11 de abril de 2021

OPERAÇÃO MARQUÊS

Depois de, pelo menos, sete anos, terá ela, esta Operação Marquês, chegado, não ao fim, mas ao princípio do fim? Não é certo, é mesmo duvidoso.                                                      Anteontem dia 9 de abril de 2021, foi lida, não a decisão instrutória de 6700 páginas, mas um seu resumo, e fê-lo quem a decidiu e escreveu, o juiz  Ivo Rosa. Uma decisão sobre 28 arguidos, entre os quais, José Sócrates, Ricardo Salgado, Santos Silva, Armando Vara, acusados de vários crimes. Deles, dos arguidos, o "cabeça de cartaz", é Sócrates, dos crimes. o mais grave, é o de corrupção. É sobre eles que me fixo. Por prescrição ou falta de provas o juiz ilibou-os da acusação de corrupção, a todos, justificando a sua decisão face às incongruências e incoerências. fantasias e desatenções, das investigações e pareceres do Ministério Público. o que, aliás, digo eu, já há muito, muitos pensavam e alguns, muito poucos, denunciavam. Particularmente importante, penso eu, o facto do ex-primeiro ministro José Sócrates ter sido ilibado de corrupção, enquanto efectivo primeiro ministro, dos casos apontados: Parque escolar, TGV, Vale de Lobo, Grupo Lena, Venezuela, além da OPA da Sonae. Sim, importante, porque se tratava do primeiro ministro do país. Quanto às suas relações com o seu amigo Santos Silva, aos empréstimos, que tenho eu, que temos nós a ver com isso? É da sua vida particular. É feio? É bonito? É ético, ou não é? Encobre alguma irregularidade? Se sim, descubra-se, prove-se e condene-se, mas com legalidade, com seriedade, com decência, o que nem sempre se tem verificado nesta operação, durante todos esses 7 anos. A decisão do juiz Ivo Rosa, apresentada bem explicitamente, baseada em factos concretos, não em suposições, concorde-se ou não, é uma decisão corajosa, de consciência, que não se deixou influenciar, nem intimidar, por avisos ou pareceres contrários, que desafia a generalidade da opinião pública. É uma banhada à maioria dos comentadores e seguidores da Operação Marquês, em particular aos anti-socráticos: os Tavares, os Pachecos, os Ferreiras, os Fernandes, os Carvalhos, os Costas, as Joanas, as Cabritas e muitos outros e outras, não esquecendo, naturalmente, a Vidal, o Rosário e o Alexandre. Sabem a quem me refiro. É me estranha a raiva, o ódio, a José Sócrates. Sinceramente, desconheço que motivos, que razões poderá haver, mesmo relembrando alguns dos seus mais polémicos actos governativos, como a intervenção nas férias judiciais e nas benesses aos juízes, na avaliação dos professores, nas mordomias dos detentores de cargos públicos e deputados. Mas uma coisa é certa, essa raiva, esse ódio, vão manter.se entranhados em muita da nossa sociedade desmiolada, até aumentar, mesmo que já ninguém saiba bem o porquê de tais sentimentos.  


1 comentário:

Manuel Loureiro disse...

O juiz não ilibou ninguém, limitou-se a arquivar. Até ver...