26 de abril de 2021

PARA A HISTÓRIA DA LITERATURA POLICIAL POTTUGUESA QUE UM DIA ALGUÉM HÁ-DE ESCREVER - 4c

NA DITADURA /  ESTADO NOVO

                                                        1941

BLACK, JAMES, pseudónimo de Mário Domingues: A tragédia do palhaço, romance, lª edição, Agência Editorial Brasileira, nº 28 da colecção Detective, Lisboa.

COELHO, ADOLFO : Porto de abrigo, romance de espionagem em que o objectivo dos agentes em acção é deitarem a mão aos planos do raio da morte, uma descoberta do sinistro professor Zenthul. Alguns amores, entre eles, amenizam a história, da qual o autor extraiu o argumento do filme, com o mesmo nome, que ele próprio realizou.                                 APIS, o homem que desencadeou a I GRANDE GUERRA : romance baseado na biografia de Dragutin Dimitrievich,conhecido por Apis, militar, revolucionário e conspirador sérvio, líder da sociedade secreta Mão Negra, implicada, em 1914, no assassinato do arquiduque austriaco que deu origem à I Grande Guerra Mundial, que foi preso e fuzilado em 1917.     1ªs edições, Clássica Editora, Lisboa. 

JOELSON, W., peudónimo de MÁRIO DOMINGUES: A história sem nome de um homem sem, pernas; O clube dos gangsters; Um grito no 65º andar, A dança do sabre, romances. 1ªs edições, Agência Editorial Brasileira, nºs 6, 7 ,8 e 9 colecção Savil, Lisboa.

MACKAY, NELSON, pseudónimo de  MÁRIO DOMINGUES : O cão polícia, romance. 1ª edição,  Agência Editrial Brasileira, nº 27 da colecção Detective, Lisboa.

MARQUES, EDGAR (1899 - 1962): Ela, ele e o fantasma, romance. 1ª edição, Minerva.

TELO, ALEXANDRE: Um condenado inocente, romance. 1ª edição, do autor, Funchal, 

NESSE ANO: Publicação do livro de poemas, Beco, de Sidónio Muralha. Publicação do romance Esteiros, de Soeiro Pereira Gomes.

                                               1942

ALMIRO, FERNANDO de, pseudónimo de autor português desconhecido: O morto que mata, romance. 1ª edição, Agência Editorial Brasileira, nº 29 colecção Detective, Lisboa.

BIRCH, THOMAS, pseudónimo de MÁRIO DOMINGUES: O punhal envenenado, romance. 1ª edição, Agência Editorial Brasileira, nº 30 da colecção Detective, Lisboa.

FELTON, MAX, pseudónimo de MÁRIO DOMINGUES: A esfera misteriosa, romance.  1ª edição, Vida Mundial, nº 1 da colecção Policial, Lisboa.

FERREIRA, ARMANDO: Sherlock Holmes Júnior no circo, contos em, Um Livro de Graça, 1ª edição, Guimarães & Cª., Lisboa.

GOULART, AMÍLCAR, (1919 - ?): O enigma do buda de marfim, romance. 1ª edição, Clássica Editora, nº 53 da colecção Os Melhores Romances Policiais, Lisboa.

JOELSON, W., pseudónimo de MÁRIO DOMINGUES: O mercador de crimes; O navio sem pátria; O penitenciário 1022; Chang contra Savil, romances. 1ªs edições, Agencia Editorial Brasileira, nºs 10, 11, 12, 13 da colecção Savil, Lisboa.

LEAL, AMÉRICO: Um sinal a mais..., romance. 1ª edição, A. de O. Leal.

WATERMAN, JOE, pseudónimo de MÁRIO DOMINGUES: A seita tenebrosa, romance. 1ª edição, Agência Editorial Brasileira, nº 31  da colecção Detective, Lisboa.

NESSE ANO: Publicação do livro de poemas, Passagem de nível, de Sidónio Muralha. Publicação do romance, Avieiros, de Alves Redol.                                                                    O exército japonês ocupa Timor.

                                              1943

BERRY, CHARLES, pseudónimo de GENTIL MARQUES: Fugiu uma espia, romance. 1ª edição, Vida Mundial, colecção Grandes Romances de Guerra, Lisboa         

DAMAR, MARCEL, pseudónimo de GENTIL MARQUES: Fui morto por um fantasma, romance. 1ª edição, Romano Torres, nº 3 da colecção Grandes Mistérios, Grandes Aventuras, Lisboa.

DURAND, MARCEL, pseudónimo de MÁRIO DOMINGUES: Um homem aniquilado, romance. 1ª edição, Agência Editorial Brasileira, nº 34 da colecção Detective, Lisboa.

FALK, JOHN S., pseudónimo de MARIA AMÁLIA MARQUES (1914 - ?), O mistério da bailarina chinesa, romance. 1ª edição, Romano Torres, nº 2 da colecção Grandes Mistérios, Grandes Aventuras, Lisboa.

HOPKINS, FRANCK, pseudónimo de FERNANDO DE ALMIRO: O polvo amarelo. romance. 1ª edição, Agência Editorial Brasileira, nº 32 da colecção Detective, Lisboa.

JOELSON, W., pseudónimo de MÁRIO DOMINGUES: Uma batalha no Pacífico, romance. 1ª edição, Agência Editorial Brasileira, nº 14 da colecção Savil, Lisboa.

LESLIE, JONATHAN: pseudónimo de BARNABÉ SANTOS: A misteriosa morte de Mister Crayle, e, O devorador de cadáveres, romances. 1ª edições, Livraria Progredior, nºs 2 e 3 da colecção Misteriosa, Porto.

REIA, NEVES  (1890 - ?): O segredo do afogado, romance. 1ª edição, Empresa Nacional de Publicidade, Lisboa.

STRONG, JAMES, pseudónimo de GENTIL MARQUES: Os cinco suspeitos de Park House, romance. 1ª edição, Romano Torres, nº 1 da colecção Grandes Mistérios, Grandes Aventuras, Lisboa.

WATERMAN, JOE : peudónimo de MÁRIO DOMINGUES : O inimigo público nº 1, romance. 1ª edição, Agência Editorial Brasileira, nº 35 da colecção Detective, Lisboa.

NESSE ANO: Publicação do romance Cerromaior, de Manuel da Fonseca; Publicação do romance, Fanga, de Alves Redol; Publicação do livro de poemas Romanceiro, Armindo Rodrigues.

                                                 1944

BARNNER, PHILIP, pseudónimo de JOSÉ ROSADO: O crime da estrada de Colchester, romance. 1ª edição, Romano Torres, nº 8 da colecção Grandes Mistérios, Grandes Aventuras, Lisboa.

FALK, JOHN S.,  pseudónimo de MARIA AMÁLIA MARQUES: Noites tenebrosas de Changai, romance. 1ª edição, Romano Torres, nº 6 da colecção Grandes Mistérios Grandes Aventuras, Lisboa. 

FORST, WILLIAM, pseudónimo de GENTIL MARQUES: Charlie Chan na ilha do Tesouro, romance, 1ª edição, Hélio, nº 1 da colecção Charlie Chan, Lisboa

GIBBONS, HERBERT, pseudónimo de GENTIL MARQUESO enigma de Queen's Street, romance. 1ª edição, Romano Torres, nº 5 da colecção Grandes Mistérios, Grandes Aventuras, Lisboa. 

O'BRION, PETER, pseudónimo de MÁRIO DOMINGUES: Pégadas no caminho, romance. 1ª edição, Agência Editorial Brasileira, nº 1 da colecção Detective (Nova Fase), Lisboa.

RICHARDSON, G. D., pseudónimo de GENTIL MARQUES: O crime do estúdio nº 7, romance. 1ª edição, Romano Torres, nº 4 da colecção Gandes Mistérios, Grandes Aventuras, Lisboa

STRONG, JAMES, pseudónimo de GENTIL MARQUES: A morte espreita pela janela, romance. 1ª edição, Romano Torres, nº 7 da colecção Grandes Mistérios, Grandes Aventuras, Lisboa.

 SHERIDAN, OLIVER, paeudónimo de autor portugu^ws desconhecido: Porta secreta, romance. 1ª edição, Vida Mundial, nº 2 da colecção Policial, Lisboa.

NESSE ANO: Publicação do romance, Mau tempo no canal, Vitorino Nemésio.

                                                  1945   

AL-CANE, PATRICK (1910 - 1978), pseudónimo de DUTRA FARIA: O mistério da serra interdita, romance. 1ª edição, Pró-domo, nº 1 da colecção Biblioteca da Aventura e do Mistério, Lisboa.

BART, VAN DER, pseudónimo de MASCARANHAS BARRETO: O ramo de salgueiro, romance. 1ª edição, Pró-domo, nº 2 colecção Biblioteca da Aventura e do Mistério, Lisboa.

BENETT, HUGH MC, pseudónimo de MARIA AMÁLIA MARQUES: O segredo do    castelo Klavelay, romance. 1ª edição, Romano Torres, nº 11 da colecção Grandes Mistérios, Grandes Aventuras, Lisboa.

