28 de janeiro de 2018

VILANIA

Sejam quais forem as consequências, Mário Centeno, como Ministro das Finanças de Portugal e Presidente do Eurogrupo, não pode deixar de reagir com indignação e firmeza, inclusive com a sua demissão, face ao vexame que lhe está a infligir o Ministério Público. O que se está a passar sobre este caso é de uma grande irresponsabilidade, se não for pior do que isso.

21 de janeiro de 2018

Recordando

De um livro que escrevi, destinado só a familiares e amigos, mas cuja edição, inexplicavelmente, saiu
truncada e incompleta, pelo que a guardei, transcrevo o seguinte parágrafo:

"O sono amainou, mas não se foi. Deixou-se ficar, sentiu-se só, e logo apreensivo. O habitual. Ela afastava-se e ele ficava em pulgas. Sempre fora assim, era sempre assim, assim seria sempre. Mas não só com ela, também com os filhos, e agora também com os netos. Mas esses, filhos e netos, já estavam fora das suas asas, da sua alçada, embora não do seu coração. Aquela treta de longe da vista longe do coração era mesmo treta. O tanas é que a distância atenua a preocupação. Muito pelo contrário. E se algum deles ao atravessar a rua não olha para a direita e também para a esquerda, que todo o cuidado é pouco? E se algum deles é abordado por algum matulão de faca em punho para os roubar? E se algum deles se mete na droga? Chiça! Basta! Aonde já ia o disparate. Amodorrou...

Porque o recordo? Por que, por mim esquecido, ele foi recolhido pela minha neta Beatriz, que, gentil, lépida, imprevisível, querida, o aproveitou para fazer parte de um pequeno trabalho televisivo, com fotografias, que ela montou e apresentou, durante o jantar, também por ela organizado, de homenagem aos sessenta anos de casamento dos seus avós (a Helena e eu).

Ela sabe que eu sou assim!


20 de janeiro de 2018

OS NOSSOS MELHORES PRESENTES

Eles foram todos, sem excepção, os melhores presentes que podiamos ter recebido, que recebemos, dos filhos, dos netos, dos amigos, que, naquele dia 18,  nos aqueceram com a sua vera e sincera amizade, independentemente, da sua natureza, validade, tamanho ou feitio. E se, agora, a eles me refiro, sem justamente destacar um ou outro, é exactamente pelo facto de, anteriormente, ter destacado o Catálogo das Conchas como o melhor presente. Ele foi, na verdade, o melhor presente, mas só o meu melhor presente, não o nosso melhor presente, atributo que a todos ou a nenhum pertence.   

O MELHOR PRESENTE, MEU

Recebi-o no passado dia 18, passado, mas ainda presente, em mim, em ti, em nós, aquele dia dos nossas sessenta anos de mãos dadas. Ele veio enriquecer, (deixem-me ser imodesto, mesmo que só pelo muito trabalho que me deu), o meu muito modesto currículo de autor. Chama-se:

                                                                   CATÁLOGO
                                                                           DA
                                  COLECÇÃO LOUREIRO DE CONCHAS MARINHAS
                                                                            E
                                                  DE OUTROS DESPOJOS DO MAR

uma pequena edição, só para familiares e amigos, da iniciativa da Teresa, filha minha, nossa, sempre atenta, sempre presente, sempre connosco. 


18 de janeiro de 2018

COMO O TEMPO PASSA

Foi no Registo Civil da freguesia de Santa Isabel, em Campo de Ourique, no dia 18 de Janeiro de 1958. Era domingo, fazia frio, mas o sol brilhava e o céu estava azul. De samarra aos ombros, a pé, sem pressa, controlando a ansiedade, dirigi-me para lá. Quando cheguei, a Helena, a mulher que ia ser minha, como eu ia ser dela, já lá estava, à porta, com os padrinhos, os dela, a irmã e o irmão, e os meus, uma prima e o meu irmão.. Sorrimos, aliviados, estávamos todos. Conforme o acordado, não convidáramos mais ninguém, éramos só nós, os noivos, e eles, os padrinhos. Já passava das 11 horas e entrámos. A Conservadora já nos esperava e ao meio dia e meia estávamos casados. E, sessenta anos passados, continuamos casados, de mãos dadas, bem apertadas, como sempre...até sempre. Logo, ao jantar, connosco, os filhos, os netos, e alguns amigos.  

