25 de maio de 2018

De Campo d'Ourique - II

Quem espera sempre alcança. A resposta sempre veio, e rápida, talvez estimulada pelo facebook, presumo. Não do senhor Presidente da Junta, que, e bem, terá muito mais em que pensar, mas, e, também, bem, da pessoa responsável pela Biblioteca, presumi, e presumo, eu.
Transcrevo o que se passou:

CARTA:
Assunto: Doação de livros para a Biblioteca/Espaço Cultural Cinema Euro
Exm.o Senhor ...
na sequência das cartas por si enviadas declarando o seu intuito de doar livros à Biblioteca... vimos por este meio agradecer desde já a sua disponibilidade e pedir que nos forneça o seu contacto telefónico por forma a combinar a execução da mesma.
Em alternativa poderá contactar-nos através do seguinte telefonema .... ou email....
Com os melhores cumprimentos.
 
E-MAIL (meu):
Assunto: Biblioteca
Acuso e agradeço a carta enviada sobre o assunto em questão, e, no seu seguimento desde já envio os meus contactos telefónicos: ......... e o meu email......
Cumprimentos.

TELEFONEMA de alguém dos serviços da Biblioteca perguntando-me, sem mais, e apenas, quantos livros ia oferecer.

PERGUNTO-ME, consternado: Então, nem se considerou uma pequena reunião para tratar, combinar, falar sobre o assunto?

E-MAIL (meu):
O telefonema recebido, não vosso, mas dos vossos serviços, foi, a meu ver, a confirmação do pouco ou nenhum interesse em que sempre foi e está a ser considerado o meu propósito de oferecer livros da minha biblioteca particular à chamada Biblioteca/Espaço Cultural Cinema Europa. Assim sendo, com alguma consternação o digo, venho pelo presente informar que desisto desse meu propósito.
Cumprimentos.

ASSUNTO ARRUMADO




22 de maio de 2018

FUTEBOL

Gostaria de ter escrito o artigo de João Pedro Henriques, publicado no Diário de Notícias de hoje, intitulado: "Sim, é o fascismo (não há volta a dar)". Ei-lo:

O que está em causa é político porque a forma como o homem assenta o seu poder naquele clube está há muitos anos escrita na história, teorizada de alto a baixo, diagnosticada, com provas dadas e milhões de mortos no caminho. Chama-se fascismo. Não tem outro nome: fascismo. Porque não se trata apenas de uma forma autoritária de exercer o poder. É uma forma autoritária de exercer o poder que alcança usando as regras da democracia, operando dentro dessas regras - e com o único propósito de as subverter, para não dizer arrasar. Esse é o mecanismo do fascismo. E faz isso falando ao coração de uma ralé violenta, multiplicando discursos de exploração da inveja social dessa ralé, fazendo de tudo uma permanente luta de classes. Dando a essa vasta massa, até agora inorgânica, a ilusão de que são eles que mandam, penalizando a seu bel-prazer os que na organização falham - ou seja, conferindo-lhes afinal um poder que acaba por ser bastante orgânico, portanto instrumentalizável (em favor do chefe), articulável, intimidatório. Um poder que, ainda por cima, tem outra virtualidade (do ponto de vista do interesse do líder): afastar para as periferias os que internamente se indignam mas que ao mesmo tempo pensam que isso não merece o seu máximo empenhamento porque afinal isto "é só futebol". Não, não é só futebol.
Ou melhor: é futebol, mas como terreno propício para que outras coisas bem mais vastas germinem, quiçá se transformem em votos, quiçá escolhendo políticos e quiçá começando também a ameaçar directamente os outros políticos concorrentes (ou do próprio partido que teimem em não ser reverentes ao chefe).
É certo que à credibilidade da organização de que falamos não ajuda o facto de o debate estar polarizado entre um chefe alucinado e dois banqueiros que quase só aparecerem nos jornais nas páginas de assuntos criminais. Mas entre uns e outros haverá pessoas sérias, e são essas que devem avançar. Percebam: é muito mais do que um clube que está em causa.
PS - Morreu António Arnaut. Não foi só o pai do SNS em 1978--79. Foi alguém que em 1973 ajudou muito Mário Soares a criar o PS e alguém que se manteve desde o início bastante bem informado sobre as movimentações dos militares que depois fariam Abril. E foi mais: um político como já há poucos, que não só deixou obra como o fez não ficando no fim nem mais rico nem mais pobre do que era antes da política. Tristes os tempos em que começamos a achar que homens assim são de exceção. Não deviam ser".

