7 de janeiro de 2018

NÃO SE ACREDITA.

Ao dar ontem uma última vista de olhos pelo jornal Público, de sexta e sábado, deparei com uma notícia que me passara despercebida ou à qual não dera a devida atenção, intitulada: "Operação Marquês entrou no limbo". E explicava que o acontecido se dera porque, resumindo, o Departamento Central de Investigação e Acção Penal  (DCIAP) não fornecera aos advogados, em tempo útil, toda a matéria que consta do inquérito. Daí os pedidos dos advogados, dar-se-lhes tempo para se inteirarem convenientemente das monstruosas peças processuais acumuladas em 13,5 milhões de ficheiros informáticos. Para legitimar a interrupção dos tempos legais para o processo entrar em fase de instrução o super-juiz (todos sabemos quem ele é) recorreu à figura do justo impedimento. Expediente a que se recorre quando um magistrado responsável por um processo adoece ou morre, o que, abrenúncio, não aconteceu ao super-juiz. Não se sabendo ainda quando o Marquês sairá do limbo, impossível é prever o tempo que ainda levará a Operação. Findará ainda no meu tempo?
Uma coisa leva a outra, ou seja, esta notícia fez-me recordar o artigo de sábado, do cronista J.M. Tavares, estrela do núcleo duro dos comentadores da ala direita do Público, intitulado  "O mistério Rui Rio". Nele, embora com brevidade, Tavares, ao debitar sobre as trapalhadas de Santana Lopes que Rui Rio não descreveu, tinha que arranjar motivo para se referir a Sócrates, (o homem domina-lhe a cachimónia), escrevendo: ... eu não engulo a narrativa de que o PS é inocente e apenas Sócrates culpado. Tavares, autoritário, clama, que o PS venha a ser o 29º arguido da Operação Marquês de que o ex-primeiro ministro ainda é o principal culpado. É o que é!