo, o menos odioso, o menos falso. Vivo , agora, e desde há 43 anos, num país democrático: Portugal. A reviravolta deu-se no dia 25 de Abril de 1974 após uma revolução que, para espanto do mundo, foi, bem se pode afirmar, pacífica. O povo, unindo-se à volta das suas forças armadas venceu o fascismo, para nunca mais: 25 de Abril, sempre.
 

24 de abril de 2018

25 de Abril, sempre

Ainda não é o meu regresso, nem sei se tal ainda virá a acontecer, mas o que eu não podia era deixar de estar presente, deixar de prestar homenagem a este dia glorioso, deixar de gritar bem alto:

                                                           25 de Abril, sempre

17 de fevereiro de 2018

DÚVIDAS

As dúvidas são minhas, naturalmente, e nasceram ao ler o artigo de Rui Tavares, intitulado Elegia por Hugo Soares, saído no jornal Público do passado dia 16. Rui Tavares, historiador, fundador do Livre, é cronista quinzenal do jornal e, na minha opinião, desde já o digo, os seus artigos, sempre pertinentes, são merecedores de atenta e boa leitura, mesmo quando a concordância não seja total.
No artigo a que me refiro, Rui Tavares estranha o acontecido no PSD com o líder parlamentar e discorda com o que se passa na Assembleia da República com a contagem de votos.
A estranheza é com o facto da mudança do líder partidário ter implicado, segundo ele, a mudança automática do líder parlamentar, escolhido há poucos meses pelos deputados, e com o facto de muita gente (não toda, certamente, como escreveu) achar normal e natural que tal acontecesse. Rui Tavares entende que é o grupo parlamentar que deve estar à disposição dos deputados e que é o partido que deve estar à disposição do grupo parlamentar, não o contrário. Mas, na verdade, a mudança não foi automática, não há nenhuma norma a impô-la, e Hugo Soares só se demitiu, por sua iniciativa, depois de ter falado com Rui Rio. E é natural e normal que este preferisse alguém da sua confiança, do seu parecer, da sua maneira de ser e estar, alguém que partilhasse das suas ideias ( segundo julgo Hugo Soares, cuja actuação foi tudo menos brilhante, votou em Santana Lopes) à frente do grupo parlamentar, não sendo ele sequer deputado. E é discutível que seja, taxativamente, o partido a estar à disposição do grupo parlamentar.
Segundo Rui Tavares, o que é uma verdade já por ele explicada, em crónicas anteriores, na Assembleia da República, há resoluções e projectos de lei a serem chumbados com uma maioria de votos a favor ou aprovados com uma maioria de votos contra porque os votos dos deputados ausentes são contados creditando-os aos respectivos grupos parlamentares. Rui Tavares discorda da prática e eu também, mas não discordaria (e não sei se tal acontece ou não, e não sei se tal seria viável ou não) se: I - Os deputados faltosos fossem obrigados a justificar, responsavelmente, o motivo ou motivos da sua ausência.  II - Os deputados faltosos fossem obrigados a expressar, antecipadamente ou não, o seu sentido de voto quanto às resoluções e projectos de lei a irem a votos.
Assim já não haveria motivo para reparos. 

