17 de abril de 2013

A carta

O pivot de serviço disse, por estas ou outras palavras: "A carta de  Passos Coelho a Seguro a que tivemos acesso". Então o primeiro ministro escreve uma carta ao secretário geral do PS e a comunicação social, ou parte dela, tem acesso à carta, assim, sem mais nem menos, como que às escondidas. Como? Porquê? Quem a divulgou, ao mesmo tempo ou mesmo antes de a enviar, como se pode especular? E porque não foi ela, então, logo lida e transcrita na íntegra pela comunicação social? É que se o fosse, logo se perceberia, como já se percebeu, que Seguro, se tivesse recusado o convite, tinha todas as razões para o fazer. A carta é bem explicita, é só para inglês ver, não há nada a discutir, está tudo resolvido. Passos Coelho só quer de Seguro um sim, mesmo que envergonhado. Mas esperemos que tal não aconteça, e só é pena que Seguro não tivesse dito a Passos que assim não, não haveria encontro, e que, de qualquer maneira, primeiro iria receber e falar com a troika, porque, infelizmente, é a troika que manda no governo. É, portanto, à troika que Seguro tem que explicar que a solução não está em mais e mais austeridade, em continuarmos a escavar no buraco para onde ela nos atirou. Claro que Seguro não vai utilizar o verbo escavar, bem sabemos porquê. Mas isso não é o mais importante.

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