Uma coisa leva à outra. Ao falar de Salgari e dos seus heróis, veio-me à lembrança que o meu primeiro livro de ficção, ou melhor, os dois primeiros, não eram, nem um nem outro, do criador de Sandokan, do Corsário Ngro ou do Capitão Tormenta. Foi com "As Memórias de Um Burro", da Condessa de Ségur, e "As Aventuras de Polichinélo", de Carlo Collodi, que iniciei a minha carreira de ávido leitor, penso que por esta ordem, embora sem muita certeza. Aliás, a minha preferência sempre se inclinou mais para as "Memórias..." do que para as "Aventuras..."
Das "Memórias de Um Burro" recebi a primeira lição sobre a amizade e a consideração a ter pelos animais, e a minha simpatia, muito particular, pelos burros nunca desapareceu, embora estes quase tenham desaparecido. E se duas ou três vezes montei um burro, foi por necessidade e não por gosto.
O Polichinélo é aquele boneco de pau que virou menino de carne e osso. Muitos anos mais tarde vim a saber que, afinal, se chamava Pinóquio. Da história do Polichinélo e do seu pai, o homem que o esculpiu, nasceu-me uma saudade magoada de que não desejo falar.
Já os não tenho, aos dois livros, mas passaram tantos anos!
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