- Pessoalmente, nunca conheci, não conheço, J.S., nunca o vi nem mais magro, nem mais gordo. - J.S., que foi militante do PS, secretário-geral do PS, 1º Ministro dum governo do PS c/ maioria absoluta e, como tal, o nosso melhor 1º Ministro. - J.S. que, no seu segundo mandato, perante a crise financeira geral, entretanto desencadeada, a errada orientação inicial dada pela União Europeia, e, mais tarde, o chumbo do PEC 4, pela Assembleia da República, se demitiu e, já em governo de gestão, se viu na contingência de pedir assistência financeira à Comissão Europeia o que deu origem à vinda da Troika. - - J.S., que, em novembro de 2014, em Paris, inscrito no Instituto de Estudos Políticos, para estudar e tirar um curso, sabe que está acusado de corrupção, fraude fiscal, branqueamento de capitais, e que o juiz de instrução o quer interrogar. Vem para Portugal, por sua livre e espontânea vontade, para se defender. À sua espera no aeroporto, com grande aparato, o juiz de instrução, a polícia judiciária e a comunicação social (jornais e tv). É detido e, depois de ouvido, é-lhe decretada, pelo juiz de instrução Carlos Alexandre, prisão preventiva (durou nove meses, de 11 de novembro de 2014 a 9 de setembro de 2015), a que se seguiu um mês de prisão domiciliária, invocando, sem qualquer fundamento, interferência prejudicial na investigação e o perigo de fuga. – - J.S., que foi, durante sete anos, investigado, perseguido e enxovalhado, pela Ministério Público, pela comunicação social e pela opinião pública, e ignorado pelo PS, com António Costa a virar-lhe as costas com a justificação: “à justiça o que é da justiça, à política o que é da política”. É certo que houve excepções, poucas, sendo relevante mencionar, Mário Soares, que se mostrou crítico e indignado. -- J.S., que, face à raiva e ódio com que a Sociedade, sem mais, o tem acusado, talvez melhor dizendo, condenado, bem pode apontar a comunicação social (jornais, tvs. rádios) e a justiça (juiz de instrução e magistrados do M.P.) de serem as responsáveis por tal comportamento: esta (estes) a fornecer àquela (àqueles), elementos do processo favoráveis às teses incriminatórias (até segredos de justiça), aquela, quase sempre alinhando com tais intenções, fornecendo à opinião pública, notícias oriundas de tais intencionais elementos processuais, como verdades absolutas, esquecendo, inclusive, o princípio do contraditório. - J.S., que ao fim dos sete anos, confrontado com um despacho de pronúncia de 6 700 páginas, foi ilibado pelo juiz de instrução Ivo Rosa que substituiu o juiz Carlos Alexandre, dos crimes de corrupção, baseados em provas indirectas, em suposições, estando alguns, aliás, já prescritos, e que considerou as investigações do M.P. incoerentes, incongruentes, inócuas, fantasiosas, embora mantivesse para futuro julgamento, três crimes de branqueamento de capitais e três crimes de falsificação de documentos. - J.S., que, entretanto, através do seu advogado, já apresentou um requerimento pedindo a nulidade do despacho do juiz Ivo Rosa, relativo à decisão de levá-lo a julgamento pelos seis crimes acima mencionados, por «alteração ilegal da acusação».
É voz
corrente enaltecer António Costa, pela sua postura, pelas suas declarações. Ele
defendeu o PS, evitou-lhe alguns incómodos, diz-se. Não alinho. No fundo o que houve foi algum sentimento de culpa, alguma cobardia, alguma falta de solidariedade, de lealdade partidária, para com um camarada, ainda de nada condenado. António Costa, se agradou a gregos, desagradou a troianos, ou vice-versa, mesmo que
contidos. Fora do PS, nos aplausos, pairou muita hipocrisia. Já se insinua: Então eles não desconfiaram de nada? Então não deram por nada? Já se grita: Então o PS não faz introspecção sobre o caso? Então o PS não faz autocrítica? Parece que para o PS, para muitos socialistas, está a ser difícil perceber(em), ou acreditar(em), que para os anti-socráticos o mau da fita não é propriamente o Sócrates, que é apenas um pretexto, quem eles querem verdadeiramente atingir, se possível destruir, é o PS. Olá, se é!
1 comentário:
Ora bem
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