CAMPEÃO, ARMANDO MACHADO: Um crime quase perfeito, conto publicado no magazine, Detective, de 25 de outubro, Lisboa.

CHURCHILL, JOHN, pseudónimo de FRANCISCO AUGUSTO da SIVA (1901 -?): O mistério do avião cinzento, romance. 1ª edição, Livraria Progredior nº 5 da colecção Misteriosa, Porto. 

DAMAR, MARCEL, pseudónimo de GENTIL MARQUES: O assassino mora no rés-do-chão, e, O ladrão voltou de madrugada, romances. 1ªs edições, Romano Torres, nºs 10 e 12 da colecção Grandes Mistérios, Grandes Aventuras, Lisboa.

FALK, JOHN, pseudónimo de  MARIA AMÁLIA MARQUES: Mataram Mister Ghang, romance, 1ª edição, Romano Torres, nº 13 da colecção Grandes Mistérios, Grandes Aventuras, Lisboa.

FARIA, AMÉRICO: Dois crimes no Berkeley, romance. 1ª edição, Clássica Editora, nº 59 de colecção Os Melhores Romances Policiais, Lisboa. 

FELTON, MAX, pseudónimo de MÁRIO DOMINGUES: Meia noite e doze, romance. 1ª edição, Vida Mundial Editora, nº 3 da colecção Policial, Lisboa.

FERREIRA,JAMES: O crime do Moinho do Urzal, romance. 1ª edição, da Livraria Figueirinhas, Porto.

FERREIRA, REINALDO: Memórias extraordinárias do major Calafaia, romance póstumo, com prefácio de Mário Domingues. 1ª edição, Vida Mundial Editora, colecção Policial, Lisboa.

FORTSTER, WILLIAM, pseudónimo de GENTL MARQUES: O caso estranho da Victory Dock, romance. 1ª edição, Romano Torres, nº 14 da colecção Grandes Mistérios, Grandes Aventuras, Lisboa.

FULTON, ADAM, pseudónimo de AMÉRICO FARIAO roubo do Grão Mongol, romance. 1ª edição, Clássica Editora, nº 56 da colecção Os Melhores Romances Policias, Lisboa.

GASPAR, JOSÉ da NATIVIDADE: O mistério da ópera, romance. A primeira investigação, em Portugal, do detective inglês Sam Brown, inspector da Scotland Yard. 1ª edição, Clássica Editora, nº 58 da colecção Os Melhores Romances Policiais, Lisboa.

GIBBONS, HERBERT, pseudónimo de GENTIL MARQUES: Três enforcados numa corda, romance. 1ª edição, Romano Torres, nº 9 da colecção Grandes Mistérios, Grandes Aventuras, Lisboa.

GORDON, FRED, pseudónimo de MÁRIO DOMINGUES: O prego de ouro, romance. 1º edição, Agência Editorial Brasileira, colecção Detective, Lisboa.

JOELSON, W., pseudónimo de MÁRIO DOMINGUES: Gregor, mão de ferro, e, O bruxo oriente,romaces. 1ªs edições, Agência Editorial Brasileira, nºs 15 e 16  da colecção Savil, Lisboa.

LEITE, NATÉRCIA: A estranha morte de Fernando Faria, conto publicado na revista, Mundial Ilustrada, de 24 de abril, na secção Mistério e Aventura, Lisboa.

MATIAS, J.,: A caveira de prata, romance. 1ª edição, Livraria Progredior, Porto.

RICHMOND, ÓSCAR, pseudónimo de PINTO DE MAGALHÃES: Máscara negra, romance. 1ª edição, Henrique Torres Editor, Lisboa.

SHOULDMAKE, ANA, pseudónimo de AMÉRICO FARIA: O mistério do avião C-4, romance. 1ª edição, Clássica Editora, nº 57 da colecção Os Melhores Romances Policiais, Lisboa.

STRONG, JAMES, pseudónimo de GENTIL MARQUES: A vingança diabólica de Rangú, romance. 1ª edição, Romano Torres, nº 15 da colecção Grandes Mistérios, Grandes Aventuras, Lisboa.

NESSE ANO: Publicação do ensaio, Os mitos acerca das origens da guerra, de Vitorino Magalhães Godinho. Publicação do romance, Casa da malta, de Fernando Namora, Publicação do livro de versos, Incomodidade, de Joaquim Namorado.                                    A PVDE passa a chamar-se Polícia Internacional de Defesa do Estado (PIDE).           Termina a 2ª Grande Guerra Mundial, com a Alemanha a assinar a capitulação a 7 de maio e o Japão a 2 de setembro. 




 

   



        











 


25 de abril de 2021

O GLORIOSO 25 DE ABRIL DE 1974

Nasci em 1928, um ano muito próximo do ano em que nasceu o dito Estado Novo/Ditadura, malfadado(a). A pesar disso, desde que tive consciência, desde que comecei a conhecer o país em que nascera, a conhecer a história do meu país, de Portugal, que comecei a ter orgulho em ser português. O glorioso 25 de Abril de 1974 veio  tarde, mas muito a tempo de confirmar que eu tinha razão. A mesma razão que, certamente, tiveram aqueles que aspiraram e lutaram, sem nunca desistir, que tal dia acontecesse. E convicto dessa certeza, recordo, deles, os três políticos mais importantes dos três partidos políticos mais importantes do nosso país: Álvaro Cunhal, Mário Soares, Sá Carneiro. Viva o 25 de Abril, viva Portugal. 

23 de abril de 2021

MANOJAS, factos e considerações sobre José Sócrates (J.S.) e a Operação Marquês

- Pessoalmente, nunca conheci, não conheço, J.S., nunca o vi nem mais magro, nem mais gordo.             - J.S., que foi militante do PS, secretário-geral do PS, 1º Ministro dum governo do PS c/ maioria absoluta e, como tal, o nosso melhor 1º Ministro.                                                                                        - J.S. que, no seu segundo mandato, perante a crise financeira geral, entretanto desencadeada, a errada orientação inicial dada pela União Europeia, e, mais tarde, o chumbo do PEC 4, pela Assembleia da República, se demitiu e, já em governo de gestão, se viu na contingência de pedir assistência financeira à Comissão Europeia o que deu origem à vinda da Troika.                                                         -             - J.S., que, em novembro de 2014, em Paris, inscrito no Instituto de Estudos Políticos, para estudar e tirar um curso, sabe que está acusado de corrupção, fraude fiscal, branqueamento de capitais, e que o juiz de instrução o quer interrogar.  Vem para Portugal, por sua livre e espontânea vontade, para se defender. À sua espera no aeroporto, com grande aparato, o juiz de instrução, a polícia judiciária e a comunicação social (jornais e tv). É detido e, depois de ouvido, é-lhe decretada, pelo juiz de instrução Carlos Alexandre, prisão preventiva (durou nove meses, de 11 de novembro de 2014 a 9 de setembro de 2015), a que se seguiu um mês de prisão domiciliária, invocando, sem qualquer fundamento, interferência prejudicial na investigação e o perigo de fuga.                                                                     – - J.S., que foi, durante sete anos, investigado, perseguido e enxovalhado, pela Ministério Público, pela comunicação social e pela opinião pública, e ignorado pelo PS, com António Costa a virar-lhe as costas com a justificação: “à justiça o que é da justiça, à política o que é da política”. É certo que houve excepções, poucas, sendo relevante mencionar, Mário Soares, que se mostrou crítico e indignado.         -- J.S., que, face à raiva e ódio com que a Sociedade, sem mais, o tem acusado, talvez melhor dizendo, condenado, bem pode apontar a comunicação social (jornais, tvs. rádios) e a justiça (juiz de instrução e magistrados do M.P.) de serem as responsáveis por tal comportamento: esta (estes) a fornecer àquela (àqueles), elementos do processo favoráveis às teses incriminatórias (até segredos de justiça), aquela, quase sempre alinhando com tais intenções, fornecendo à opinião pública, notícias oriundas de tais intencionais elementos processuais, como verdades absolutas, esquecendo, inclusive, o princípio do contraditório.                                                                                                                                                - J.S., que ao fim dos sete anos, confrontado com um despacho de pronúncia de 6 700 páginas, foi ilibado pelo juiz de instrução Ivo Rosa que substituiu o juiz Carlos Alexandre, dos crimes de corrupção, baseados em provas indirectas, em suposições, estando alguns, aliás, já prescritos, e que considerou as investigações do M.P. incoerentes, incongruentes, inócuas, fantasiosas, embora mantivesse para futuro julgamento, três crimes de branqueamento de capitais e três crimes de falsificação de documentos.          - J.S., que, entretanto, através do seu advogado, já apresentou um requerimento pedindo a nulidade do despacho do juiz Ivo Rosa, relativo à decisão de levá-lo a julgamento pelos seis crimes acima mencionados, por «alteração ilegal da acusação».   

