Ontem foi o dia da representação semanal televisiva do Professor. Como sempre, um primor! Não resisto a noticiá-la. Durante toda a primeira parte, desde logo na apresentação dos livros com apartes, a visar o governo, a argumentação crítica, o discurso metralhado, balançando o corpo, gesticulando com energia, com esgares irónicos e olhares acerados. Depois, no segundo acto, com a necessidade inevitável de comentar as actuações dos dirigentes do seu PSD, que muita celeuma e repúdio têm provocado, a postura já foi outra muito diferente. Os olhos, modestamente, baixaram para a papelada de apoio, a cara serenou, a voz amainou, o gesto tornou-se sóbrio. O caso não era para menos. Havia que ralhar forte, mas não magoar muito. E, então, a condenação veio, severa, mas não indignada, e sempre precedida, como quem não quer a coisa, de observações justificativas. E o exemplo mais flagrante de tal procedimento verificou-se quando o Professor verberou o ataque, torpe sublinho eu, à jornalista Fernanda Câncio. É que antes de o fazer, teve o cuidado de salientar que o PSD tinha muitas razões de queixa do PS, e que ele, Professor, de uma maneira geral, discordava dos pareceres da jornalista. Mas, pensei eu na altura, e desculpem-me a expressão, que tinha o cú a ver com as calças? Enfim, habilidades!
É verdade, já me esquecia, desta vez as notas atribuidas aos camaradas de partido, ficaram-lhe na algibeira. Enfim, esquecimentos!
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