6 de julho de 2007

SÉCULO XX


O Defunto, de Eça de Queiroz
Versão definitiva do conto publicado, em 1895, na “Gazeta de Notícias”, incluida no livro, póstumo, “Contos”, de 1902.
v. Antologia do Conto Fantástico Português, 1ª e 2ª edições, 1967 e 1974, Edições Afrodite, Lisboa.

Prosas Bárbaras, de Eça de Queiroz
Versão em livro das “Notas Marginais”, publicada, a título póstumo, em 1905.

Um Jantar Muito Original, de Fernando Pessoa
Uma experiência nos domínios do macabro, um caso de canibalismo, texto de 1907, citado no livro “O “Horror” na Lliteratura Portuguesa”, de Maria Leonor Machado de Sousa.

Sede de Sangue, de Manuel Teixeira-Gomes
Um conto do livro de contos “Gente Singular”, de 1909: (D. Joaquina Eustáquia Simões d’Aljezur; Jogos de Bolsa; Gente Singular; O Álbum; Sede de Sangue; O Triste Fim do Major Tatibitate; Profecia Certo). Um caso claro de voyeurismo e pouca coragem assumidos pelo narrador. Ele é capitão, não se sabe de quê, e tem um escritório, também não se sabe de quê. Passa a vida a bisbilhotar a vizinhança, principalmente, uma casa de pasto por onde passam algumas mulheres que satisfazem os clientes, mas onde não se atreve a ir porque a esposa o vigia. Uma das mulheres é uma cigana que acaba vítima de alguém, um vampiro, que lhe suga o sangue. E o nosso herói assiste a tudo sem tugir nem mugir. E quando denuncia o crime, através de um artigo para o jornal Actualidades, apresenta-o como se fosse uma ficção.

A Guerra Aérea 8 de Berlim a Bagdad, de Rodolpho Martin
Romance publicado, em 1912, por A Editora, de Lisboa.

Princípio, de Mário de Sá-Carneiro
Livro de contos, de 1912, o primeiro do autor, onde já se notam as suas obsessões, pelo estranho, pela loucura, pela morte: (Loucura; O Sexto Sentido; Diários; O Incesto).

A Confissão de Lúcio, de Mário de Sá-Carneiro
Narrativa romântica, de uma imaginação delirante e obsessiva, reveladora de uma sexualidade indecisa, publicada em 1914.

Céu em Fogo, Mário de Sá-Carneiro.
Livro de contos, de 1915, que confirma o já atrás dito sobre o autor, as suas obsessões, as suas angústias, as suas fobias: (A Grande Sombra; Mistério; O Homem dos Sonhos; Asas; Eu-próprio o Outro; A Estranha Morte do Professor Antena; O Fixador de Instantes; Ressureição).

A Engomadeira, de José de Almada Negreiros
Uma “novela vulgar lisboeta”, escrita entre 1915/1916 e editada pelo autor em 1917. A história será vulgar, mas a desordem descritiva, a invulgaridade das imagens e o humor desenfreado dão-lhe uma aura de fantástica.
v. Edição de 1986, Edições Rolim, colecção Fantástico-27, Lisboa.

O Kágado, de José de Almada Negreiros
Conto alegórico, publicado na revista “ABC” de 30/06/1921. A história de “um homem muito senhor da sua vontade” que ao querer apanhar um cágado, escava um buraco por onde ele se escapara, até chegar aos antípodas. Não o tendo encontrado, volta para trás, repõe toda a terra, e na última pazada, debaixo da terra, lá estava o cágado.
v. O Cágado, in Almanaque, de Março/Abril de 1961, Lisboa
v. Antologia do Conto Fantástico Português, 1ª e 2ª edições, 1967 e 1974, Edições Afrodite, Lisboa.
A Cidade Vermelha, de Luiz Costa
Romance Social. Um edição do autor, de 1923.

Contos Maravilhosos – Narrativas Espíritas, de A. A. Martins Velho
Livro de contos: (Marieta; Orgão Misterioso; A Missa das Almas; O Alquimista; Prodígios da Natureza), editado, em 1929, pela Livraria Clássica Editora, de Lisboa.

O Licôr Vermelho, de Gambetta Neves
Romance editado, em 1933, pela Livraria Renascença, de Lisboa.

A Grande Ameaça – A Guerra de Amanhã, de Adolfo Coelho
Romance editado em 1934, pela Livraria Clássica Editora, de Lisboa, na colecção Grandes Documentários-8.