É voz corrente enaltecer António Costa, pela sua postura, pelas suas declarações. Ele defendeu o PS, evitou-lhe alguns incómodos, diz-se. Não alinho. No fundo o que houve foi algum sentimento de culpa, alguma cobardia, alguma falta de solidariedade, de lealdade partidária, para com um camarada, ainda de nada condenado. António Costa, se agradou a gregos, desagradou a troianos, ou vice-versa, mesmo que contidos. Fora do PS, nos aplausos, pairou muita hipocrisia. Já se insinua: Então eles não desconfiaram de nada? Então não deram por nada? Já se grita:  Então o PS não faz introspecção sobre o caso? Então o PS não faz autocrítica? Parece que para o PS, para muitos socialistas, está a ser difícil perceber(em), ou acreditar(em), que para os anti-socráticos o mau da fita não é propriamente o Sócrates, que é apenas um pretexto, quem eles querem verdadeiramente atingir, se possível destruir, é o PS. Olá, se é!

 

 

 

 

16 de abril de 2021

PARA A HISTÓRIA DA LITERATURA POLICIAL PORTUGUESA QUE UM DIA ALGUÉM HÁ-DE ESCREVER - 4b

 DITADURA /  ESTADO NOVO

                                                               1935

BORRACHO, HENRIQUE: A dama de luto, romance. 1ª edição, Casa Editora Nunes de Carvalho, Lisboa.

CACHAPUZ, PEDRO: O mistério do Campo Grande, romance (incompleto), publicado na revista, Estudantes de Portugal, de maio a setembro. 

FERREIRA, REINALDO: Um romancista e um fantasma, um pequeno conto referido como uma das aventuras do repórter Kiá, publicado no nº 16 do semanário X, de 14 de março, que com ele dá início à colecção, Novelas Misteriosas. A mosca de ouro e A mosca de prata, contos publicados no semanário X, de abril e maio, na colecção, Novelas Misteriosas. O homem que mudou de cor, peça adaptada do conto, Preto e Branco, estreada em 12 de julho. A regra de X em vermelho, uma novela policial, apresentada como a última reportagem do repórter Kiá, publicada no nº 67 do semanário O Diabo, do dia 6 de outubro. Agulha, o ardina detective (o segredo da boneca de corda), primeiro e único capítulo do folhetim publicado no, Tic-Tac, de 11 de agosto a 15 de dezembro.

GERMAIN, VICTOR, pseudónimo de A. Victor Machado: Noivas de leões, e. O terror das montanhas, romances. 1ªs edições, Henrique Torres, Lisboa. 

GRAÇA, ANTÓNIO PINTO QUARTIN: A lenda e o processo do estranho caso de Pauling, novela policial incluída no livro, Três mulheres, da escritora Maria Archer, publicado em Luanda.

SERAVAT, ARMANDO de: A dactilógrafa desaparecida conto publicado na revista, Eco Ilustrado, de 12 de outubro.

STWART, ANDRÉ, O bandido amarelo: o mistério da casa verde, romance. 1ª edição, Casa Editora Nunes de Carvalho, Lisboa.

NESSE ANO: Publicado em maio, com o nº 23, o último semanário X, dirigido por Reinaldo Ferreira. Publicação do romance, Terra fria, de Ferreira de Castro. Falecimento de Fernando Pessoa, em 20 de setembro, e de Reinaldo Ferreira, em 4 de outubro. Expulsão, do ensino superior, de 33 professores oposicionistas.

                                                                       1936

BOSH, VAN DER, pseudónimo de José Rodrigues Miguéis: Uma aventura inquietante, segunda parte, em quatro fascículos, do folhetim publicado no jornal, O Diabo, a 7,14,21 junho e 12 julho.

GERMAIN, VICTOR: O capitão fantasma, A desaparecida, Salto mortal, O segredo dum túmulo, romances. 1ªs edições, Henrique Torres Editor, Lisboa.

JOELSON, W., pseudónimo de MÁRIO DOMINGUES, O rapto de Miss Damby, romance. 1ª edição, Agêcia Editorial Brasileira, nº 1 da colecção Savil, Lisboa.

STWART, ANDRÉ: O bandido amarelo, um fantasma do mar, romance. 1ª edição, Casa Editora Nunes de Carvalho, Lisboa.

NESSE ANO: Criação do Campo de concentração do Tarrafal; Instituição da Mocidade Portuguesa e criação da Legião Portuguesa; Início da guerra civil de Espanha.

                                                 1937

BIRCH, THOMASDE : O brinquedo trágico. BLACK, JAMESO homem réptil, e, O suicídio é inevitável. CRISWELL, FRED:O salteador de mulheres. JACKSON, HENRY: O polícia demónio e Quem paga o cheque. JOELSON, W.: Os forçados da ilha sem nome. MACKAY, NELSON:O colar da felicidade e O crime da louca, WATERMAN, JOEO contrabando de mulheres, romances com o pseudónimos de MÁRIO DOMINGUES. 1ªs edições, Agência Editorial Brasileira nºs 1,2,3,4,5,6,7,8,9 da colecção Detective, Lisboa

COELHO, ADOLFO: Espiões sob a máscara da paz, romance documentário, 1ª edição, Clássica Editora, Lisboa.

GERMAIN, VICTOR: A carta vermelha, A estalagem das trevas, Os filhos da montanha, Noite sangrenta, romances. 1ªs edições, Henriques Torres Editor, Lisboa.

THURSTON, WALLACE B., pseudónimo de JOÃO de SOUSA FONSECA. Os olhos do jaguar e outros contos, livro de contos. 1ª edição, Editorial Enciclopédia,, Lisboa.

NESSE ANO: Publicação da autobiografia, A criação do mundo, de MiguelTorga.

                                              1938

BIRCH, THOMAS: Na cadeira eléctrica, BLACK, JAMES: O segredo da Índia, CRISWELL, FRED: A vingança do legionário, DURAND, MARCEL: O degredado da Guiana, JOELSON, W.: Um crime nas ruas de Nova York, romances com pseudónimos de MÁRIO DOMINGUES. 1ªs edições, Agência Editorial Brasileira, nºs 11,12,13 da colecção, Detective, e nº 3 da colecção, Savil, Lisboa.

DOMINGUES, MÁRIO: O crime de Sintra, romance cujo título talvez tenha sido escolhido em homenagem ao, Mistério da estrada de Sintra, de Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão, sendo o único romance policial que o autor assinou com o seu nome, ele que terá escrito sete ou oito dezenas eles, mas sempre sob pseudónimos ingleses. Nuns terrenos baldios de Sintra, uma pastora encontra o cadáver de um homem sem qualquer identificação. Suicídio ou crime? O director-adjunto, dr. Américo Campos e o chefe, Cardoso da Polícia de Criminal, cedo se inclinam para crime e acabam por descobrir que a vítima é em empregado bancário que tem uma amante, uma família, mãe e irmã, com quem não se dá, e um irmão desaparecido, e ainda um ex-amigo que namora a irmã. Falta saber quem o matou e porquê. Os suspeitos são poucos, e com pertinácia e alguma sorte da polícia, a verdade vem ao de cima, sem grandes sobressaltos, embora com algumas surpresas. 1ª edição, Agência Editorial Brasileira, nº 14 da colecção Detective, Lisboa.

GASPAR, JOSÉ da NATIVIDADE (1904 - ?), Torre de lenda, romance. 1ª edição, sem menção de editor, nº 1 da colecção Enigma.

GERMAIN, VICTOR, pseudónimo de A. VICTOR MACHADO: Um drama no bosque, Rapto audacioso, A sombra maldita, romances. 1ªs edições, Henriques Torres Ed., Lisboa

                                                                   1939

AMORIM, GUEDES de: Aldeia das águias, romance. 1ª edição, Minerva, Lisboa

FIGUEIREDO, MARIA de (1910 - 1971): O crime dos Poiais de S. Bento, romance. 1ª edição, Educação Nacional, Porto

JOELSON, W., pseudónimo de Mário Domingues: O tenebroso mistério do bairro chinês, e, A mulher jogada aos dados, romances. 1ªs edições, Agência Editorial Brasileira, nºs 4 e 5 da colecção Savil, Lisboa

REPÓRTER 13, paeudónimo de RIBEIRO dos SANTO: O homem que tinha medo de morrer, romance. 1ªdição, Adérito Parente, Porto. 

NESSE ANO: Fim da guerra civil de Espanha com a vitória das forças golpistas do general Franco. Pacto de não agressão entre Portugal e o novo regime espanhol. No dia 1 de Setembro a França e a Inglaterra declaram guerra à Alemanha, depois desta ter invadido a Polónia, dando início à II Grande Guerra Mundial. No dia 2 de Setembro Portugal declara-se neutral,

                                                               1940

ARCHER, MARIA (Lisboa, 1899  Lisboa, 1982), romancista, ensaísta, tradutora, jornalista, poeta dramaturga. A sua postura crítica ao regime salazarista obrigou-a a exilar-se no Brasil, em 1953, só  regressando  ao país após o 25 de abril de 1974: Há dois ladrões sem cadastro, romance. 1ª edição, Edições Argo, Lisboa. 

