Encontrei-me há dias com ele, com o Capitão Tormenta, numa livraria, naturalmente. Trata-se de um livro do grande Emílio Salgari, a versão portuguesa do Capitan Tempesta. Nunca o tinha lido, e se não senti a emoção e o entusiasmo de outros tempos, quando menino e moço, devorei dezenas de salgaris, apreciei agora melhor a inventiva, o vigor e a elegância do escritor. Julgo que tenha sido um dos romances mais arrojados de Salgari. Não só o Capitão é uma mulher, a jovem Eleonora, que disfarçada de homem, e lutando como um homem, "procura resgatar o marido aprisionado pelos turcos", como esta se apaixona pelo turco Muley-el-Kadel, o Leão de Damasco, e este renega a sua religião para ficar com ela.
Emílio Salgari foi o primeiro dos cinco escritores que balizaram a minha carreira de leitor compulsivo, e Sandokam e o Corsário Negro, essas lendárias figuras por ele criadas, os meus primeiros heróis. Que aventuras sonhadas, que lutas, que perigos, que surpresas, que alegrias, que amores. Foi bom ter encontrado com o Capitão Tormenta. Senti-me rejuvenescer um pouco!
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