29 de abril de 2023

Fim de um Ciclo

Caros leitores do Manojas, 

Daqui vos fala a Beatriz Loureiro, neta (uma das...),

A mensagem que vos trago hoje veste um trave de amargura mas também de felicidade. 

O escritor deste blog, e meu avô querido, Manuel José Trindade Loureiro, faleceu a 24 de abril de 2023 depois de uma luta breve contra a inevitável idade. Claro que teria de ser um dia antes do 25 de abril, nem esperaríamos outra coisa. 

Por este motivo, decidi entrar no seu blog e deixar-vos com umas palavras, dele, claro, para que todos possam ter um momento de homenagem e de despedida.

Nunca fui boa com as palavras como o meu avô e por isso acho adequado deixar mais um pedaço dele para todos lerem. Palavras estas que ele escreveu como 'Memórias'. 

Aqui ficam...

«Alguém  disse  e/ou  escreveu,  não  sei  quem,  não  sei quando ou onde,  que alguém, homem ou mulher, para ser verdadeiramente alguém,  devia  plantar uma árvore, ter um filho, escrever  um  livro. Não  será  uma  máxima  bíblica, mas não haverá homem ou mulher  que não queira, não se esforce, não gostasse,  de cumprir  as três regras. Ouvi ou li a sentença, era então muito novo, e,  pretendendo ser alguém, logo me aprontei a cumpri-la. A árvore plantei-a na aldeia dos Vidais,  julgo que um pessegueiro,  mas também  pode  ter sido uma pereira  ou uma macieira, que, posso jurá-lo, medrou. Quanto ao filho, ainda tive que esperar alguns anos.  Aliás, tive  dois, um casal,  convencionalmente, só depois de ter casado. Mas o mais trabalhoso foi o livro, não obstante o meu desejo de ser escritor…

Gostaria, é verdade,  de ter sido um escritor, um romancista,  que,  em certa medida,  vivesse da escrita, mas cedo dei conta que não tinha unhas para o ser. Faltou-me o quê? O dom, o talento, a a imaginação, a coragem, tudo isso e mais alguma coisa? Sei lá! O que sei,  no entanto,  é que tal não evitou que tivesse escrito páginas e páginas, muitas rasgadas, de histórias inacabadas,  de ideias  não concretizadas, mas nem todas perdidas,  quase todas engavetadas.


Há coisas que não contei,  há coisas que não vou contar.

Há coisas  que não quis ouvir,  há coisas que não quis ver.  

Há coisas que esqueci e coisas que quis esquecer. 

Há pensamentos, sonhos,  angústias,  mágoas, desejos … que ficam comigo, que morrerão comigo.»

Manuel José Trindade Loureiro

19/07/1928 - 24/04/2023 


Obrigada a todos, 

Qualquer contacto que queiram fazer deixo o meu e-mail - beatrizloureirofernandes@gmail.com

Beatriz Loureiro

2 de abril de 2023

Sobre a Guerra na Ucrânia

Excelente o artigo de Vital Moreira, no seu blogue Causa Nossa do passado dia 30, com o título: Guerra na Ucrânia: Agressão não provocada? Assinava-o sem hesitação. Ele aliás confirma o que aqui escrevi, em nome do Manojas, nos dias 27/6/22 e 24/9/22, e não só, sobre o mesmo tema. A guerra é um crime, sejam quais forem as justificações, o que culpa, sem qualquer dúvida, o presidente Putin, da Rússia, que a desencadeou, chame-lhe ele o que lhe chamar, mas que condena, igualmente, quem a provocou, o presidente Zelensky, da Ucrânia, e também o presidente Biden, dos EUA, que a alimentou e alimenta, com o apoio, servil, da União Europeia.                                                                                                  Sim, a Guerra na Ucrânia foi provocada, e na minha opinião, o mais desprezível dos responsáveis é Zelensky, que não podia ignorar e não ignorava que Putin nunca aceitaria que a Ucrânia deixasse a neutralidade e se prontificasse a aderir à Nato. Insistindo nesse propósito, o endeusado Zelensky, ganancioso, vaidoso e sem escrúpulos, sentenciou a destruição do seu país e a morte de muitos dos seus concidadãos.