BOTTO, ANTÓNIO (Casal de Concavada, Abrantes, 1897 - Rio de Janeiro, Brasil, 1959), nome grande da poesia portuguesa, é uma presença ocasional na literatura policial: Isto sucedeu assim..., romance. Este seu texto não podia ser ignorado, esquecido, pelo episódio que conta, independentemente da real qualidade com que é descrito. Trata-se de uma carta em que o autor, Eduardo, confessa a um seu amigo íntimo. Manuel, que num momento de desespero, de desvario, de loucura, tinha morto uma mulher, uma prostituta. Ela encontrara-o uma noite, na rua, e tomara-o por um antigo amante, Raul, que a abandonara, e nada dos seus protestos a convenceu que ele não era o seu Raul. Insultado e agredido pela mulher acabara por estrangulá-la. E agora, com a consciência a não o deixar em paz, sabendo que o tal Raul fora preso e acusado do crime, só vê um caminho, entregar-se à polícia e confessar o crime, embora isso o vá desgraçar. A carta é um grito de angústia, um desabafo, um pedido de ajuda, um acto de autoconvencimento sobre o passo a dar. Mas terá ele a coragem de se denunciar? 1º edição, Edições Argo, Lisboa.

JACKSON, HENRY, peudónimo de MÁRIO DOMINGUES: O último gangster, romance. 1ª edição, Agência Editorial Brasileira, nº 15 da colecção Detective, Lisboa.

MAGALHÃES, ÁLVARO de: O crime da «Poça das Feiticeiras», um processo dos anos vinte, bem conhecido e badalado no país, que o autor defendeu e<m tribunal, e sobre o qual escreveu um livro, em cuja dedicatória, num exemplar oferecido a um amigo, esclarece: Sem deslindamento e dúvidas inultrapassáveis, este é um libélo defensivo da inocência dos acusados. 1º edição, Anuário, Oficinas Gráficas, Lisboa.

REPÓRTER 13, pseudónimo de RIBEIRO dos SANTOS: O segredo do charlatão, romance. 1ª edição, O Comércio de Gaia, Gaia.

TAVARES, DORA: O crime do hotel Metrópole, romance. 1ª edição, Romano Torres, Lisboa.

NESSE ANNO: Publicação do romance, Tempestade, de Ferreira de Castro;  Publicação do romance, Gaibéus, de Alves Redol;  Publicação do livro de contos, Bichos, Miguel Torga; Concordata com o Vaticano (7 de maio); Inauguração da Grande Exposição do Mundo Português (2 de junho). 







13 de abril de 2021

OPERAÇÃO MARQUÊS: um conselho e uma relembrança

 De Vital Moreira, jurisconsulto, professor catedrático jubilado, político, ex-deputado nacional e europeu, constitucionalista (considerado mesmo um dos pais da nossa Constituição), aconselho, em especial sobre o assunto em título, a leitura, no blogue, CAUSA NOSSA, do seu comentário do dia 11 deste mês: PRAÇA DA REPÚBLICA (52); O TERRAMOTO JUDICIAL  

Aproveito para relembrar o meu comentário do dia 11 sobre a governação de José Sócrates. Naturalmente, sem desenvolvimento, referi-me às seguintes intervenções: férias e benesses judiciais, mordomias a detentores de cargos públicos e de deputados, avaliação de professores, mas há mais, que não referi, como por exemplo: o genéricos das farmácias, os aerogeradores e a energia solar, as novas oportunidades, os jardins escolas, o túnel do Marão, as lojas dos cidadãos, o Magalhães para a miudagem, o inglês na primária, e depois, o TGV, o aeroporto, o terminal de Sines, o terminal de turismo de Leixões, etc. De tudo isto é que era bom falar-se, mas com serenidade e, principalmente, com seriedade. E a seguir, mas ainda com muita mais seriedade, muita mais honestidade, da TROIKA, porquê e como ela veio e foi recebida. E, vá lá, por aqui me fico.

11 de abril de 2021

OPERAÇÃO MARQUÊS

Depois de, pelo menos, sete anos, terá ela, esta Operação Marquês, chegado, não ao fim, mas ao princípio do fim? Não é certo, é mesmo duvidoso.                                                      Anteontem dia 9 de abril de 2021, foi lida, não a decisão instrutória de 6700 páginas, mas um seu resumo, e fê-lo quem a decidiu e escreveu, o juiz  Ivo Rosa. Uma decisão sobre 28 arguidos, entre os quais, José Sócrates, Ricardo Salgado, Santos Silva, Armando Vara, acusados de vários crimes. Deles, dos arguidos, o "cabeça de cartaz", é Sócrates, dos crimes. o mais grave, é o de corrupção. É sobre eles que me fixo. Por prescrição ou falta de provas o juiz ilibou-os da acusação de corrupção, a todos, justificando a sua decisão face às incongruências e incoerências. fantasias e desatenções, das investigações e pareceres do Ministério Público. o que, aliás, digo eu, já há muito, muitos pensavam e alguns, muito poucos, denunciavam. Particularmente importante, penso eu, o facto do ex-primeiro ministro José Sócrates ter sido ilibado de corrupção, enquanto efectivo primeiro ministro, dos casos apontados: Parque escolar, TGV, Vale de Lobo, Grupo Lena, Venezuela, além da OPA da Sonae. Sim, importante, porque se tratava do primeiro ministro do país. Quanto às suas relações com o seu amigo Santos Silva, aos empréstimos, que tenho eu, que temos nós a ver com isso? É da sua vida particular. É feio? É bonito? É ético, ou não é? Encobre alguma irregularidade? Se sim, descubra-se, prove-se e condene-se, mas com legalidade, com seriedade, com decência, o que nem sempre se tem verificado nesta operação, durante todos esses 7 anos. A decisão do juiz Ivo Rosa, apresentada bem explicitamente, baseada em factos concretos, não em suposições, concorde-se ou não, é uma decisão corajosa, de consciência, que não se deixou influenciar, nem intimidar, por avisos ou pareceres contrários, que desafia a generalidade da opinião pública. É uma banhada à maioria dos comentadores e seguidores da Operação Marquês, em particular aos anti-socráticos: os Tavares, os Pachecos, os Ferreiras, os Fernandes, os Carvalhos, os Costas, as Joanas, as Cabritas e muitos outros e outras, não esquecendo, naturalmente, a Vidal, o Rosário e o Alexandre. Sabem a quem me refiro. É me estranha a raiva, o ódio, a José Sócrates. Sinceramente, desconheço que motivos, que razões poderá haver, mesmo relembrando alguns dos seus mais polémicos actos governativos, como a intervenção nas férias judiciais e nas benesses aos juízes, na avaliação dos professores, nas mordomias dos detentores de cargos públicos e deputados. Mas uma coisa é certa, essa raiva, esse ódio, vão manter.se entranhados em muita da nossa sociedade desmiolada, até aumentar, mesmo que já ninguém saiba bem o porquê de tais sentimentos.  


10 de abril de 2021

Para a história da literatura policial portuguesa que um dia alguém há-de escrever - 4a

NA DITADURA / ESTADO NOVO                                                              

                                                             1931

ALMEIDA, JAIME DUARTE de: Um crime, conto publicado no, Magazine Bertrand, maio

ALMEIDA, TOMÁS de: O segredo da mina, conto publicado no nº 6 da revista, Novela Policial/Repórter X  

AMORIM, GUEDES de: O mistério do chinês, e , O homem da meia-noite, contos nos nºs 13 e 16 da revista, Novela Policial/Repórter X; A porta misteriosa, conto  publicado no jornal, O Notícias Ilustrado, de 31 de maio.

BALMACEDA, ERNESTO, pseudónimo de Ernesto Várzea (1904-1976): A minha mulher matou--se, conto publicado na revista, O Espião, de 21 de novembro; Os «filhos da noite», conto publicado no nº 26 da revista, Novela Policial/Repórter X.

CARVALHO, GILBERTO: Noite de sangue e mistério - O crime da «Poça das Feiticeiras, relato (João Alves Trindade foi agredido até à morte e o seu corpo deixado numa poça, no caminho que de Viseu, pela Via-Sacra e São Caetano, conduz a Renhados, onde foi encontrado na madrugada do dia 17 de julho de 1925. A sua filha Silvina Trindade Ribeiro e o seu genro Claudino Lopes Ribeiro foram acusados do crime, julgados e condenados. O casal sempre protestou a sua inocência, mas apesar das muitas dúvidas legitimamente levantadas, tendo dado origem a investigações, recursos, e vários opúsculos, o mistério nunca foi devidamente esclarecido. 1ª edição, do autor.

COELHO, ADOLFO: Ópio, cocaína e escravatura branca (os segredos dos tráficos ilícitos), romance. 1ª edição, Clássica Editora, Lisboa.

COSTA, ALBERTO MÁRIO de SOUSA: Como se faz um ladrão, livro de contos. 1ª edição, Guimarães Editores, Lisboa.

DOMINGUES, MÁRIO: O homem sem boca, conto publicado no nº 10 da revista, Novela Policial/Repórter X.