A Reencarnação Deliciosa, de Aquilino Ribeiro
Conto do livro de contos “Quando ao Gavião Cai a Pena”, de 1935: (Quando ao Gavião caia Pena; A Imagem de Nossa Senhora; António das Arábias e o seu Cão Pilatas; A Reencarnação Deliciosa; O Burro do Senhor Seu Dono; A Traição). É a história de uma velha, “tão velha que ninguém diria quantos anos tinha”, que pede para voltar a ser jovem. O facto é que o feiticeiro maltrapilho, com uma cabeçorra parecida com a de um jumento, a quem o pedido é feito, não é o diabo em figura de gente, mas, sim, o disfarçado S. Pedro. Sorte da velha que ao voltar à juventude, é condenada a ser bailarina, para todo o sempre, e não a alma penada.
v. Antologia do Conto Fantástico Português, 1ª e 2ª edições, 1967 e 1974, Edições Afrodite, Lisboa.

No Mundo Desconhecido, de Lapa de Gusmão
Romance editado pelo autor, em 1937.

Caminhos Magnéticos, de A. J. Branquinho da Fonseca
Livro de contos, de 1938: (O Anjo; A Tragédia de D. Ramon; Os Olhos de Cada Um; O Lobo Branco; D. Vampiro; A Minha Inimiga; O Conspirador; A Única Estrela). Histórias cujo magnetismo reside nos estranhos ambientes em que se desenrolam e na lúcida alucinação dos personagens que os habitam.

A. D. 2230, de Amilcar Mascarenhas
Um romance mirabolante, do género “space opera”, com o Império Português, graças a uma arma de grande eficácia e sofisticação, a enfrentar, vitoriosamente, os Impérios Americano e Inglês, editado em 1938, pela Parceria António Maria Pereira, de Lisboa.

O Caminho, de José Régio
Conto publicado juntamente com a novela “Davam Grandes Passeios aos Domingos”, em 1941, e republicado no nº 40 da revista “O Tempo e o Modo”, de 1966. Um homem caminha, desesperado, em busca do seu caminho, para chegar a Vila Meã. Surrealisticamente, ninguém o ajuda, todos o ignoram. Sonho ou realidade?
v. Antologia do Conto Fantástico Português, 1ª e 2ª edições, 1967 e 1974, Edições Afrodite, Lisboa.

Através do Espaço, de Frederico Cruz
Romance
v. 1ª edição, 1942, Emprêsa Nacional de Publicidade, Lisboa

O Barão, de A. J. Branquinho da Fonseca
Romance, de 1942. Em local isolado e sombrio da província, a figura excêntrica e hipnótica de um velho e solitário aristocrata apaixonado por uma miragem. Testemunha ocasional, é o narrador, um modesto e frustrado inspector de instrução primária, que dominado pelo ambiente envolvente, descreve os acontecimentos pondo-os à beira do fantástico.

O Príncipe com Orelhas de Burro, de José Régio
Romance, de 1942. Uma história alegórica para crianças grandes cuja mensagem parece ser a de que a perfeição não é deste mundo.

Tiros de Espingarda, de Tomaz de Figueiredo
Livro de contos, de 1943: (Drama; Por Serdes Vós, Senhor, Quem Sois; Serenata a uma Porta; Os Gritos do Silêncio; Então Morri ou O Gavião; A Inspiração; Uma História de Gatos; O Conto do Natal; O Querubim).

Lançaram Fogo ao Planeta, J. Matias.
Romance editado pelo autor em 1943.

Enfermaria, Prisão e Casa Mortuária, de Domingos Monteiro
Um livro de três contos, bem negros, de 1943.

Um Homem de Barbas, de Manuel de Lima
Romance surrealista, de ambiente fantástico, sobre um homem e os seus equívocos.
v. Edição do autor, 1944, com prefácio de José de Almada Negreiros, Lisboa

Viagem ao Século XXX, de Manuel S. Teixeira
Romance.
v. 1ª edição, 1945, Editorial Natura, Lisboa.

O Homem que Salvou o Mundo, de Augusto Cunha
Romance.
v. 1ª edição, 1946, Parceria António Maria Pereira, Lisboa.