12 de fevereiro de 2018

ASSÉDIOS

Embora, não há muito, tenha sido um assunto bastante noticiado, nunca me senti tentado a fazer    qualquer comentário sobre ele. Até que a comunicação social, a TV e os jornais, relatando a ida do escritor Lobo Antunes a Belém, a convite do Presidente da Republica, que o apelidou de génio, para uma conversa com alunos do secundário, deu ênfase ao facto do escritor, durante a dita conversa, sem dúvida relevante, ter confidenciado que, como estudante, fora assediado sexualmente por um seu professor de moral. Evidentemente, que não assisti nem, portanto,  ouvi a palestra e, pelo que li,  pouco ou nada fiquei a saber sobre o episódio, mas a verdade é que a badalada notícia provocou-me a memória e esta, implacável, levou-me à minha juventude, ao meu tempo de estudante do secundário. É que também eu, na altura, fui alvo de assédio, duas vezes, embora ambas de contornos diferentes. Ao fim e ao cabo, mesmo sem genialidade, por que não, também eu. recordá-los e revelá-los?
Era domingo, teria eu 7 ou 8 anos, e vivia com os meus avós paternos. A avó estava adoentada e o avô ainda não tinha regressado duma viagem de trabalho pela província. Uma senhora chamada Virgínia, amiga da avó, que era de Peniche, fazia e vendia rendas de bilros, e estava, temporariamente, em nossa casa, ao sair para ir à missa, era uma convicta beata, convenceu-me a acompanhá-la. Ia ser a minha primeira missa, que não a única, mas desde já digo que, durante toda a minha vida, as vezes que já assisti a uma missa podem bem contar-se pelos dedos de uma mão. Sou cristão porque me baptizaram em bebé, mas não sou religioso, não sou crente, absolutamente. Fomos à Basílica da Estrela, estava cheia, já não havia lugares sentados. Ficámos em pé, eu. dois a três passos atrás da Virgínia. Passado um bocado, enquanto distraído olhava para as movimentações do padre e do sacristão, alguém ao meu lado, um tipo de meia idade, pouco mais alto do que eu, foi-se encostando a mim. Senti a sua mão no braço, nas costas, na coxa, e, de repente, fui apalpado entre as pernas. Sobressaltado, assustado, soltei-me com brusquidão e, sem olhar para o maluco, assim o considerei, fui agarrar-me à Virgínia que, ignorando o que acontecera, pediu-me para estar sossegado porque já não faltava muito. Mantive-me a seu lado até ao fim, sem me voltar. Não lhe contei nada, nem a ela nem, depois, em casa, mas durante alguns dias senti-me inquieto e confuso. Quem era e o que queria aquela tipo?
Outra vez um domingo, dez anos depois, a avó já falecera, vivia eu só^com o avô. Saí para ir ao futebol, ao Benfica, que jogava em casa, na chamada "estância da madeira", no Campo Grande, perto do campo do Sporting. Fui apanhar o carro eléctrico à Avenida que já vinha apinhado. Quem me pôs lá
dentro, ou melhor, nos pôs, foi uma mulher ainda nova, dos seus trinta anos, resoluta, descarada, sem cerimónias, que apareceu apressada atrás de mim. Acomodámo-nos a um canto da plataforma traseira
por onde, então, se entrava. Agradeci-lhe a ajuda e ela piscou-me o olho. Sentia-lhe o corpo bem junto ao meu e não ousava mexer-me, mas ela chegava-se sem pudor e as suas mãos começaram a explorar-me. Descontraí, ajeite-me e entreguei-me às ditas, fingindo não ver, envergonhado, alguns sorrisos à minha volta. Foi uma viagem para esquecer, que não esqueci. Ela saiu uma paragem antes do
Campo Grande, com um sorriso provocador e convidativo. Desconcertado, apatetado, deixei-a ir. Ao sair, na paragem seguinte, olhei à volta, mas já era tarde. E fui para o futebol, recriminando-me pela timidez. 
Há assédios e assédios, naturalmente, mas quem é que nunca foi assediado, quem é que nunca assediou?         

8 de fevereiro de 2018

Uma barbaridade!

Sim, barbaridade, é o mínimo que lhe posso chamar. Não lhe pertenço, nem por ela tenho grande simpatia, mas sejamos justos, não foi propriamente a Igreja, como anuncia o jornal Público, mas um dos seus membros, o cardeal patriarca de Lisboa, que lançou o conselho: católicos recasados, vivam  em abstinência sexual . Ou seja, casal recasado, vivam como irmãos, de preferência em camas separadas, porque o diabo tece-as. Senhor cardeal, sem dúvida que muitos dos seus iguais, e muitos dos seus apaniguados, muita Igreja, estará consigo, mas e Deus? Será que Deus, se existisse, o elogiaria? Problema seu, naturalmente! Mas, senhor cardeal, atenção, o seu conselho tem algo de lesa pátria, de traição à pátria. Porquê? Por que a população portuguesa tem diminuído, há mais falecimentos do que nascimentos, e o conselho aos casais recasados de não acasalarem, de praticarem  abstinência sexual, agrava o problema. Senhor cardeal, cuide-se, porque o M.P., desesperado, anda numa de "caça à multa".   