FALCÃO, VICTOR: O fakir hipnotizado, conto publicado no, Magazine Bertrand, de abril

FERREIRA, REINALDO: Memórias extraordinárias do dr. Duque, o cartomante do raciocínio, falsificador de cartas (2ª parte), e, A mensagem escamoteada, os dois últimos folhetins, ambos publicados no, Magazine Bertrand, de janiro e fevereiro; Novas aventuras do dr. Duque, o cartomante do raciocínio: A dama do leopardo, primeiro e único folhetim  publicado no, Magazine Bertrand, Abril e Maio; Memórias de um chauffeur de táxi (O suicida do Café Suisso; O deputado macaísta; O meio-homem; O menino do colégio franco-espanhol; Os peixinhos azuis; Os três artistas espanhóis; O sr. Hilário, novo-rico), folhetim publicado no semanário, ABC, de 10 de abril de 1930 a 5 de março de de 1931, em que Juca, o Menjou da Estefânia, revela ao Repórter X, alguns dos casos em que esteve envolvido, enquanto taxista; Um detective português do século XVIII (chama-se João, ou José, Roxo, e é referido como o «Sherlock português), crónica publicada no nº1 da gazeta, Repórter X - jornal, de 9 de agosto; A virgem do Bristol-Club, versão em livro do folhetim,  com o mesmo nome, editado pelo jornal, O Primeiro de Janeiro.

GOMES, CELESTINO (Ílhavo, 1899 - Lisboa, 1960), médico, artista plástico, poeta. Memória de uma impressão digital, conto publicado no Magazine Bertrand, de dezembro

NUNES, ANTÓNIO RISCADO: A denúncia, conto publicado no Magazine Bertrand, de março 

PAMPLONA, FERNANDO: O drama da esfinge, conto publicado no Magazine Bertrand, de novembro

REPÓRTER MISTÉRIO, pseudónimo de GENTIL MARQUES: O crime, conto publicado no jornal, O Notícias Ilustrado, de 26 de janeiro.

RICHMOND, ÓSCAR de, pseudónimo de autor português desconhecido: A luta no fundo do mar, romance. 1ª edição, Henrique Torres Editor, Lisboa.

VIEIRA, TOMÉ (19oo - ?): O crime do Bairro América, romance. 1ª edição, Agência Internacional de Publicações , nº 1 da colecção Novela de Hoje.

NESSE ANO: Publicação do primeiro número do semanário, O Espião. Publicação do primeiro número do semanário, Repórter X. Publicação do primeiro livro da colecção, Os Melhores Romances Policiais. Publicação do primeiro número do jornal, Avante, órgão central do Partido Comunista Português. Manifestações a favor e contra a ditadura.

                                                    1932  

ALTAMIRA,JORGE: As cartas da morta, conto publicado na revista, Civilizção, de junho

AMORIM, GUEDES de: O assassino falou, conto publicado  na revista, Civilização, de abril, e, O ladrão do automóvel amarelo, conto publicado semanário, Álerta, de maio.

DETECTIVE FANTASMA, pseudónimo de ADOLFO COELHO: O solar maldito, folhetim publicado no semanário, Álerta, março a maio.

FERREIRA, REINALDO: 1808 (Junot), peça escrita em colaboração com Mário Domingues, representada no teatro Almeida Garrett (Teatro Nacional), que se estreou no dia 5 de maio e se manteve em representação até ao dia 28 do mesmo mês. O táxi nº 9297, peça adaptada do romance com o mesmo título, estreada no teatro Apolo, no dia 1 de julho.  Proezas aventurosas do mosqueteiro do ar (O cemitério rifenho e O segredo do Mercedes-Hotel), folhetim publicado no, Repórter X, entre 26 novembro e 17 dezembro.

LUSO, HENRIQUE: Justiça, peça publicada na revista, Civilização, de agosto.

MACHADO, JOSÉ de FARIA: A primeira mulher, conto publicado na revista, Civilização, de Novembro.

PEIXOTO, MARIA DO CARMO: A casa assombrada, conto publicado na revista, Civilização, de maio. 

 STEW, J.: O segredo de H. 21, romance de espionagem em que os protagonistas são, Jorge Reiriz, um jovem português, muito rico, que fez a guerra em França, como oficial, e uma jovem mulher, bonita, bailarina famosa, de nome artístico, Jeta Gadul. Ele, por patriotismo, é um espião amador que desconfia que os alemães tramam algo sobre as colónias portuguesas. Ela pretende ser, por ódio e espírito de vingança, uma agente secreta, para  descobrir quem tramou a sua mãe, a espia H. 21, presa e executda pelos franceses. O tema central é, pois, saber quem é H. 21, que para surpresa geral, é a célebre Mata-Hari que, afinal, não foi executada, está viva, e, finalmente, se vinga de quem a traiu. 1ª edição, Clássica Editora, nº 4 da colecção, Os Melhores Romances Policiais, Lisboa. 

NESSE ANO: Publicação do nº 21, o último, do semanário, O Espião; Publicação do semanário, O Detective Português, sobre a direcção de Mário Domingues; Publicação do romance, O Barão, de Branquinho da Fonseca.                                                                       Salazar é nomeado Chefe do Governo (5 de Julho).

                                                              1933

BAPTISTA, L. FERREIRA: A estrela azul, conto publicado no, Magazine Bertrand, fevereiro.

FERREIRA, ARMANDO (Lisboa, 1893 - Lisboa, 1968), escritor, jornalista, engenheiro, professor: A casa do diabo, romance. 1ª edição, Livraria J. Rodrigues, colecção Fantasma  

FERREIRA, REINALDO: O segredo da cabeça de cera, o primeiro folheto da série, As aventuras extraordinárias do mosqueteiro do ar, publicado no Porto.

MARQUES, ALFREDO: Vingança, romance. 1ª edição, Editorial Hércules, Lisboa.

MONTEIRO,MÁRIO (1855 - 1951) : O fantasma de Lisboa, romance. 1ª edição, Livraria J. Rodrigues, nº 1 da colcção Fantasma.

NORONHA,EDUARDO de (Lisboa, 1859 - Lisboa, 1948), Oficial do exército, jornalista, romancista, dramaturgo: Enigma, folhetim publicado no jornal, O Primeiro de Janeiro, entre 22 de janeiro e 14 de abril. 

QUINTINHA,JULIÃO (Silves, 1885 - Lisboa, 1968), jornalista e escritor: O misterioso crime do banco alemão, conto publicado no, Magazine Bertrand, de março.

RIBEIRO,HUMBERTO: Casa maldita, romance. 1ª edição, do autor, Porto

NESSE ANO: A cultura integral do indivíduo - Problema central do nosso tempo, conferência de Bento Jesus Caraça, realizada na União Cultural «Mocidade Livre», em 25 de maio.                    Criação da Polícia de Defesa Política e Social. Prisões de sindicalistas e anarquistas. Promulgação da nova Constituição (11 de abril). Segundo governo de Salazar (13 de abril). Criação do Tribunal Militar Especial. Criação da Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE), a 29 de agosto, e, em setembro, é instituída a censura prévia da imprensa e das publicações não periódicas. Criação do Secretariado de Propaganda Nacional, dirigido por António Ferro.

                                                               1934 

BOSH, VAN DER, pseudónimo de JOSÉ RODRIGUES MIGUÉIS (Lisboa, 1901 - Lisboa 1980), formado em Direito, em 1924, na Universidade de Lisboa, e em Ciências Pedagógicas, em 1933, na Universidade de Bruxelas, colaborador dos jornais, O Diabo, Diário Popular, Diário de Lisboa, República, e director de, O Globo, dedicou a sua vida à literatura e á pedagogia: Uma aventura inquietante!, folhetim publicado no jornal, O Diabo, uma parte, vinte e sete fascículos, num total de trinta e um, entre 16 de setembro e 23 de junho de 1935. Os quatro restantes só surgiram em 1936. O interregno devido ao facto do escritor ter sido obrigado a exilar-se para os EUA, onde se fixou, tendo adquirido a nacionalidade norte-americana em 1942, confrontado com a situação política anti-democrática que então vigorava no país. Com a configuração de um romance policial,     insere-se bem na obra do autor, próxima do neo-realismo, com uma forte compnnente ética. Com humor crítico, imaginação e imprevisibilidade, conta as vicissitudes passadas por um tal Zacaarias de Almeida, acusado de ter assassinado uma mulher em virtude das suas semelhanças físicas com o suposto assassino, acabando por ser ele, da prisão, à base de raciocínio, a deslindar toda a trama.

COELHO, ADOLFO: O segredo de H. 21, romance em cuja 1ª edição, de 1932, o autor usou o pseudónimo de J. Stew. 2ª edição, Clássica Editora,  nº 4 da colecção, Os Melhores Romances Policiais, Lisboa.

FERREIRA, REINALDO: O negociante de sangue e O segredo da japonesa, 2º e 3º folhetos de, As aventuras extraordinárias do mosqueteiro do ar, publicadas no Porto.

FREIRE, JOÃO PAULO: A espia negra, romance.1ª edição, E.N. de Publicidade, Lisboa.