13 de janeiro de 2018

O Diabo que escolha

O Diabo também não gosta que o invoquem em vão. O Diabo não é milagreiro, não faz milagres porque sabe que os seus milagres, logo por Ele, cioso, seriam contrariados.
Vem isto a propósito do Diabo ter contas a ajustar com o PPD/PSD donde vieram insinuações de que ele poderia interferir nas medidas que estavam a ser tomadas pela Geringonça, sem que com ele tivessem, antes, falado, deixando-o numa posição falsa.
Ressabiado, consta que o Diabo, que não é bom de assoar, vai interferir no resultado da eleição que vai escolher o próximo líder do PPD/PSD. Como? Influenciando, à sua maneira, (não sabemos qual), a escolha, dos dois candidatos, o do PPD ou o do PSD, aquele que mais desagrade aos militantes e simpatizantes do outro, aquele que mais desunião provoque entre uns e outros, aquele que menos argumentos possa ter para enfrentar, nas futuras legislativas, o líder das esquerdas.      
A operação está a decorrer, são 21,30 h, à meia-noite já saberemos quem foi o escolhido.

Donald Trump

Com indignação geral do mundo, o Presidente dos E.U.A. proferiu mais uma das suas habituais alarvidades (alarvices?). Aliás, o Presidente dos E.U.A, desde que foi eleito, salvo alguns breves intervalos de silêncio e descanso, (até os animais os têm), não tem dito nem feito outra coisa. Mas porquê a zanga, o espanto, a estranheza? O Presidente dos E.U.A. não caiu do céu aos trambolhões. Ele é um filho natural e genuíno  da sociedade estadunidense, ele já era o que é hoje, quando foi eleito, democraticamente, com o apoio de muitos milhões de americanos, racistas, xenófobos, e fascistas. E não os desiludiu. Donald Trump não é, nem será, um ditador, o sistema não o permite, ainda. Qualquer outro Trump que futuramente apareça, talvez também o não consiga ser. Os E.U.A. não são a Alemanha que, amargurada, vencida, ressentida, democraticamente, elegeu Hitler, e lhe deu rédea solta. Mas o seguro morreu de velho. Os americanos, democratas, que se cuidem!  

11 de janeiro de 2018

AINDA O MANDATO

Duvido que a Procuradora-Geral Joana Marques Vidal aprecie toda esta polémica à volta da manutenção ou não do seu cargo. Aliás, ela própria, já antes da actual agitação, segundo julgo, (não li a declaração), não se mostrou a favor da renovação. Hoje, no jornal Público, o constitucionalista Bacelar Gouveia, no seu artigo, "PGR constitucionalmente renovável?" afirma, no fim, que a questão deixara de ser jurídica e tornara-se política. Concordo com ele, apenas usaria a palavra politiquice.
Basta ler os dois artigos que acompanham o de Bacelar Gouveia: "Chico-espertismo", de Fátima Bonifácio, (olha quem), onde lá vem José Sócrates metido ao barulho, e "Não toquem em Joana Marques Vidal", de J.M. Tavares (olha quem), onde quase parece denunciar-se uma conjura entre António Costa, Rui Rio e Marcelo Rebelo de Sousa, para a não recondução da Procuradora.
Todo este "caso" teve início numa entrevista à ministra da Justiça, Francisca van Dunem, que deu uma opinião jurídica sobre o assunto, ("política" segundo Tavares). Seria bom que os ministros se habituassem a responder, a certas perguntas, com um: NÃO COMENTO. Sim, eu sei, não deixaria de haver algumas insinuações malévolas. É a vida, política!