O Canto da Sereia. de Júlio Dinis
Conto divulgado no II volume, póstumo, de “Serões da Província”, de 1946, organizado e apresentado, pelo professor Dr. Egas Moniz. O livro contém mais três contos, já publicados anteriormente: (Ideias que me ocorrem; O Bolo Quente; Justiça de Sua Magestade), além de trechos, inéditos, tirados de dois manuscritos referentes aos romances “As Pupilas do Senhor Reitor” e “A Morgadinha dos Canaviais”. “O Canto da Sereia” é uma história ingénua e convencional, sobre um velho e ingénuo pescador, o tio Cabaça, que acredita em sereias, porque o seu pai nelas acreditava, e um jovem e ingénuo pescador, Pedro, que ao ouvir o tio Cabaça, nelas anseia acreditar, daí resultando a sua trágica morte.
v. Antologia do Conto Fantástico Português, 2ª edição, 1974, Edições Afrodite, Lisboa.

O Senhor dos Navegantes, de Ferreira de Castro
Um conto do livro de contos “A Missão”, de 1947: (A Missão; A Experiência; O Senhor dos Navegantes). O cenário é o do adro da isolada capela do Senhor dos Navegantes de acesso difícil e perigoso. Ao assustado narrador, único visitante do local, um homem surgido da capela declara que já fora Deus, que criara o Universo, mas que desiludido com o que fizera desistira de o ser. Agora roga aos crentes que não se ajoelhem, mas que se mantenham de pé e lutem para aperfeiçoar o Mundo..
v. Antologia do Conto Fantástico Português, 1ª e 2ª edições, 1967 e 1974, Edições Afriodite, Lisboa.

Malaquias ou a História de um Homem Barbaramente Agredido, de Manuel de Lima.
Romance surrealista, sobre um homem vítima das suas próprias armadilhas.
v. 1ª edição, 1953, Contraponto, Lisboa.

As Terras de Alvargonzález, de Domingos Monteiro
Conto do livro de contos “Histórias Castelhanas”, de 1953: Um caso de parricídio, por ganância, cometido por dois irmãos. O fantasma do pai, não os deixando viver em paz, aterrorizando-os, leva-os ao suicídio.

Cinco Histórias sem Classificação Especial, de Carlos Wallenstein
Livro de contos.
v. 1ª edição, 1953, Contraponto, Lisboa.

Vieram do Infinito, de Eric Prince (pseud. de A. Maldonado Domingues)
Romance. Por teletransporte turístico, um grupo de alienígenas visita a Terra no ano 1979, envolvendo-se em vários acontecimentos.
v. 1ª edição, 1955, Editorial Minerva, Lisboa.

Bandeira Preta, de A. J. Branquinho da Fonseca
Romance, de 1956. Confronto trágico entre o mundo maravilhoso criado pela imaginação juvenil de Pedro, menino rico, e de Chinca, menino pobre, e o mundo maravilhoso dos adultos, acinzentado,resignado, conformista, dolorosamente maniqueista.

O Constructor de Planetas e Outras Histórias, de Alves Morgado
Livro de contos.
v. 1ª edição, 1956, Editorial Orbe, Lisboa.

Regresso à Cúpula da Pena, de José Rodrigues Miguéis
Conto do livro “Léah e outras histórias”, de 1958: (Léah; Uma Viagem na Nossa Terra; O Natal do dr . Crosby; Pouca Sorte com Barbeiros; Regresso à Cúpula da Pena; Dezasseis Horas em Missão
Secreta; A Importância da Risca do Cabelo; Uma Carreira Cortada; Saudades para a Dona Genciana; O Morgado da Pedra-Má). Acompanhando o narrador, ei-lo a subir ao zimbório do Castelo da Pena, para lá adormecer e sonhar com alguém que o quer matar, e saber mais tarde que esse alguém existiu e se suicidou, lançando-se do zimbório, depois de ter sido rejeitado pela mulher com quem ele veio a casar. Inquietante e delorosa coincidência.
v. Antologia do Conto Fantástico Português, 1ª e 2ª edições, 1967 e 1974, Edições Afrodite, Lisboa.

A Espada de Dâmocles e outras histórias, de Alves Morgado
Livro de contos.
v. 1ª ediçao, 1958, Sociedade de Expansão Cultural, Lisboa.

Bula Matari, de Karel Kulle
Romance.
v. 1ª edição, 1959, Editorial Popular de F. Bento & Correia Lda., Lisboa.

Objectivo, Marte, de Karel Kulle
Romance.
v. 1ª edição, 1959, Editorial Popular de F. Bento & Correia Lda., Lisboa.

Tigres no Céu, de Karel Kulle
Romance.
v. 1ª edição, 1959, Editorial Popular de F. Bento & Correia Lda, Lisboa.

“AK”. A Tese e o Axioma, de Romeu de Melo
Romance.
v. 1ª edição, 1959, do Autor, Porto.

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