FRED, MAX, pseudónimo de A. VICTOR MACHADO: A máscara do criminoso, O falso gatuno, O punhal sangrento, romances. 1ªs edições, Henrique Torres Editor, Lisboa.

GERMAIN,  VICTOR, pseudónimo de A. VICTOR MACHADO: O correio do Czar, Entre feras, Escrava por amor, romances. 1ªs edições. Henrique Torres Editor, Lisboa.

MELO, ERNESTO de, (Penafiel, 1872 - Penafiel, 1939), escritor e jornalista do jornal, Tempo: O crime da Rita Pucha, romance. 1ª edição, do autor, Penafiel.

MONTEIRO CAMPOS: Duas almas cafres, conto publicado na, Civilização, de abril.

MONTEIRO, MÁRIO: A loira do Chiado, romance. 1ª edição, Livraria J. Rodrigues& Cª, nº 3 da colecção, Fantasma, Lisboa.

NOROESTE, DAVIS, pseudónimo de A. VICTOR MACHADO: A mulher fantasma, romance. 1ª edição, Henrique Torres Editor, Lisboa.

POWELL, EDGAR, pseudónimo de GUEDES DE AMORIM: Escravas modernas, romance. 1ª edição, João Romano Torres Editor, Lisboa.

QUINTINHA, JULIÃO: Um crime político, conto publicado no livro, Dez novelas de dez novelistas. 1ª edição, Tip. Imprensa Artística, colecção, Amanhã.

TRAVASSOS,  HIPÓLITO: O negociante de mulheres, romance. 1ª edição, Livraria Barateira, nº 2 da colecção, Moderna, Lisboa. 

VERDADES, JOÃO, pseudónimo de TITO MARTINS: 303 crimes impunes ou O cadastro secreto dum antigo juiz de instrução criminal, o livro que além do romance que lhe dá o nome, contém mais três contos: Câmara ardente, Lírio em pântano, Semeador de ilusões. O romance é inspirado no filme, O médico e o monstro, que se baseia no conto, Doctor Jekyll and Mr. Hyde, de  R. L. Stvenson. 1ª edição, Editorial Século, Lisboa

 NESSE ANO: Publicação do livro de poemas, Mensagem, de Fernando Pessoa.                                                                                  I Congresso da União Nacional (26 de maio). 

  

 


6 de abril de 2021

Para a História da Literatura Policial Portuguesa que um dia alguém há-de escrever - 4

Na Ditadura / Estado Novo

                                                               1927

BARBOSA, CARVALHO (Porto, 1884 - Porto, 1936), poeta e autor de comédias, operetas e revistas, jornalista,  fundador dos jornais, Maria Rita, Rococó e Pirolito, redactor dos jornais, Diário do Porto, Voz Pública, A Cidade e director da revista, Mistério, publicação semanal, ilustrada, de romances policiais, «fait divers» e reportagens do crime. A sombra da torre, romance. 1ª edição, Fernando Maachado & Cª Lda, Porto

CASTRO, FERREIRA de : A chinesa do Avenida Palace, conto publicado no, Magazine Bertrand, de fevereiro.

CHURSCHST, YVOR MC, pseudónimo de autor português desconhecido: Aventuras extraordinárias de Ralph Williamson: A baixela de Grauhort, As jóias da Corôa, O cadáver mutilado, O fakir enigmático, o homem duplo, O homem escamoteado: folhetim publicado no, Magazine Bertrand, de janeiro a julho.

FALCÃO, VICTOR (Lisboa, 1886 - Ericeira, 1966), escritor e jornalista, correspondente de O Século, em Madrid, tendo dirigido em Bruxelas, em 1935, a secção portuguesa, na Exposição internacional. e o Instituto de Cultura Portuguesa: O segredo do corcunda, conto publicado no, Magazine Bertrand, de novembro.

FERREIRA, REINALDO: As sombras do Barredo (A viela do buraco e perdidos nas trevas), folhetim publicado no jornal, O Primeiro de Janeiro, do Porto, de 4 de Dezembro a 20 de Abril de 1928

FONSECA, JOÃO de SOUSA (1899 - 1962): O homem daquela noite, conto publicado no Magazine Bertrand, maio, junho e julho  

GARCIA, CHIANCA  de (Lisboa, 1898 - 1983), autor da peça, A filha de Lázaro (1923), realizador dos filmes, O trevo de quatro folhas, A Rosa do Adro e A aldeia da roupa branca, na década de 30, e cronista, que imigrou para Brasil, em 1940, onde montou vários espetáculos musicais: O homem que matou a mãe, conto publicado no jornal, O Domingo Ilustrado, de 27 de novembro.

LOPES, NORBERTO: Eu não matei!, conto publicado no jornal, O Domingo Ilustrado, de 23 outubro.

MARTINS, ROCHA: O julgamento de Lagardère, folhetim publicado no jornal, O Primeiro de Janeiro, de 1 de janeiro a 7 de setembro.

RICHMOND, ÓSCAR, pseudónimo de vários autores portugueses desconhecidos: os romances: Os  bandidos da serra Morena, A caminho do cadafalso, A decapitada, O fim do bandido, Os crimes da máscara negra, e, O morto vivo, A gruta misteriosa, O iate fantasma, (2ª, 3ª e 4ª partes do romance, Os crimes do máscara negra). 1ª edições, Henrique Torres Editor, colecção Policial, Lisboa.

Nesse ano: Publicação do nº 1 da revista, Presença, de Coimbra, fundada por José Régio. Publicação do nº 1 da revista Civilização, do Porto, fundada por Campos Monteiro e Ferreira de Castro.          Proibição do jornal, A Batalha, da CGTP, e encerramento das sedes das organizações operárias. Dissolução da Confederação Geral do trabalho. A ditadura militar evolui para uma ditadura civil. Convocação de eleições para a Presidência da República, em Dezembro.   

                                                                           1928

BARBOSA, CARVALHO: Miss Therva ladre chic, folhetim publicado na revista, Civilização, de julho a janeiro de 1929.

CÂMARA, MARTA MESQUTA da (Porto, 1895 - Porto, 1980), Jornalista. poetisa: A mis nobre vingança, folhetim publicado no jornal, O Primeiro de Janeiro, entre 22 de abril e 15 de dezembro. 

CHURSCHST, YVOR MC, pseudónimo de autor português desconhecido: Novas aventuras de Ralph Williamson (O diamante azul de Angola, O rei da evasão), folhetim publicado no, Magazine Bertrand, de fevereiro a maio.

FERREIRA, REINALDO : Zamar, o monstro, único episódio do folhetim, A vida aventurosa de João de Portugal, publicado na revista, Civilização, de junho a maio de 1929. Curioso é que este João de Portugal, que nos é revelado ter sido o agente 113 da Polícia Internacional, pouco ou nada parece ter a ver com o João de Portugal das Aventuras e viagens extraordinárias, que era sargento da Polícia do Deserto, salvo ambos terem saído da imaginação frenética e despreocupada do mesmo criador.

FRIAS, EDUARDO : O nosso lugar, conto publicado no, Magazine Bertrand, de janeiro. O resgate, conto publicado no jornal, O Notícias Ilustrado, de 13 de maio.

GOMES, AUGUSTO FERREIRA : Múmia que mata, conto publicado no jornal, O Notícias Ilustrado, de 4 e 11 de novembro.

HAIA, JOÃO de : Um crime no rápido do norte, conto publicado no, O Notícias Ilustrado, de junho.

MACHADO, A. VICTOR (1892 - 1939) : A mão reveladora, peça em três actos. 1ª edição, Livraria Portuguesa de Ferreira e Franco Lda., Lisboa

MACHADO, JOSÉ de FARIA : Budha assassino, conto publicado na revista, Civilização, de setembro.

MORAIS, CASTELO de : (1882 - 1949): O crime do «surdo», conto publicado no jornal, O Notícias Ilustrado, de 29 de abril.

REDONDO, BELO : O fantasma branco do Estoril, conto publicado no jornal , O Notícias Ilustrado, de 23 de setembro.

REPÓRTER MISTÉRIO, pseudónimo de GENTIL MARQUES : O mistério do Palácio das Janelas Verdes, e, Central 4002!, contos publicados no, O Notícias Ilustrado, de 25 de março e 8 de julho.

TAVARES, DORA : Uma aventura em Monte-Carlo, romance. 1ª edição, Romano Torres Editor, nº 3 da colecção Aventuras Policiais e Misteriosas. 

Nesse ano: Publicação do romance, Emigrantes, de Ferreira de Castro.                                            Eleição do general Óscar Carmona, em 25 de março, para Presidente da República, e entrada de Oliveira Salazar para o governo, 27 de abril, como Ministro das Finanças.

                                                                     1929

COELHO, ADOLFO : A tômbola do amor e da morte, conto publicado no, Notícias Ilustrado, de 27 de janeiro Notícias Ilustrado, de 27 de 

DOMINGUES, MÁRIO : A última aventura de José Tairocas, conto publicado na revista, Civilização, de novembro.

