31 de agosto de 2017

TRADUÇÕES: (4)

Rosebud, fragmentos de biografias, de 2009
de Pierre Assouline, escritor francês, nascido em Casablanca, em 1953, jornalista, cronista, biógrafo, romancista.
Editado pela Bertrand, com tradução minha e da Helena, minha mulher, um livro que mal olhei para ele, lhe li o título, me fez recordar o filme, Citizen Kane, de Orson Welles, que entre nós se chamou, O mundo a seus pés. Certo é que não foi o mundo que Kane (Orson Welles) teve a seus pés, mas sim os verdadeiros amantes da arte cinematográfica. Mas porquê tal recordação? Porque Rosebud  foi a última palavra pronunciada pelo magnata da imprensa americana Charles Foster Kane, ao morrer. E qual é o significado dessa palavra? Que esconde ela?  Direi apenas que é algo, ou a imagem de algo, que pode ser tudo, real ou irreal, um sólido, uma gota de água, uma nuvem, algo bonito ou feio, grande ou pequeno, duro ou macio, agradável ou execrável, que um dia nos assombra e para sempre nos condiciona, o cérebro a alma, obrigando-nos a não esquecer o que se perdeu para sempre, o que nunca se conseguiu encontrar. Veja-se o filme!  
Pierre Assouline viu o filme e por causa dele tornou-se um biógrafo, um investigador. O seu livro é, pois, o relato das suas buscas para encontrar o rosebud que cada um dos seus biografados, consciente ou inconscientemente, esconde. E eles são: Rudyard Kipling, escritor,  Henri Cartier-Bresson, fotógrafo, Paul Celan, poeta,  Jean Moulin, político,  Lady Diana Spencer, princesa, Picasso, pintor,  Pierre Bonnard, pintor..
Bem ou mal, penso, não será rosebud  (botão de rosa, em português), apenas, a nossa consciência?

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