5 de junho de 2008

A ele ninguém o cala.

Ninguém o cala e também ninguém o impede de se amigar com quem entender. Ou não estivessemos em democracia. Mas não me parece digno que diga que se está nas tintas para os seus camaradas que, legitimamente, discordam das suas atitudes para com o partido, e é de grande infelicidade a sua declaração de que é uma imprudência ser de esquerda. Sim, em Portugal já foi de grande imprudência ser de esquerda, era preciso coragem, mas afirmá-lo hoje é, digo-o sem receio, um dislate.
Manuel Alegre tem toda a legitimidade para discordar das orientações do seu, até agora, PS, e do governo que ele apoia, mas tem orgãos próprios, a que pertence, mas aos quais nem sempre comparece, para o fazer, ou, então, faça-o no exterior a eles, dirigindo-se ás bases partidárias, mas só, não conluiado, aberrantemente, com adversários políticos do seu próprio partido.
Francisco Louçã, parceiro de Manuel Alegre no folclórico comício-festa, declarou, e fê-lo sem se rir, que este iria ser a "maior mudança dos últimos anos na esquerda portuguesa". Será que ambos acreditam em tal, diabolisando o PS e não conseguindo atrair o PCP que, quanto a casamentos, só os faz com quem controla e domina?
Não sou militante do PS, como não sou, nem nunca fui, militante de qualquer partido, mas sou de esquerda, e entendi que devia dar a minha
opinião. Disse.

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