10 de janeiro de 2018

O MANDATO

Ainda bem que o ridículo não mata, não a provoquemos.
O combate político não é, não deve ser, não pode ser uma guerra. O combate político pode ser, deve ser, é uma luta de ideias: quais os objectivos a alcançar, quais os caminhos a percorrer,  quais os consensos a estabelecer, quais os sacrifícios a suportar. Fixá-los,  assumi-los, respeitá-los e concretizá-los. Aí está! É o meu modesto entender, talvez utópico.
Já esquecidos os de anteontem, ontem eram os bilhetes de futebol de Mário Centeno, e, já hoje, o mandato de Joana Marques Vidal. Se não fossem estes "casos", a originarem e alimentarem os  frenéticos e descabelados ditos e escritos da direita política e social, o que avançariam para se firmar, o que teriam para propor, qual seria a visibilidade do PPD/PSD, qual seria a visibilidade do CDS?  Da comunicação social, sempre na berra, (é o seu trabalho, o de informar), destaque-se, pela negativa, o editorial do Público, do seu director David Dinis, (leiam-no, eu li-o)  que, logo à cabeça, desmente a Ministra da Justiça,  lamenta a falta de um elogio, sequer de um obrigado, à Procuradora, que, aliás, incontestável, ainda continua e continuará no seu posto, pelo menos, até Outubro, acusa o Primeiro Ministro de meter os pés pelas mãos (a expressão é minha). Mas benévolo, vamos lá, não pede a demissão da Ministra, nem a do Primeiro Ministro. (Haja Deus! como diria o outro).
Pela positiva, como não destacar o humor inteligente e assertivo de Ferreira Fernandes em, "Escândalos  para os tansos". O título do artigo, que saiu como é sabido no jornal Diário de Notícias, é, sem favor,  bem elucidativo, mas ler o próprio artigo é incontornável.
Qual será o "caso" de amanhã?

Da liberdade de expressão

O Portugal republicano viveu quase cinquenta anos em que a liberdade de expressão era e foi pouca, muito pouca ou até nenhuma. Só após o 25 de Abril pôde começar a respirar livremente, a respirar fundo, por vezes até fundo de mais. Vem isto, ou melhor, veio-me este tema da liberdade de expressão, a propósito de dois artigos publicados hoje no jornal Público que, de certo, têm a ver com essa mesma liberdade, que, assim o entendo eu, deve ser respeitada, desde que não abusiva ou ofensiva: "Centeno na Luz", de António Bagão Félix, e "O arquitecto Saraiva e a incitação à violência", de João Miguel Tavares.
Sobre o primeiro, que merece ser lido:
Alguma comunicação social noticiou, como grave violação do código de conduta governamental, o facto de Mário Centeno ter solicitado, para ele para o filho, dois lugares para ver um jogo de futebol no Estádio da Luz. Lamentando a excitabilidade, vacuidade e conveniência do fait-diver, que até é do tipo de coisas que algum "povo" até gosta, pergunta Bagão Félix: Mas, afinal, onde é que está a grave infracção política ou ética? Será que, de repente, um ministro já não pode ser convidado ou solicitar um lugar de acordo com a natureza do cargo e a segurança ajustada ao mesmo? E depois de mais algumas outras considerações no mesmo sentido, insiste: Mas alguém, com seriedade e isenção, acredita que Mário Centeno poderá ter ficado condicionado na imparcialidade e integridade no exercício das suas funções como ministro das Finanças?
Sobre o segundo, que nada se perde em ler:
Tavares relata que o arquitecto José António Saraiva escreveu um artigo de opinião intitulado "E se  um homem se sentir galinha?", em que se insurge contra as cirurgias de mudança de sexo, como coisa aberrante, considerando-as "burlas", embustes", "experiências limite feitas com pessoas", que "criam uns entes desgraçados, uns despojos humanos que serão sempre olhados de lado pela sociedade e ostracizados", o que deu origem a que a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) acusasse Saraiva de delito de opinião e de "favorecer a prática de actos de violência homofóbica e transfóbica", enviando queixas ao Ministério Público, à ERC, e ao Sindicato de Jornalistas. Discordando, embora, do primarismo argumentativo do arquitecto, Tavares, acusando a CIG de andar a reboque das redes sociais (a que se referirá), reprova a acção da mesma, que considera ser uma facada na lógica e na elementar liberdade de expressão, aconselhando a presidente a preocupar-se menos com a mudança de sexo e mais com a mudança da própria cabeça.
Dois artigos, cada um à sua maneira, cada um com o seu objectivo, preocupados com a liberdade de expressão.