28 de janeiro de 2018

VILANIA

Sejam quais forem as consequências, Mário Centeno, como Ministro das Finanças de Portugal e Presidente do Eurogrupo, não pode deixar de reagir com indignação e firmeza, inclusive com a sua demissão, face ao vexame que lhe está a infligir o Ministério Público. O que se está a passar sobre este caso é de uma grande irresponsabilidade, se não for pior do que isso.

21 de janeiro de 2018

Recordando

De um livro que escrevi, destinado só a familiares e amigos, mas cuja edição, inexplicavelmente, saiu
truncada e incompleta, pelo que a guardei, transcrevo o seguinte parágrafo:

"O sono amainou, mas não se foi. Deixou-se ficar, sentiu-se só, e logo apreensivo. O habitual. Ela afastava-se e ele ficava em pulgas. Sempre fora assim, era sempre assim, assim seria sempre. Mas não só com ela, também com os filhos, e agora também com os netos. Mas esses, filhos e netos, já estavam fora das suas asas, da sua alçada, embora não do seu coração. Aquela treta de longe da vista longe do coração era mesmo treta. O tanas é que a distância atenua a preocupação. Muito pelo contrário. E se algum deles ao atravessar a rua não olha para a direita e também para a esquerda, que todo o cuidado é pouco? E se algum deles é abordado por algum matulão de faca em punho para os roubar? E se algum deles se mete na droga? Chiça! Basta! Aonde já ia o disparate. Amodorrou...

Porque o recordo? Por que, por mim esquecido, ele foi recolhido pela minha neta Beatriz, que, gentil, lépida, imprevisível, querida, o aproveitou para fazer parte de um pequeno trabalho televisivo, com fotografias, que ela montou e apresentou, durante o jantar, também por ela organizado, de homenagem aos sessenta anos de casamento dos seus avós (a Helena e eu).

Ela sabe que eu sou assim!


20 de janeiro de 2018

OS NOSSOS MELHORES PRESENTES

Eles foram todos, sem excepção, os melhores presentes que podiamos ter recebido, que recebemos, dos filhos, dos netos, dos amigos, que, naquele dia 18,  nos aqueceram com a sua vera e sincera amizade, independentemente, da sua natureza, validade, tamanho ou feitio. E se, agora, a eles me refiro, sem justamente destacar um ou outro, é exactamente pelo facto de, anteriormente, ter destacado o Catálogo das Conchas como o melhor presente. Ele foi, na verdade, o melhor presente, mas só o meu melhor presente, não o nosso melhor presente, atributo que a todos ou a nenhum pertence.   

O MELHOR PRESENTE, MEU

Recebi-o no passado dia 18, passado, mas ainda presente, em mim, em ti, em nós, aquele dia dos nossas sessenta anos de mãos dadas. Ele veio enriquecer, (deixem-me ser imodesto, mesmo que só pelo muito trabalho que me deu), o meu muito modesto currículo de autor. Chama-se:

                                                                   CATÁLOGO
                                                                           DA
                                  COLECÇÃO LOUREIRO DE CONCHAS MARINHAS
                                                                            E
                                                  DE OUTROS DESPOJOS DO MAR

uma pequena edição, só para familiares e amigos, da iniciativa da Teresa, filha minha, nossa, sempre atenta, sempre presente, sempre connosco. 


18 de janeiro de 2018

COMO O TEMPO PASSA

Foi no Registo Civil da freguesia de Santa Isabel, em Campo de Ourique, no dia 18 de Janeiro de 1958. Era domingo, fazia frio, mas o sol brilhava e o céu estava azul. De samarra aos ombros, a pé, sem pressa, controlando a ansiedade, dirigi-me para lá. Quando cheguei, a Helena, a mulher que ia ser minha, como eu ia ser dela, já lá estava, à porta, com os padrinhos, os dela, a irmã e o irmão, e os meus, uma prima e o meu irmão.. Sorrimos, aliviados, estávamos todos. Conforme o acordado, não convidáramos mais ninguém, éramos só nós, os noivos, e eles, os padrinhos. Já passava das 11 horas e entrámos. A Conservadora já nos esperava e ao meio dia e meia estávamos casados. E, sessenta anos passados, continuamos casados, de mãos dadas, bem apertadas, como sempre...até sempre. Logo, ao jantar, connosco, os filhos, os netos, e alguns amigos.  

