Sobre o resultado das eleições autárquicas, alguns comentadores,
principalmente aquele, de má memória, que agora escreve, aos sábados, para o jornal
Público, sob a sigla Grande angular, consideraram que houve uma derrota geral, ou melhor dizendo, que todos
os partidos perderam, em particular o PS, e, ao dizê-lo, foi essa a verdadeira
intenção: que as eleições tinham sido um desaire para o partido socialista. Bem
apoiada pela comunicação social (jornais e TV) a oposição, e principalmente o
PSD, bem o vincaram. Entende-se. Vamos,
então, aos números.: Percentagem de
votos dos três partidos mais votados: PS
37,5 % -- PSD 32,3 % -- PCP/PEV 8,2 % (vitória do PS sobre o PSD e vitória da
esquerda sobre a direita). (Número de votos dos três partidos mais votados: PS
1.876.609 – PSD 1.615.254 – PCP/PEV 410.584 (vitória do PS sobre o PSD e
vitória da esquerda sobre a direita). Número de câmaras dos três partidos mais
votados: 149 do PS – 114 do PSD -- 19 da CDU (vitória do PS sobre o PSD e vitória
da esquerda sobre a direita). A
intencional proclamação duma derrota geral nas autárquicas deste ano baseou-se, pois então, na comparação, tecla bem batida, destas com as de 2017, em que se verificou uma vitória esmagadora
do PS. É inquestionável que tal não se repetiu, mas o vencedor, sem quaisquer dúvidas, foi mesmo, o mesmo..
Note-se, aliás, que a maior parte dos votos retirados ao PS não foram para a
coligação PSD/CDS, mas distribuídos pelos pequenos partidos contestatários, ou
entregues riscados, ou em branco (e não esqueçamos o número dos que ficaram em casa a ruminar). Ou seja, os votantes não impuseram uma mudança de rumo, uma troca da política, esquerda / direita (o eleitorado conhece bem ambas, é do seu interesse), fizeram, sim, um sério aviso: exigir, ao governo, naturalmente, medidas para uma justa e rápida melhoria das actuais condições de vida (salários, empregos, saúde, educação, segurança, justiça, habitação, transportes, etc.). Foi esse o meu entendimento, é essa minha opinião.
10 de outubro de 2021
É A MINHA OPINIÃO, NÃO TARDIA
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