Ao ter escolhido, para o debate quinzenal na Assembleia da República, o tema combustíveis, antes mesmo do acordo conseguido com os representantes dos camionistas, o primeiro-ministro desarmou a oposição que, estranhamente, não se mostrou à vontade para falar dos acontecimentos, nem conseguiu alternativas convincentes de discussão. A agressividade teatral do dr. Portas, e as suas perguntas de algibeira, não impressionaram (cada vez impressionam menos), e a habitual má disposição provocadora dos verdes, foi só isso. Bloquistas e comunistas, surpreendentemente, estiveram discretos, o PSD, inócuo, só quiz passar o tempo. Mota Amaral, o escolhido para defrontar o primeiro-ministro, revelou, passivo e bem humorado, que já não tinha idade, nem paciência, para tais andanças.
O primeiro-ministro safou-se bem, sim, mas não evitou que tivesse ficado no ar a ideia que tinha havido, da parte do Estado, falta de autoridade. E houve. O lock-out, que existiu, e que é ilegal, e que é proibido, não foi penalizado. O governo conseguiu, célere, um acordo, sem cedências em pontos chave, mas fê-lo sobre pressão. Não foi um bom precedente.
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