20 de maio de 2018

DE CAMPO D'OURIQUE


 
          Campo d’Ourique, bairro onde nasci e sempre vivi, e vivo, tem, finalmente, uma Biblioteca Municipal, inaugurada já o ano passado, em Abril de 2017, no Dia Mundial do Livro.
            Ei-la, no espaço do velho e saudoso cinema Europa, rival do velho e saudoso cinema Paris, da freguesia irmã. a Estrela, este fechado e reduzido a uma vergonhosa degradação. Ambos, por assim dizer, ao pé da porta, é, sim, com saudade, que os recordam os meus preguiçosos 89 anos. Dois cinemas, de reprise, que, diariamente, em duas sessões, uma à tarde e outra à noite, exibiam dois filmes em cada uma delas, não os mesmos, evidentemente.
        Pois, voltando à Biblioteca, recordo que ao saber da iniciativa, muito antes, pois, da  inauguração, veio-me o propósito de oferecer à dita, muitos dos meus livros, tendo disso dado conta ao Presidente da Junta de Freguesia, através de duas cartas, a primeira a 29 de Dezembro de 2015, em que me apresentava e o informava da minha intenção, a segunda, de insistência, face ao silêncio, em 29 de Janeiro de 2016, e, posteriormente, através de um e-mail, a informar a Junta da minha oferta. E terá sido, presumo eu, esse e-mail, a provocar, então, a breve carta-resposta de 23 de Fevereiro, nada consentânea com o teor das duas que eu enviara, na qual o Presidente da Junta se limitava a  agradecer a proposta, informando, que apenas gostaria de considerar a oferta um pouco antes da abertura da Biblioteca, aliás, do Centro Cultural de que ela faria parte.
           Já não foi grande a surpresa, mas a verdade é que nunca cheguei a ser contactado, nem antes nem depois da inauguração. Naturalmente, lamentei-o, pois considerava, como considero, que, por pouco que fosse, alguns dos livros da minha biblioteca, a escolher, poderiam valorizar, reforçar, a Biblioteca Municipal.
          Sim, tenho uma biblioteca, toda ela espalhada pela casa onde habito, dado não haver um só compartimento com capacidade para albergar todos os livros que a compõem. Sim são demasiados (cerca de 3.000), mas como resistir à vontade de os ter, para, além de os ler, voltar a ler, e tornar a ler? Gosto de livros, sempre gostei, mas além de os ler,  gosto também de os ver e ter, à vista e à mão, para os recordar, consultar, manusear. Adiante!
          Enfim, já algo desmotivado, desinteressado face ao desinteresse com que a minha proposta estava a ser recebida, mas por descargo de consciência e alguma curiosidade, no dia 19 de Abril do ano em curso, enviei uma terceira carta ao Presidente da Junta, relembrando-lhe o assunto, pondo-me à disposição. E fiquei à espera!
             E cá estou à espera!

13 de maio de 2018

O FESTIVAL

Eis a mensagem que a minha neta Beatriz enviou à avó, e que o avô também leu e concordou, sobre o Festival da Eurovisão: "Até fico triste saber que a cultura musical da Europa em geral é apoiante de uma porcaria tão grande. Uma israelita, não europeia, vestida de japonesa, com gatos chineses e maquilhagem russa, a fazer barulho que nem uma gata no cio e a dançar que nem uma galinha, com dançarinas vestidas para o espaço. Pena que as mulheres de Israel não dêem uma sova a esta mulher por estar a dar a entender que as mulheres israelitas são todas ridículas a este ponto."
Foi uma reacção a quente, mas na minha opinião correcta, embora eu não seja espectador habitual de tais eventos, nem grande apreciador deste tipo de música.