20 de janeiro de 2023

O CASAMENTO

Mais vale tarde do que nunca, eis uma frase que agora muito utilizo. Por isso aqui estou, com algum atraso, a dar-lhes a novidade. Adiante. Na passada quarta feira, às 8 horas da manhã, ainda a Helena e eu estávamos deitados, para nossa surpresa algo envergonhada, telefonou-nos a nossa neta Beatriz que nos anunciou: Parabéns, fazem hoje anos de casados. Logo vou aí e levo o jantar. Vejam lá, tinhamos nos esquecido, na véspera, de ir ao calendário e não nos lembrámos do nosso nó, daquele luminoso domingo de 18 de janeiro de 1958, daquele belo dia em que nos casámos. Sim, acreditem, casámos já lá vão 65 anos. Como foi possível esquecermos tal dia? Ora, ora, na verdade as idade não perdoam e estão mesmo a nos engendrar algumas partidas. Ai, estas idades: 89 a da Helena  e 94 a minha. Mas tivemos o excelente jantar que a nossa Beatriz encomendou e foi buscar ao "Flagrante delitro" (restaurante que assim homenageia o Fenando Pessoa): arroz de bacalhau, coelho guisado ou à caçadora, lindos camarões, mais isto e mais aquilo, bolos, bombons, vinhos branco e tinto, espumante, e com a boa companhia, de alguns familiares e de alguns amigos. os possíveis, que, desculpem-me, não vou mencionar. Quem sabe, talvez para o ano, eles e os ausentes, possam e queiram estar cá todos. Ah! Ah. Ah! Ah! 


2 de novembro de 2022

Manojas: Eu e o Brasil

 

Viva o Brasil! Viva o Lula! Abaixo o Bolsonaro! Lula da Silva venceu as eleições e será de novo o Presidente democrata do Brasil. Foi, é um alívio, mas não uma despreocupação. Basta olharmos o resultado  final da votação: Lula 50,9% e Bolsonaro 49,1%. É o Brasil dividido ao meio com a particularidade de todos os votos em Bolsonaro serem os votos dos incondicionais do bolsonarismo, mas nem todos os votos em Lula, muito pelo contrário, serem por ele, mas apenas contra o seu adversário. Lula, na sua governação, não vai ter o apoio unânime do Brasil da direita, esquerda e centro democráticos, mas vai ter contra ela, também, toda a raiva política dos bolsonaristas e seus capangas.  O futuro próximo do Brasil, vai ser agitado, difícil, perigoso. Oxalá, muito sincera e sentidamente o digo, me engane nestas minhas breves e modestas considerações e previsões. Mas de descendência brasileira, tinha e devia tomar posição, e, sim, contra o fascismo bolsonarista, como, antes, sempre o tomei, como português, contra o fascismo  salazarista. Tenho sangue brasileiro, a minha avó materna era brasileira, tenho, penso ainda ter, amigos brasileiros, e não esqueço o que muito aprendi, e me orientou, com a muita e ávida leitura da literatura brasileira. Assim, ansioso e expectante pelo que de lá virá,  por aqui me fico. E, viva o Brasil!                                                              

2 de outubro de 2022

 

Surpreendido, mas muita admiração, li o artigo do professor universitário Viriato Soromenho Marques, intitulado "Dentro do pandemónio", publicado no Diário de Noticias, de ontem, dia 1 de outubro, e transcrito no blogue  Estátua de Sal, de hoje, dia 2. que se refere à sabotagem dos pipelines Nordstream 1 e 2 e faz alguns comentários à situação conflituosa que, não só a Europa, mas todo o nosso mundo está a enfrentar. Com muito poucas excepções, a estupidez, cegueira, irresponsabilidade, falsidade, de muitas das notícias que jornais e TV nos têm transmitido, sobre a situação referida, é avassaladora.        Entendi, assim, que era bem merecido que o Manojas aconselhasse no nosso blogue a leitura do artigo de alguém que é alguém.

 