8 de janeiro de 2018

Mário Soares

Um ano após a sua morte, presta-se justíssima e oportuna homenagem a Mário Soares, ex-Secretário Geral do Partido Socialista, ex-Primeiro Ministro, ex-Presidente da República, patriota exemplar , político maior, fiel amante da liberdade, intransigente defensor da democracia. A ela adiro, em absoluto. 

Os partidos políticos são o garante da democracia

A máxima, em título, poucas ou nenhumas dúvidas levantará quanto à sua justeza, embora, é certo,  não vale tudo, nada nem ninguém é perfeito, mas é fundamental não a esquecermos. Adiante.
O alarido à volta da lei do financiamento dos partidos, tão aparentemente indignado, incitou-me a tentar perceber o que se passava. A ideia era, assim me pareceu, que as alterações à lei pelos deputados, sem excepção, em especial as relativas a gastos públicos e à isenção do IVA, tinham sido feitas à socapa e eram abusivas. Os ditos e os escritos dos comentadores e jornalistas eram severos e punham em causa a dignidade do Parlamento e envergonhavam os deputados. Seria assim? O primeiro alerta veio do PS. Ana Catarina Mendes assumia a adesão do partido ao diploma e rejeitava as acusações. O insuspeito Lobo Xavier, na Quadratura do Círculo, embora crítico, elogiava a coerência de tal atitude, e, posteriormente, explicava que o sigilo era habitual e aceitável embora tivesse ido longe demais. O primeiro ministro assumia não pôr o diploma em causa e dizia ainda não ter ouvido acusações de inconstitucionalidade. O deputado Carlos Abreu Amorim, vice-presidente da bancada do PSD, indignado com as críticas, abandonou todos os grupos de trabalho do Parlamento. Isabel Moreira, deputada do PS, escreveu um excelente artigo visando os autores das falsidades sobre o diploma e das acusações anti-partidos. O ex-primeiro ministro Passos Coelho veio afirmar que não houve qualquer intenção de ocultar fosse o que fosse sobre a matéria. Finalmente, o Presidente da República declarou-se muito feliz por o Parlamento ter percebido os motivos do seu veto à lei.
Senhor Presidente, não só o Parlamento, todos nós, embora por entendimentos diferentes, percebemos o porquê do seu veto. Olá se percebemos! Sobre os críticos, lamente-se a falta de sensatez de uns e a má fé de outros.

7 de janeiro de 2018

NÃO SE ACREDITA.

Ao dar ontem uma última vista de olhos pelo jornal Público, de sexta e sábado, deparei com uma notícia que me passara despercebida ou à qual não dera a devida atenção, intitulada: "Operação Marquês entrou no limbo". E explicava que o acontecido se dera porque, resumindo, o Departamento Central de Investigação e Acção Penal  (DCIAP) não fornecera aos advogados, em tempo útil, toda a matéria que consta do inquérito. Daí os pedidos dos advogados, dar-se-lhes tempo para se inteirarem convenientemente das monstruosas peças processuais acumuladas em 13,5 milhões de ficheiros informáticos. Para legitimar a interrupção dos tempos legais para o processo entrar em fase de instrução o super-juiz (todos sabemos quem ele é) recorreu à figura do justo impedimento. Expediente a que se recorre quando um magistrado responsável por um processo adoece ou morre, o que, abrenúncio, não aconteceu ao super-juiz. Não se sabendo ainda quando o Marquês sairá do limbo, impossível é prever o tempo que ainda levará a Operação. Findará ainda no meu tempo?
Uma coisa leva a outra, ou seja, esta notícia fez-me recordar o artigo de sábado, do cronista J.M. Tavares, estrela do núcleo duro dos comentadores da ala direita do Público, intitulado  "O mistério Rui Rio". Nele, embora com brevidade, Tavares, ao debitar sobre as trapalhadas de Santana Lopes que Rui Rio não descreveu, tinha que arranjar motivo para se referir a Sócrates, (o homem domina-lhe a cachimónia), escrevendo: ... eu não engulo a narrativa de que o PS é inocente e apenas Sócrates culpado. Tavares, autoritário, clama, que o PS venha a ser o 29º arguido da Operação Marquês de que o ex-primeiro ministro ainda é o principal culpado. É o que é!