13 de janeiro de 2018

O Diabo que escolha

O Diabo também não gosta que o invoquem em vão. O Diabo não é milagreiro, não faz milagres porque sabe que os seus milagres, logo por Ele, cioso, seriam contrariados.
Vem isto a propósito do Diabo ter contas a ajustar com o PPD/PSD donde vieram insinuações de que ele poderia interferir nas medidas que estavam a ser tomadas pela Geringonça, sem que com ele tivessem, antes, falado, deixando-o numa posição falsa.
Ressabiado, consta que o Diabo, que não é bom de assoar, vai interferir no resultado da eleição que vai escolher o próximo líder do PPD/PSD. Como? Influenciando, à sua maneira, (não sabemos qual), a escolha, dos dois candidatos, o do PPD ou o do PSD, aquele que mais desagrade aos militantes e simpatizantes do outro, aquele que mais desunião provoque entre uns e outros, aquele que menos argumentos possa ter para enfrentar, nas futuras legislativas, o líder das esquerdas.      
A operação está a decorrer, são 21,30 h, à meia-noite já saberemos quem foi o escolhido.

Donald Trump

Com indignação geral do mundo, o Presidente dos E.U.A. proferiu mais uma das suas habituais alarvidades (alarvices?). Aliás, o Presidente dos E.U.A, desde que foi eleito, salvo alguns breves intervalos de silêncio e descanso, (até os animais os têm), não tem dito nem feito outra coisa. Mas porquê a zanga, o espanto, a estranheza? O Presidente dos E.U.A. não caiu do céu aos trambolhões. Ele é um filho natural e genuíno  da sociedade estadunidense, ele já era o que é hoje, quando foi eleito, democraticamente, com o apoio de muitos milhões de americanos, racistas, xenófobos, e fascistas. E não os desiludiu. Donald Trump não é, nem será, um ditador, o sistema não o permite, ainda. Qualquer outro Trump que futuramente apareça, talvez também o não consiga ser. Os E.U.A. não são a Alemanha que, amargurada, vencida, ressentida, democraticamente, elegeu Hitler, e lhe deu rédea solta. Mas o seguro morreu de velho. Os americanos, democratas, que se cuidem!  

11 de janeiro de 2018

AINDA O MANDATO

Duvido que a Procuradora-Geral Joana Marques Vidal aprecie toda esta polémica à volta da manutenção ou não do seu cargo. Aliás, ela própria, já antes da actual agitação, segundo julgo, (não li a declaração), não se mostrou a favor da renovação. Hoje, no jornal Público, o constitucionalista Bacelar Gouveia, no seu artigo, "PGR constitucionalmente renovável?" afirma, no fim, que a questão deixara de ser jurídica e tornara-se política. Concordo com ele, apenas usaria a palavra politiquice.
Basta ler os dois artigos que acompanham o de Bacelar Gouveia: "Chico-espertismo", de Fátima Bonifácio, (olha quem), onde lá vem José Sócrates metido ao barulho, e "Não toquem em Joana Marques Vidal", de J.M. Tavares (olha quem), onde quase parece denunciar-se uma conjura entre António Costa, Rui Rio e Marcelo Rebelo de Sousa, para a não recondução da Procuradora.
Todo este "caso" teve início numa entrevista à ministra da Justiça, Francisca van Dunem, que deu uma opinião jurídica sobre o assunto, ("política" segundo Tavares). Seria bom que os ministros se habituassem a responder, a certas perguntas, com um: NÃO COMENTO. Sim, eu sei, não deixaria de haver algumas insinuações malévolas. É a vida, política!