FERREIRA, REINALDO : Memórias extraordinárias do dr. Duque, o cartomante do raciocínio: O mistério das quatro primas; A noite que durou48 horas; O dr. Duque, falsificador de cartas, primeira parte do folhetim, englobando os três primeiros episódios, publicado no, Magazine Bertrand, em outubro, novembro e dezembro, respectivamente.  O  baralho das cartas falsas, folhetim publicado no jornal, ABC, entre 7 e 28 de novembro, com o subtítulo, Novo episódio das memórias do major Calafaia, embora não  houvesse conhecimento de qualquer episódio anterior, das memórias do major Herculano Calafaia.

LANÇA, JAIME : Matei, conto publicado na revista, Civilização, de abril.

MENDONÇA, ZUZARTE : O mistério da casa fechada, conto publicado na revista, Civilização, de abril.

PAMPLONAS, FERNANDO de (Porto, 1909 - Lisboa, 1989), jornalista, crítico de arte, ficcionista e metodólogo : Um crime na noite, conto publicado no, Magazine Bertrand, de dezembro.

                                                             1930

AMORIM, GUEDES de (Lugar da Sé, Sedielos, Peso da Régua, 1901 - Lisboa, 1979), Jornalista, escritor, que em entrevista declarou: «Sou filho e neto de cavadores e tenho séculos de enxadas atrás de mim, como brasão, honra-me e chega...»: Nasceu para ser ladrão, e, Eva negra, contos publicados no, Magazine Bertrand, em março e abril.

DOMINGUES, MÁRIO : Irmãs no amor e na morte, conto publicado no, Magazine Bertrand, de março; Um crime passional, conto publicado no jornal, O Notícias Ilustrado, de 1 de junho; O preto do "Charleston", relato no qual o escritor ficciona acontecimentos que viu e viveu enquanto porteiro do Club Ritz, 1ª edição, Guimarães Editores, Lisboa.

FARIA, AMÉRICO: Um crime no «Sud-Express; O túmulo do Faraó; O tratado secreto; O filão de prata; O colar de pedras negras, contos publicados na revista, Novela Policial/Repórter X, nºs 8, 15, 20, 24 e 28.

FERREIRA, REINALDO: A dama do Sud, peça adaptada do conto, O Homem da cabeleira branca, levada à cena no teatro Ginásio, de Lisboa, em 22 de janeiro, interpretada por Palmira Bastos. Kiá, o rei dos repórteres (O homem dos três braços; Os cinco cadáveres do dr. Máximo; A «mulher águia»), folhetim, com as três primeiras reportagens da série, publicadas na revista, Novela Policial/Repórter X, nºs 1, 3 e 7. Segredos da morte; Os 7 túmulos; O homem que embalsamou Lénine; A rua sinistra; O jardim daas flores envenenadas, contos publicados na revista, Novela Policial/Repórter X, nºs 9, 12, 19, 22, 25. O fantasma do Nicola, episódio histórico e intrigante da vida aventureira do famoso polícia português dos séculos XVIII e XIX, João Roxo, filho do João (ou José) Roxo, o Sherlock português, publicado nº 12 da, Novela Policial/Repórter X  de 18 de abril.

FREIRE, JOÃO PAULO: O crime da rua da Esperança, conto publicado no nº 14 da revista, Novela Policial/Repórter X.

GOMES, AUGUSTO FERREIRA: O caso da sala das quatro janelas, folhetim publicado no semanário, ABC, de 25 de junho a 6 de agosto.

MARQUES,ALFREDO (1894 - ?), advogado e jornalista: Sangue e dinheiro: o drama da «Poça das Feiticeiras», análise ao processo que ficou conhecido como, O crime da Poça das Feiticeiras, sobre o qual o autor considerou ter havido, "um erro judiciário, que sucedeu a um erro policial". 1ª edição, Grupo de Portuenses, Porto.

PEREZ, EDUARDO (1895 - ?), jornalista, contista e autor teatral: Um crime, conto publicado no semanário, ABC, de 3 de setembro.

PORTELA, ARMANDO: Mistério das trevas, conto publicado, em dezembro, no nº 38, o último, da revista, Novela Policial/Repórter X,    

Nesse ano : Publicação do romance, A Selva, de F erreira de Castro. Publicação do ensaio, Os factores democráticos na formação de Portugal, de Jaime Cortesão, incluído no I volume da História do Regime Republicano em Portugal. Censo da população: 6 360 347.


  





 





3 de abril de 2021

Lei-travão - 2

 

Toda a direita, a do centro e as estremas, e meia direita, estão ansiosas, naturalmente, por um diferendo entre o Presidente e o 1º Ministro, é o seu papel de partidos opositores ao Governo socialista, que querem enfraquecer e pretendem substituir. Mas também o está, lamentavelmente, a Esquerda: o BE por prosápia, eles querem superar o PS, seja lá como for; o PCP, por cega teimosia, eles continuam a querer, fardados de bolcheviques, destruir os mancheviques. Acredito que, sabidos como são, bem conscientes da grave situação do país, e sem um objectivo determinado, nem o Presidente nem o 1º Ministro se vão deixar envolver, facilmente, num diferendo a sério. Estranho é que, praticamente, todos os constitucionalistas, embora com razão, se tenham limitado a criticar o Presidente, sem sequer aflorarem a ideia de que as resoluções, conjugadas, de ambos, possam dar origem a pareceres que reforcem a Lei-travão e alertem para o maior cuidado a ter na preparação dos futuros orçamentos.   

 

 

2 de abril de 2021

A Lei-travão

O Parlamento aprovou diplomas que desrespeitam, contrariam a Lei-travão. O Presidente da República promulgou-as, supostamente, aceitando o desrespeito, supostamente porque, por sua vez, não admitia que os mesmos contrariassem o Orçamento de Estado. O Governo recorreu ao Tribunal Constitucional, explicando, calmamente e explicitamente, o lº Ministro, porque o fazia, e recusando, desde logo, qualquer diferendo com o Presidente. E, na verdade, na minha modesta opinião, não havia qualquer motivo para diferendo, dado que ambos bem sabiam (combinação?) como cada um deles reagiria: o Presidente promulgando, o 1º Ministro recorrendo à Constituição. Era a melhor maneira, olhando para o futuro, de reforçar a Lei-travão e de alertar para o cuidado a ter na feitura e defesa dos Orçamentos de Estado. Aguardemos com esperança o parecer constitucional                                                                    O que pensará João Ferreira do parecer do seu partido, sobre este assunto, ele que tanto defendeu a Constituição durante a sua candidatura à Presidência?

Para a história da literatura policial portuguesa que um dia alguém há-de escrever - 3d

1ª REPÚBLICA (continuação)

                                                 1925

Ameal. João, pseudónimo de João Francisco de Sande Barbosa de Azevedo e Bourbon Aires de Campos (Coimbra, 1902 - Lisboa, 1982), em co-autoria com Luís de Oliveira Guimarães. Historiador, jornalista, ensaísta, e deputado, o primeiro, jornalista poeta e comediógrafo, o segundo. As criminosas do Chiado, romance, 1ª Edição, João Romano Torres, Lisboa      

Cunha, Augusto – (Lisboa, 1984 – Lisboa, 1947), Jornalista e poeta. Um caso Completopublicado no jornal O Domingo Ilustrado,  de 20 de dezembro

Domingues, Mário (Ilha do Príncipe, 1899 – Caparica, 1977) Veio para Portugal com pouco mais de um ano, e na metrópole cresceu, educou-se, fez-se homem. Dedicou-se às letras, foi um produtivo autor de policiais e aventuras ao abrigo de pseudónimos vários.  Fugaz aventura, conto publicado no, ABC, de 11 de junho

Ferreira, Reinaldo                                                                                                                                           A Ilha dos Ladrões, folhetim publicado entre 29 de janeiro e 9 de abril no, ABC, que nos relata o Congresso de Ladrões, realizado na, Ilha Roubada, com a presença dos mais ilustres criminosos: Fântomas, o rei dos ratos de hotel, Raffles, o lorde gatuno, Svaskine, o lobo da Suécia, “XXX”, o rei do crime de Londres, Carolina Fet, a ladra italiana, Enric Halberg , o ladrão berlinense, Tu-Hang-Tchu, o pirata japonês, Fresquinho, o carteirista lisboeta.  Aventuras e viagens extraordinárias de João de Portugal, folhetim publicado na revista, De Portugal, em junho, que ficou incompleto, no início do capítulo V, quando a revista fechou em março de 1926. Entretanto o, ABC, envia-o à Rússia, mas Reinaldo fica-se por Paris, forja uma entrevista a Conan Doyle, que está em Paris a presidir ao Congresso Espírita, escreve várias crónicas sobre a Rússia, como se lá estivesse e mete-se na morfina.