6 de janeiro de 2018

Às aranhas

O PPD/PSD anda mesmo às aranhas com os candidatos à sua liderança, desiludido, receoso, não sabendo bem para que lado se voltar.  Eles já não eram nada entusiasmantes, mas talvez nunca tivesse considerado eles serem tão pouco agregadores, inovadores, entusiastas, desempoeirados. Penso que a ala direita da comunicação social reflecte essa situação, e que, hoje, os analistas que o jornal Público escolheu para comentar, o Pacheco Pereira, a Fátima Bonifácio, o J.M. Tavares, são o exemplo disso.
Pacheco, implacável, desiludido com Rio (o Alemão) e desprezando Santana (o Menino) faz um entremez em que desanca ambos e acusa Passos de ser o vírus que incutiu ao partido o medo de falar claro. Para a desbocada Fátima nenhum lhe convém, O inefável Tavares escolhe Rio, mas só para Santana não ser o escolhido, embora receie que Rio possa a vir a ser ainda mais perigoso, recordando que este criticou a Justiça, em particular a Procuradoria Geral da República.
A saga, que muito me engano ou vai continuar morna e sem interesse, termina no dia 13.

QUEM DIRIA!

Sim, quem diria, digo para mim, que eu ia ouvir e ler aquilo que ouvi e li? Foram dois acontecimentos, para mim inesperados. talvez por eu andar já muito desiludido e desanimado por tudo o que se vai fazendo e dizendo. Vamos a eles: 
Na quinta-feira, no programa televisivo da SIC notícias, Quadratura do Círculo, o insuspeito Lobo Xavier, a propósito da tão verberada lei do financiamento dos partidos, em particular da badalada retroactividade, mostrou-se bastante indignado com o facto de comentadores e jornalistas nunca se desculparem das mentiras que proferem, ou seja, ao se provar serem falsas as afirmações que disseram ou escreveram, nunca se retratam.
Na sexta-feira, no sector política do jornal Público, informava-se que o deputado Carlos Abreu Amorim, vice-presidente da bancada do PSD, abandonara todos os grupos de trabalho a que pertencia no Parlamento, face às acusações de secretismo relacionadas com a lei do financiamento dos partidos.
Para ele, perante tais acusações, os grupos de trabalho acabaram.  

5 de janeiro de 2018

O Debate

Na quinta feira, ontem, viu-se e ouviu-se na RTP1, quem para tal teve paciência e curiosidade, o debate, que foi o primeiro e terá sido o último confronto televisivo, entre os candidatos à liderança do partido PPD/PSD, Santana Lopes/Rui Rio. O moderador foi  o entrevistador encartado Vítor Gonçalves (onde se teria ele especializado?). Empataram ambos em todos os sentidos, principalmente na vacuidade das suas ideias quanto à governabilidade do país (a ambição de ambos é virem a ser primeiro ministro), o que aliás lhes levou menos tempo do que aquele que gastaram em tricas pessoais e partidárias, com vantagem para Santana Lopes, que, mais habituado aos ambientes televisivos, para isso vinha mais bem preparado. Justo é, no entanto, realçar as declarações de Rui Rio sobre o papel da Justiça, acusando o ministério público de alimentar julgamentos na praça pública. Não recordo outros políticos que tenham tido tal frontalidade e coragem, sempre mais preocupados com a treta, à justiça o que é da justiça, como se esta não pudesse ser julgada pelos seus erros.