10 de janeiro de 2018

O MANDATO

Ainda bem que o ridículo não mata, não a provoquemos.
O combate político não é, não deve ser, não pode ser uma guerra. O combate político pode ser, deve ser, é uma luta de ideias: quais os objectivos a alcançar, quais os caminhos a percorrer,  quais os consensos a estabelecer, quais os sacrifícios a suportar. Fixá-los,  assumi-los, respeitá-los e concretizá-los. Aí está! É o meu modesto entender, talvez utópico.
Já esquecidos os de anteontem, ontem eram os bilhetes de futebol de Mário Centeno, e, já hoje, o mandato de Joana Marques Vidal. Se não fossem estes "casos", a originarem e alimentarem os  frenéticos e descabelados ditos e escritos da direita política e social, o que avançariam para se firmar, o que teriam para propor, qual seria a visibilidade do PPD/PSD, qual seria a visibilidade do CDS?  Da comunicação social, sempre na berra, (é o seu trabalho, o de informar), destaque-se, pela negativa, o editorial do Público, do seu director David Dinis, (leiam-no, eu li-o)  que, logo à cabeça, desmente a Ministra da Justiça,  lamenta a falta de um elogio, sequer de um obrigado, à Procuradora, que, aliás, incontestável, ainda continua e continuará no seu posto, pelo menos, até Outubro, acusa o Primeiro Ministro de meter os pés pelas mãos (a expressão é minha). Mas benévolo, vamos lá, não pede a demissão da Ministra, nem a do Primeiro Ministro. (Haja Deus! como diria o outro).
Pela positiva, como não destacar o humor inteligente e assertivo de Ferreira Fernandes em, "Escândalos  para os tansos". O título do artigo, que saiu como é sabido no jornal Diário de Notícias, é, sem favor,  bem elucidativo, mas ler o próprio artigo é incontornável.
Qual será o "caso" de amanhã?

Da liberdade de expressão

O Portugal republicano viveu quase cinquenta anos em que a liberdade de expressão era e foi pouca, muito pouca ou até nenhuma. Só após o 25 de Abril pôde começar a respirar livremente, a respirar fundo, por vezes até fundo de mais. Vem isto, ou melhor, veio-me este tema da liberdade de expressão, a propósito de dois artigos publicados hoje no jornal Público que, de certo, têm a ver com essa mesma liberdade, que, assim o entendo eu, deve ser respeitada, desde que não abusiva ou ofensiva: "Centeno na Luz", de António Bagão Félix, e "O arquitecto Saraiva e a incitação à violência", de João Miguel Tavares.
Sobre o primeiro, que merece ser lido:
Alguma comunicação social noticiou, como grave violação do código de conduta governamental, o facto de Mário Centeno ter solicitado, para ele para o filho, dois lugares para ver um jogo de futebol no Estádio da Luz. Lamentando a excitabilidade, vacuidade e conveniência do fait-diver, que até é do tipo de coisas que algum "povo" até gosta, pergunta Bagão Félix: Mas, afinal, onde é que está a grave infracção política ou ética? Será que, de repente, um ministro já não pode ser convidado ou solicitar um lugar de acordo com a natureza do cargo e a segurança ajustada ao mesmo? E depois de mais algumas outras considerações no mesmo sentido, insiste: Mas alguém, com seriedade e isenção, acredita que Mário Centeno poderá ter ficado condicionado na imparcialidade e integridade no exercício das suas funções como ministro das Finanças?
Sobre o segundo, que nada se perde em ler:
Tavares relata que o arquitecto José António Saraiva escreveu um artigo de opinião intitulado "E se  um homem se sentir galinha?", em que se insurge contra as cirurgias de mudança de sexo, como coisa aberrante, considerando-as "burlas", embustes", "experiências limite feitas com pessoas", que "criam uns entes desgraçados, uns despojos humanos que serão sempre olhados de lado pela sociedade e ostracizados", o que deu origem a que a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) acusasse Saraiva de delito de opinião e de "favorecer a prática de actos de violência homofóbica e transfóbica", enviando queixas ao Ministério Público, à ERC, e ao Sindicato de Jornalistas. Discordando, embora, do primarismo argumentativo do arquitecto, Tavares, acusando a CIG de andar a reboque das redes sociais (a que se referirá), reprova a acção da mesma, que considera ser uma facada na lógica e na elementar liberdade de expressão, aconselhando a presidente a preocupar-se menos com a mudança de sexo e mais com a mudança da própria cabeça.
Dois artigos, cada um à sua maneira, cada um com o seu objectivo, preocupados com a liberdade de expressão.