24 de setembro de 2022

A GUERRA É UM CRIME

 Nasci cerca de 10 anos antes do início da Guerra Civil Espanhola e da Segunda Grande Guerra Mundial, tendo-as acompanhado até ao fim, até aos meus 17 anos. Foram para mim as primeiras, mas não as últimas, como, aliás, já anteriormente tinha havido muitas mais.                                                      A chamada guerra, nasceu, cresceu e desenvolveu-se com o ser humano, faz parte dele, da existência dele, da nossa vida. Os dicionários e enciclopédias definem-na como uma luta armada entre duas ou mais nações, ou, até, mas apenas em sentido figurado, como uma rixa, contenda ou inimizade, entre pessoas ou famílias. Eu diria que a guerra é um crime, o mais grave dos crimes de morte cometidos pelo ser humano.                                                                                                                                                Do meu tempo, são ainda estas guerras: a Colonial,  a do Golfo, a do Vietname, a do Iraque, a da Síria,  a do Líbano, a do Afeganistão, as dos Israelos-Árabes,  e sei lá quantas mais, e do próximo fim dele, do meu tempo, esta guerra  que agora nos atormenta, a da Rússia vs Ucrânia, que começa já a ser a da Rússia vs NATO, o que nos leva a temer que venha a haver, no futuro, uma guerra atómica ou termonuclear, ou seja, a guerra do fim da humanidade.                                                                             Já tive ocasião de comentar aqui, neste meu blogue, o conflito da Rússia com a Ucrânia, confirmando que, indubitavelmente, foi a Rússia que o iniciou, a Ucrânia que o provocou, o Ocidente, encabeçado pelos EUA, apoiado pela UE e demais subalternos seus, que o alimentou e continua a alimentar, como se esse fosse o melhor caminho para ganhar a paz. Não era, não é, mas como perder a oportunidade de enfraquecer o inimigo, senão arrastando-o para uma guerra sem fim previsível?                                      A Rússia e a Ucrânia, envolvidas, há muito, num ressentimento mútuo que as faziam e fazem odiar-se, enveredaram pelo confronto, a primeira acusando a segunda de nazismo e não aceitando que esta se filie na NATO, abandonando a sua neutralidade em relação a si, a segunda com um passado recente nada louvável, teimando precisamente no contrário, deixar de ser neutral, e insistir em bater à porta da NATO. E veio a invasão, a que Putin chamou "operação militar especial" e deu a missão de "desmilitar" e "desnazificar",  que se transformou numa guerra que nos oprime e assusta.                                   Guerra é guerra, as justificações dadas não ilibaram, não ilibam, pois, os presidentes da Rússia, Putin, da Ucrânia, Zelensky, dos EUA, Biden, do crime assumido, o desencadear , provocar, alimentar, a guerra. essa guerra que, porventura no mínimo, iria destruir um país, e matar milhares, e de civis inocentes: homens, mulheres, crianças. O que já aconteceu e vai continuar.                                             Esta guerra não devia mesmo ter acontecido. Só que, quem podia ter tentado travá-la, ou no mínimo adiá-la, não o fez, aceitando, interesseiramente, propósitos alheios, coincidentes com os seus. Refiro-me, naturalmente, ao endeusado e ganancioso Zelensky, e aos ambiciosos objectivos políticos dos EUA, o vir a ser o dono disto tudo.                                                                                                                   Seja como for, este conflito Rússia Vs Ucrânia é apenas mais um episódio, embora distante e indirecto, do confronto, já antigo, mas não esquecido, entre os EUA e a Rússia  soviética, a URSS, que se foi agravando a partir dos fins da Segunda Grande Guerra Mundial, até à Guerra Fria entre as duas potências, que, favorável aos EUA, originou a queda da União Soviética. Só que a Rússia, propriamente dita, sobreviveu, e, embora humilhada, fragilizada e em crise, foi-se recompondo, até voltar a ser uma potência a considerar. E o confronto, adormecido, mas não esquecido, regressou, intransigente e sem fim à vista. E a Ucrânia foi o pretexto para elas se avaliarem. Para a Rússia ela seria mais um partido armado pela NATO, com longas fronteiras abertas e as armas apontadas para si. Daí as queixas de  que estava a ser ameaçada. Para os EUA, no entanto, a Ucrânia  apenas estaria a reforçar a defesa do Ocidente.                                                                                                                                                 Putin não terá avaliado devidamente a resistência ucraniana, nem imaginado a desabrida reacção ocidental, e Biden terá sonhado que talvez tivesse chegado a altura de ser ele a conseguir sero dono disto tudo. Vamos lá saber?                                                                                                                      Mas sabemos que estamos e vamos estar em guerra, e que esta está e vai estar muito perto de se tornar um desastre nuclear.
















 do Líbano,    

6 de setembro de 2022

Manso é que não é.

 Fiz alguns comentários a textos da autora do blogue (Um jeito manso). Nunca me respondeu directamente  às  explicações que eu entendia dar-lhe nem nunca tentou concretizar as acusações que insinuava sobre o que eu dizia, fazia ou pensava. Acabou  por não publicar o que eu lhe escrevia. Desafiei--a a enviar para o meu blogue os comentários que eu lhe tinha enviado, que comprovariam ou não as razões da sua atitude. Até agora não fez. Assunto encerrado. Para quê insistir, para quê enervar-lhe, ainda mais, a mansidão.