8 de maio de 2018

O CASO, ainda

Já depois de ter escrito o meu comentário de ontem, tive ocasião de ler, na íntegra, o artigo, surpreendente, da jornalista Câncio, "A tragédia de Sócrates". Não vou comentá-lo, não tenho que o fazer, aliás, não tenho motivo nem saber para tal. Mas a estranheza, a surpresa, a curiosidade, impele-me a questionar. Porquê, só agora, e agora, passado tanto tempo, anos, a divulgação de tais considerandos, ligados a um CASO, que, quase diariamente, tem estado na ordem do dia? Porquê, só agora, e agora, a denúncia, que é também, (como não?), uma confissão. um pedido de desculpa? Arrependimento, remorso? De quê? Receio, medo? De quem? Mistério!

7 de maio de 2018

O CASO

Estou espantado, ainda me conseguem espantar, notícias, acontecimentos, atitudes, falas, silêncios, passados tantos anos. Penso para mim próprio, sempre haverá bruxas? Interrogo-me, é ou não de acreditar na teoria da conspiração? Adiante!
Como é de prever, o assunto é. como eu lhe chamo "O caso Sócrates". Depois das surpreendentes, e, cautelosamente preventivas, declarações dos dirigentes socialistas, Costa, César, Galamba, Medina, etc., e das várias opiniões críticas, de diferentes humores, que a elas se seguiram, como as de Vicente Jorge Silva (Sócrates e o preço da cegueira política) ou de Rui Tavares (O anti-Sócrates), vêm agora as denúncias da jornalista Fernanda Câncio, ex-namorada de Sócrates,(A tragédia de Sócrates: mentiu, mentiu e tornou a mentir), e a inesperada, ou talvez não, reacção de Carlos Abreu Amorim, deputado do PSD, a tais denúncias (a inesperada desfaçatez dela).
Isto vai ficar por aqui? Certamente que não, e vai aquecer. Porque algo ou alguém os incomoda, porque algo ou alguém os assusta, porque algo ou alguém os amedronta.

5 de maio de 2018

A propósito

Cidadão de esquerda, votante e apoiante, solidário, da esquerda política, nunca fui, nem virei já a ser, militante partidário. Nunca me dispus a dar o passo. Feitios.  Os anos foram passando e hoje sou apenas um eleitor, conformado, do socialismo democrático. Conformado e, algumas vezes, desiludido, como na hora presente. Porquê? Devido à reviravolta de atitude da Direcção do PS face, chamemos-lhe assim, ao "Caso Sócrates". Depois de cinco anos de um silêncio sepulcral sobre o controverso Processo  Marquês, sobre tudo o quanto à sua volta tem acontecido, vêm agora alguns dos seus principais dirigentes, com destaque para Carlos César, líder da bancada socialista na AR, fazer declarações que provocaram uma imediata, responsável e digna resposta de José Sócrates, ex-secretário geral do PS e ex-primeiro ministro, desfiliando-se do partido, e deram origem ao júbilo da direita política, justiceira e jornalística, que bem se tem aproveitado do acontecido.                    Se há alguma vergonha a ter é a da atitude destrambelhada da Direcção do PS. Exemplo: "António Costa acaba de declarar que foi apanhado de surpresa pelas declarações de César".  

1 de maio de 2018

Viva o mês de Maio!

Depois de Abril, do seu dia 25, daquele em que Portugal, em 1974, repudiou a ditadura e se libertou do fascismo, nunca o esqueçamos, eis Maio e o seu dia 1, aquele em que se comemora o Dia do Trabalhador. E como eu recordo, e como tantos, como eu, recordarão, o exaltante primeiro 1º de Maio em liberdade, de 1974, com o céu azul, o sol a brilhar, e todos juntos a gritarmos: Fascismo nunca mais! O povo unido jamais será vencido!
Mas, para além do que acabo de recordar, o mês de Maio traz-nos, a mim e à Helena, alegrias que nos levam a considerá-lo um mês mágico, a saber: no dia 1 de Maio de 1959, nasceu-nos o filho Manuel José, ele faz hoje 59 anos; no dia 11 de Maio de 1996, nasceu-nos a neta Beatriz; no dia 15 de Maio de 1964, nasceu-nos a filha Maria Teresa.
Digam-me lá, então, se não devemos gritar: Viva Maio!