8 de janeiro de 2018

Mário Soares

Um ano após a sua morte, presta-se justíssima e oportuna homenagem a Mário Soares, ex-Secretário Geral do Partido Socialista, ex-Primeiro Ministro, ex-Presidente da República, patriota exemplar , político maior, fiel amante da liberdade, intransigente defensor da democracia. A ela adiro, em absoluto. 

Os partidos políticos são o garante da democracia

A máxima, em título, poucas ou nenhumas dúvidas levantará quanto à sua justeza, embora, é certo,  não vale tudo, nada nem ninguém é perfeito, mas é fundamental não a esquecermos. Adiante.
O alarido à volta da lei do financiamento dos partidos, tão aparentemente indignado, incitou-me a tentar perceber o que se passava. A ideia era, assim me pareceu, que as alterações à lei pelos deputados, sem excepção, em especial as relativas a gastos públicos e à isenção do IVA, tinham sido feitas à socapa e eram abusivas. Os ditos e os escritos dos comentadores e jornalistas eram severos e punham em causa a dignidade do Parlamento e envergonhavam os deputados. Seria assim? O primeiro alerta veio do PS. Ana Catarina Mendes assumia a adesão do partido ao diploma e rejeitava as acusações. O insuspeito Lobo Xavier, na Quadratura do Círculo, embora crítico, elogiava a coerência de tal atitude, e, posteriormente, explicava que o sigilo era habitual e aceitável embora tivesse ido longe demais. O primeiro ministro assumia não pôr o diploma em causa e dizia ainda não ter ouvido acusações de inconstitucionalidade. O deputado Carlos Abreu Amorim, vice-presidente da bancada do PSD, indignado com as críticas, abandonou todos os grupos de trabalho do Parlamento. Isabel Moreira, deputada do PS, escreveu um excelente artigo visando os autores das falsidades sobre o diploma e das acusações anti-partidos. O ex-primeiro ministro Passos Coelho veio afirmar que não houve qualquer intenção de ocultar fosse o que fosse sobre a matéria. Finalmente, o Presidente da República declarou-se muito feliz por o Parlamento ter percebido os motivos do seu veto à lei.
Senhor Presidente, não só o Parlamento, todos nós, embora por entendimentos diferentes, percebemos o porquê do seu veto. Olá se percebemos! Sobre os críticos, lamente-se a falta de sensatez de uns e a má fé de outros.

7 de janeiro de 2018

NÃO SE ACREDITA.

Ao dar ontem uma última vista de olhos pelo jornal Público, de sexta e sábado, deparei com uma notícia que me passara despercebida ou à qual não dera a devida atenção, intitulada: "Operação Marquês entrou no limbo". E explicava que o acontecido se dera porque, resumindo, o Departamento Central de Investigação e Acção Penal  (DCIAP) não fornecera aos advogados, em tempo útil, toda a matéria que consta do inquérito. Daí os pedidos dos advogados, dar-se-lhes tempo para se inteirarem convenientemente das monstruosas peças processuais acumuladas em 13,5 milhões de ficheiros informáticos. Para legitimar a interrupção dos tempos legais para o processo entrar em fase de instrução o super-juiz (todos sabemos quem ele é) recorreu à figura do justo impedimento. Expediente a que se recorre quando um magistrado responsável por um processo adoece ou morre, o que, abrenúncio, não aconteceu ao super-juiz. Não se sabendo ainda quando o Marquês sairá do limbo, impossível é prever o tempo que ainda levará a Operação. Findará ainda no meu tempo?
Uma coisa leva a outra, ou seja, esta notícia fez-me recordar o artigo de sábado, do cronista J.M. Tavares, estrela do núcleo duro dos comentadores da ala direita do Público, intitulado  "O mistério Rui Rio". Nele, embora com brevidade, Tavares, ao debitar sobre as trapalhadas de Santana Lopes que Rui Rio não descreveu, tinha que arranjar motivo para se referir a Sócrates, (o homem domina-lhe a cachimónia), escrevendo: ... eu não engulo a narrativa de que o PS é inocente e apenas Sócrates culpado. Tavares, autoritário, clama, que o PS venha a ser o 29º arguido da Operação Marquês de que o ex-primeiro ministro ainda é o principal culpado. É o que é!

