CORAÇÕES – 4/05/2008
Corações, é o nome
de um filme, presentemente em exibição entre nós, do realizador francês Alain
Resnais, que já há muito não nos visitava e de quem já tinhamos saudades. Alain
Resnais, é sempre indispensável recordá-lo, é o autor de um dos mais
importantes, comoventes e impressionantes filmes do cinema francês: Hiroshima,
meu amor. Ele é um dos tais 1001 filmes para ver antes de morrer.
Este Corações é um filme, leve, de uma plácida
tristeza, de uma subtil sensualidade, que nos fala de amargas desilusões, de
dores antigas, de envergonhados segredos, de inocentes mentiras. Adivinhamos
cada plano, prevemos cada movimento, não há cenas que nos sobressaltem ou
intriguem. Resnais somente nos quer envolver e entreter naquela história de
pequenas histórias de encontros e desencontros. O cinema, não apenas, mas
também é entretenimento. E, neste caso, é agradável e repousante ouvir falar
francês para desenjoar do inglês cinematográfico que nos rodeia.
*
O Carlos, o meu amigo Carlos Santos, na véspera do dia em
que morreu, daquela maldita doença perlongada, pediu-me para o acompanhar ao
quarto onde então vivia, para me entregar um embrulho com alguns jornais,
revistas, um cartaz e um livro, dizendo-me com a maior simplicidade: Tenho
mesmo que me separar deles, não os posso levar comigo, deixo-os nas suas mãos.
O Carlos era um amante fiel da França e muito especialmente
do cinema francês. No embrulho, os jornais, Les
Lettres Françaises, nºs de
Outubro e Novembro de 1965/66, e Cine-Club
(órgão da Federação Francesa de cine-clubs), nºs de1947/48/49/50/51/54,
as revistas, Ecran 72,
nºs 9 e 10. e Ecran 73, nº 20, um
cartaz da revista de cinema xsPositif, com
desenhos de Siné, e o livro, Hiroshima
mon amour, de Marguerite Duras. (15/09/2017)
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