Fonseca, João de Sousa (1899 – 1962)  loucura do jazz, conto publicado na revista, Europa, de junho

O Homem que passa, pseudónimo de Leitão de Barros (Lisboa, 1896 – Lisboa, 1967), Jornalista, dramaturgo, organizador de cortejos históricos e marchas populares.  O mistério do automóvel sem número, Um assassino de 13 anos, e, A minha criada Maria, contos publicados no jornal, O Domingo lustrado, de 3 de maio e 7 e 21 de junho

Redondo, Belo                                                                                                                                               Um grande crime impune: quem matou o doutor Reis, conto publicado no jornal, Domingo Ilustrado, de 1 de março

Repórter Mistério, pseudónimo de Gentil Marques (Lisboa, 1918 – (Lisboa, 1991)    Jornalista e romancista, autor produtivo de policiais ao abrigo de pseudónimos vários. Os dois cadáveres do Largo do Rato, As pérolas mortas, e, O «chauffeur» do Diabo, contos publicados no jornal, Domingo Ilustrado, de 26 de abril e 4 e 18 de outubro.

Roldão, Henrique (1893 – 1925)                                                                                                                 O caso do doutor Krauss, conto publicado no nº 2, de maio, da revista Europa; A casa da rua de S. Mamede, O gritos da Costa do Castelo, e, Onde sempre noite…, contos publicados no jornal, O Domingo Ilustrado, de 14 de junho a 12 de julho e 20 de dezembro.

 Nesse ano: Renuncia de Teixeira Gomes e eleição parlamentar de Bernardino Machado a Presidente da República 

                                                                 1926

Castro, Ferreira de: O drama da sombra, romance. 1ª Edição, Diário de Notícias0

Detective 523, pseudónimo de autor português desconhecido: O príncipe da cocaína, e, As colheres de prata, contos publicados no jornal, O Domingo Ilustrado, de fevereiro e março.

Ferreira, Reinaldo                                                                                                                                          Punhais misteriosos, O fantasma branco, e, As chaves do Paraíso, versão em três livros sequenciais, do folhetim, Punhais misteriosos, publicado dois anos antes, no Correio da Manhã. 1ª Edição, Romano Torres & Cª, colecção Leituras Modernas, Lisboa; O Taxi nº 9297, folhetim inspirado no assassínio da actriz Maria Alves, estrangulada pelo amante, o empresário teatral Augusto Gomes, publicado no jornal, O Primeiro de Janeiro, entre 16 de maio e 23 de julho, que também o editou em livro. Reinaldo, por sua vez adaptou-o ao cinema, em 1927, e ao teatro em 1932; A virgem do Bristol-Club, folhetim publicado no jornal, O Primeiro de Janeiro, entre 14 de novembro e 3 de fevereiro e 1927

O Homem que passa, pseudónimo de Leitão de Barros: A «ratoeira» da rua dos Vinagres, conto publicado no jornal, O Domingo Ilustrado, de 17 de janeiro.

Repórter Mistério, pseudónimo de Gentil Marques  : O horror de não ter dinheiro, A mulher misteriosa de Angola e Metrópole, e, O táxi da morte, contos publicados no jornal, O Domingo Ilustrado, de 3 e 24 de janeiro e 18 de abril.

Repórter X.P.T.O., pseudónimo de autor português desconhecido: O terrível ladrão e o cabo Simão, conto publicado no jornal, O Domingo Ilustrado, de 11 de abril

Richmond, Óscar, pseudónimo de autor português desconhecido: A condenada, romance, 1º Edição, Henrique Torres Editor, Lisboa

Ximenes, Mário (1895 – 1936), em co-autoria com Ernesto Várzea: O homem que matou a actriz, romance. 1ª Edição, Editora José Pinheiro, Porto

Nesse ano: No dia 28 de maio, uma revolta militar chefiada pelo general Gomes da Costa, põe fim à 1^República. Segue-se a luta pela hegemonia no seio da Ditadura Militar, de que resulta a deposição e desterro do general, a 8 de julho, quarenta e dois dias depois do golpe de estado. Designação do general Óscar Carmona para chefe do governo. Criação da Policia Especial de Lisboa. Imposição da censura prévia à imprensa. Extinção da Carbonária. Extinção do ensino primário superior

 

 

 

 

 




 

1 de abril de 2021

Para a história da literatura policial portuguesa que um dia alguém há-de escrever - 3c

1ª República (continuação)                                                                                                                    1923 

Alves, Frederico Rodrigues , O Colar, peça em três actos. 1ª edição, Portugália Editora

Araújo, Norberto de – (Lisboa, 1889 – Lisboa, 1952): Publicista, dramaturgo e cronista. O crime da carne branca, conto publicado na revista, Novela Sucesso, de 1 de março

Castro, Dionísio deO mistério da Casa Verde, conto publicado no jornal, O Mundo, de 20 de maio a 3 julho; História macabra, conto publicado na revista, Novela Sucesso, de 18 de agosto

Cayolla, Lourenço – (1863 - 1935): Um caso de consciência, conto publicado na revista, Novela Sucesso, de 21 de julho

Costa, Velloso da                                                                                                                                            Ladrões de luva branca, peça em três actos; Novatos no crime, peça em um acto um 1ªs edições, Livraria Económica Frederico Napoleão de Victória, Lisboa

Ferreira, Reinaldo, Com a subida ao poder, em Espanha, do general Primo de Rivera, Reinaldo Ferreira considerado persona non grata, regressa Portugal: Preto e branco, e, O homem da cabeleira branca, ambos os romances escritos e editados, pela primeira vez, em Barcelona, em 1921, como atrás foi referido, publicados, entretanto, em Portugal, na colecção Novelas & Contos.

Gomes, Augusto Ferreira – (Lisboa, 1892 – Lisboa, 1953), Jornalista, chefe de redacção do jornal, SOL, (1926), director do jornal, Acção (1936):Múmia assassina?, conto publicado na revista, Novela Sucesso, de 10 de maio.

Lopes, Norberto – (Vimioso, 1900 – Linda-a-Velha, 1989), Jornalista e escritor, director do jornal, Diário de Lisboa, e depois do diário, A Capital: A cruz de brilhantes, conto publicado na revista, Novela Sucesso, de 24 de Maio 

Monteiro, Campos (Moncorvo, 1876 – São Mamede de Infesta, 1934) Médico, jornalista, poeta, romancista, dramaturgo, fundador e dirigente do magazine, Civilização, do Porto: O crime de uma mulher honesta, peça em dois actos, estreada no teatro Águia de Ouro, do Porto, e publicada na revista, De Teatro, nº 15 de Novembro/Dezembro.  Uma tentativa de violação, em que uma mulher apunhala o violador, e este, caindo em si, arrependido, sentindo-se morrer, ainda arranja forças para escrever uma nota de suicídio, confessando que era falsa a acusação de desfalque que fizera e levara à prisão o marido da senhora em cuja casa se encontrava, onde viera para se redimir.

Redondo, Belo – (Lisboa, 1900 – Lisboa, 1957), Sindicalista, jornalista, escritor: As mãos de sangue, conto publicado na revista, A Novela, de 1 de novembro.

Salgueiro, Mário – (1885 – 1942): O grito de morte, conto publicado na revista, A Novela, de setembro.

Nesse ano: Publicação do livro, Os pescadores, de Raúl Brandão                                                                                               Eleição do Presidente da República, Manuel Teixeira Gomes             

               1924

Castro, Ferreira de                                                                                                                                       A metamorfose, romance. Sem menção de editor, colecção Novela Contemporânea

Coelho, Adolfo – (Lisboa, 1899 – 1953), Jornalista, romancista, realizador e guionista de cinema:  A estranha aventura do mar de Montareal, Sem menção de editor, colecção Novela Contemporânea

Duque, Edgar, pseudónimo de Reinaldo Ferreira: Punhais misteriosos, folhetim publicado no jornal, Correio da Manhã, entre 11 de agosto e 24 de novembro. Inicialmente publicado em Espanha, no jornal, El Liberal, com o título, El botones del Ritz, e depois transposto para o cinema, tendo estreado em Portugal, no cinema Central, a 17 de julho, com o título, O groom do Ritz.

Frias, Eduardo – (Lisboa, 1895 – Lisboa, 1975), em co-autoria com Ferreira de Castro: Jornalista, anarquista-sindicalista: A boca da esfinge, romance. 1ª Edição, Livraria Aillaud e Bertrand, Lisboa

Mendonça, Henriques Lopes de (Lisboa, 1856 – Lisboa, 1931)Militar, cronista, dramaturgo, romancista, autor com música de Alfred Keil, da marcha, A Portuguesa, adoptada, desde 1910, como Hino Nacional: O crime de Arronches, romance histórico, drama de amor, honra, vingança, crime, ocorrido durante o reinado de D. João III, implicando o alcaide de Arronches e o bispo da Guarda. 1ª Edição, Portugal-Brasil Sociedade Editora, Lisboa

Richmond, Óscar, pseudónimo de autor português desconhecido: Os falsificadores de literatura, conto publicado no semanário, X, de 29 de novembro

Nesse ano: Publicação do livro, As ilhas desconhecidas, de Raúl Brandão. Publicação do primeiro número da revista, Athena, sob a direcção de Fernando Pessoa