6 de janeiro de 2018

Às aranhas

O PPD/PSD anda mesmo às aranhas com os candidatos à sua liderança, desiludido, receoso, não sabendo bem para que lado se voltar.  Eles já não eram nada entusiasmantes, mas talvez nunca tivesse considerado eles serem tão pouco agregadores, inovadores, entusiastas, desempoeirados. Penso que a ala direita da comunicação social reflecte essa situação, e que, hoje, os analistas que o jornal Público escolheu para comentar, o Pacheco Pereira, a Fátima Bonifácio, o J.M. Tavares, são o exemplo disso.
Pacheco, implacável, desiludido com Rio (o Alemão) e desprezando Santana (o Menino) faz um entremez em que desanca ambos e acusa Passos de ser o vírus que incutiu ao partido o medo de falar claro. Para a desbocada Fátima nenhum lhe convém, O inefável Tavares escolhe Rio, mas só para Santana não ser o escolhido, embora receie que Rio possa a vir a ser ainda mais perigoso, recordando que este criticou a Justiça, em particular a Procuradoria Geral da República.
A saga, que muito me engano ou vai continuar morna e sem interesse, termina no dia 13.

QUEM DIRIA!

Sim, quem diria, digo para mim, que eu ia ouvir e ler aquilo que ouvi e li? Foram dois acontecimentos, para mim inesperados. talvez por eu andar já muito desiludido e desanimado por tudo o que se vai fazendo e dizendo. Vamos a eles: 
Na quinta-feira, no programa televisivo da SIC notícias, Quadratura do Círculo, o insuspeito Lobo Xavier, a propósito da tão verberada lei do financiamento dos partidos, em particular da badalada retroactividade, mostrou-se bastante indignado com o facto de comentadores e jornalistas nunca se desculparem das mentiras que proferem, ou seja, ao se provar serem falsas as afirmações que disseram ou escreveram, nunca se retratam.
Na sexta-feira, no sector política do jornal Público, informava-se que o deputado Carlos Abreu Amorim, vice-presidente da bancada do PSD, abandonara todos os grupos de trabalho a que pertencia no Parlamento, face às acusações de secretismo relacionadas com a lei do financiamento dos partidos.
Para ele, perante tais acusações, os grupos de trabalho acabaram.  

5 de janeiro de 2018

O Debate

Na quinta feira, ontem, viu-se e ouviu-se na RTP1, quem para tal teve paciência e curiosidade, o debate, que foi o primeiro e terá sido o último confronto televisivo, entre os candidatos à liderança do partido PPD/PSD, Santana Lopes/Rui Rio. O moderador foi  o entrevistador encartado Vítor Gonçalves (onde se teria ele especializado?). Empataram ambos em todos os sentidos, principalmente na vacuidade das suas ideias quanto à governabilidade do país (a ambição de ambos é virem a ser primeiro ministro), o que aliás lhes levou menos tempo do que aquele que gastaram em tricas pessoais e partidárias, com vantagem para Santana Lopes, que, mais habituado aos ambientes televisivos, para isso vinha mais bem preparado. Justo é, no entanto, realçar as declarações de Rui Rio sobre o papel da Justiça, acusando o ministério público de alimentar julgamentos na praça pública. Não recordo outros políticos que tenham tido tal frontalidade e coragem, sempre mais preocupados com a treta, à justiça o que é da justiça, como se esta não pudesse ser julgada pelos seus erros.