FUTEBOL

Na quarta-feira houve Benfica-Sporting, o derby (é assim que lhe chamam) mais apetecível do futebol português. Julgo que não houve grandes desacatos nem fora nem dentro do campo, e o jogo até teve um nível razoável. Empataram, o que não foi escandaloso, mas a haver um vencedor inclino-me para o Benfica. Digo-o pelo desenrolar da partida e, naturalmente, face às faltas que poderiam ter dado grandes penalidades (penaltys, não é). Poderiam dar mas não deram, assim o considerou o árbitro. Fez bem? Fez mal? Fez o que entendeu ser justo, correcto, estar de acordo com com a lei. Outros árbitros fariam o mesmo, outros tantos entenderiam o contrário, pelos mesmos motivos. E o resto são tretas, tretas do tipo das que estão a tornar o ambiente do futebol cada vez mais nebuloso e condenável.
Seria tão bom que comentadores, dirigentes e treinadores tivessem mais tino nas declarações que fazem. Sim, há excepções!

4 de janeiro de 2018

Recordar o passado

Todos os anos recordam-se eventos que, de algum modo, abalaram o mundo. Naturalmente, neste  nosso Ano Novo de 2018, o mesmo acontecerá. Registo aqui três, relevantes, que certamente serão lembrados e comemorados:
- O bicentenário do nascimento de  Karl Marx, em 5/05/1818, judeu alemão, filósofo, economista, sociólogo, revolucionário socialista, autor de O Capital, e co-autor, com Friedrich Engels, do Manifesto Comunista;
- O centenário do nascimento de Nelson Mandela, em 18/07/1918, africano, advogado, líder rebelde do movimento antiapartheid, prémio Nobel da Paz de 1993, presidente da república da África do Sul de 1994 a 1999;
- O centenário da assinatura, em ll/ll/1918, do Armistício que pôs fim à Primeira Grande Guerra Mundial (1914-1918).

2 de janeiro de 2018

2018 - ainda o 1º dia

Confirmo, o nosso almoço foi mesmo o pernil de porco. Estava macio e saboroso. A Helena tem dedo para a cozinha, embora diga sempre que não. Claro que cozinhar, mesmo para quem tem gosto em fazê-lo, é trabalhoso e cansativo, mas se o resultado for de crescer água na boca, de lamber os beiços, de comer e chorar por mais ... tudo bem. Confesso, no entanto, que embora a ideia fosse minha, ao pernil de porco prefiro uma boa posta de bacalhau cozido, de lasca, e com todos.
Depois do pernil veio a mensagem de Ano Novo do Presidente. Ouvi-o, mas esperava lê-lo, com mais atenção, no dia seguinte (hoje), , mas o jornal Público publicou-o retalhado, precedido de observações explicativas da jornalista de serviço. Lamentável. É um discurso equilibrado, bem delineado, bem estruturado, bem pensado, o que não é de espantar. Não vai agradar completamente a alguns, não vai desagradar completamente a outros, dá umas no cravo e outras na ferradura, mas sempre suavemente.  A maioria do eleitorado vai aplaudi-lo, e isso é o que lhe importava. Marcelo deseja um segundo mandato presidencial, o que até já parece seguro, mas deseja um mandato com maioria recorde, esmagadora, sufocante, que lhe permita, sem incómodos. continuar a ser tanto ou mais interveniente do que já é. É o meu entender.  

1 de janeiro de 2018

2018 - 1º dia

A meio da manhã, todas as coisas que, necessariamente, é bom e agradável que se façam de manhã, estão feitas. O pequeno almoço foi ligeiro, porque o almoço, propriamente dito, que até já cheira, (ou será sugestão minha?), é, acreditem, pernil de porco. Foi o Maduro que me deu a ideia.
Esta madrugada, antes de me ir deitar, declarei que ainda tinha mais que dizer, mas que o faria mais logo. Chegou a altura, não resisto:  Eu e a Helena atingimos o ano e o mês, mas ainda não o dia, em que o nosso casamento completa 60 anos. Desejamos festejá-lo. A nossa filha, a Teresa, a propósito, diz que nós somos um só bloco, e eu, com um largo sorriso, acrescento, sem fendas É obra!             Mas há ainda uma outra data que também não resisto lembrar. Este ano, mas só lá mais para o verão, farei 90 anos. Se lá chegar, naturalmente. Quem sabe?
Sim, isso eu sei, não sou assim tão imodesto, estas duas datas só têm importância para nós, a Helena e eu, e para os nossos. Mas este é o meu blog, não é?