FUTEBOL

Na quarta-feira houve Benfica-Sporting, o derby (é assim que lhe chamam) mais apetecível do futebol português. Julgo que não houve grandes desacatos nem fora nem dentro do campo, e o jogo até teve um nível razoável. Empataram, o que não foi escandaloso, mas a haver um vencedor inclino-me para o Benfica. Digo-o pelo desenrolar da partida e, naturalmente, face às faltas que poderiam ter dado grandes penalidades (penaltys, não é). Poderiam dar mas não deram, assim o considerou o árbitro. Fez bem? Fez mal? Fez o que entendeu ser justo, correcto, estar de acordo com com a lei. Outros árbitros fariam o mesmo, outros tantos entenderiam o contrário, pelos mesmos motivos. E o resto são tretas, tretas do tipo das que estão a tornar o ambiente do futebol cada vez mais nebuloso e condenável.
Seria tão bom que comentadores, dirigentes e treinadores tivessem mais tino nas declarações que fazem. Sim, há excepções!

4 de janeiro de 2018

Recordar o passado

Todos os anos recordam-se eventos que, de algum modo, abalaram o mundo. Naturalmente, neste  nosso Ano Novo de 2018, o mesmo acontecerá. Registo aqui três, relevantes, que certamente serão lembrados e comemorados:
- O bicentenário do nascimento de  Karl Marx, em 5/05/1818, judeu alemão, filósofo, economista, sociólogo, revolucionário socialista, autor de O Capital, e co-autor, com Friedrich Engels, do Manifesto Comunista;
- O centenário do nascimento de Nelson Mandela, em 18/07/1918, africano, advogado, líder rebelde do movimento antiapartheid, prémio Nobel da Paz de 1993, presidente da república da África do Sul de 1994 a 1999;
- O centenário da assinatura, em ll/ll/1918, do Armistício que pôs fim à Primeira Grande Guerra Mundial (1914-1918).

2 de janeiro de 2018

2018 - ainda o 1º dia

Confirmo, o nosso almoço foi mesmo o pernil de porco. Estava macio e saboroso. A Helena tem dedo para a cozinha, embora diga sempre que não. Claro que cozinhar, mesmo para quem tem gosto em fazê-lo, é trabalhoso e cansativo, mas se o resultado for de crescer água na boca, de lamber os beiços, de comer e chorar por mais ... tudo bem. Confesso, no entanto, que embora a ideia fosse minha, ao pernil de porco prefiro uma boa posta de bacalhau cozido, de lasca, e com todos.
Depois do pernil veio a mensagem de Ano Novo do Presidente. Ouvi-o, mas esperava lê-lo, com mais atenção, no dia seguinte (hoje), , mas o jornal Público publicou-o retalhado, precedido de observações explicativas da jornalista de serviço. Lamentável. É um discurso equilibrado, bem delineado, bem estruturado, bem pensado, o que não é de espantar. Não vai agradar completamente a alguns, não vai desagradar completamente a outros, dá umas no cravo e outras na ferradura, mas sempre suavemente.  A maioria do eleitorado vai aplaudi-lo, e isso é o que lhe importava. Marcelo deseja um segundo mandato presidencial, o que até já parece seguro, mas deseja um mandato com maioria recorde, esmagadora, sufocante, que lhe permita, sem incómodos. continuar a ser tanto ou mais interveniente do que já é. É o meu entender.  

1 de janeiro de 2018

2018 - 1º dia

A meio da manhã, todas as coisas que, necessariamente, é bom e agradável que se façam de manhã, estão feitas. O pequeno almoço foi ligeiro, porque o almoço, propriamente dito, que até já cheira, (ou será sugestão minha?), é, acreditem, pernil de porco. Foi o Maduro que me deu a ideia.
Esta madrugada, antes de me ir deitar, declarei que ainda tinha mais que dizer, mas que o faria mais logo. Chegou a altura, não resisto:  Eu e a Helena atingimos o ano e o mês, mas ainda não o dia, em que o nosso casamento completa 60 anos. Desejamos festejá-lo. A nossa filha, a Teresa, a propósito, diz que nós somos um só bloco, e eu, com um largo sorriso, acrescento, sem fendas É obra!             Mas há ainda uma outra data que também não resisto lembrar. Este ano, mas só lá mais para o verão, farei 90 anos. Se lá chegar, naturalmente. Quem sabe?
Sim, isso eu sei, não sou assim tão imodesto, estas duas datas só têm importância para nós, a Helena e eu, e para os nossos. Mas este é o meu blog, não é?