31 de julho de 2021

Otelo Saraiva de Carvalho - 3

Aqui e agora registo o último comentário que fiz a uma pergunta que alguém fez e com a qual deparei:

"Voltando ao princípio, à pergunta formulada, tanto ou mais descansado do que já estava, evitando comparações (complicações), com casos passados, tendo lido, pacientemente, muitos e vários comentários, de pessoas e entidades, de aqui e de ali, considero que a melhor forma de homenagem mínima, decente e justa, teria sido decretar dois dias de luto nacional: o dia da cremação e o dia do funeral. E, adeus Otelo!"  

29 de julho de 2021

Otelo Saraiva de Carvalho - 2

Confirmou-se, Otelo Saraiva de Carvalho, o principal herói do 25 de abril, não teve direito, pela sua morte, a luto nacional. A justificação para tal recusa foi avançada pelo socialista António Costa, como  Primeiro-ministro, aceite, sem surpresa, algo canhestramente, por Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República. Não foi decretado luto nacional pela morte de Otelo porque também não o tinha sido pela morte de outros heróis do 25 de abril, como Salgueiro Maia, Melo Antunes. Ou seja, em vez das desculpas pelo erro passado, corrigindo a injustiça, preferiu-se a mesquinhice, a hipocrisia, a intolerância, a irresponsabilidade, o oportunismo, escolha-se o termo. Preferiu-se alinhar com as anteriores  decisões das duplas, Cavaco e Soares, no primeiro caso, Guterres e Sampaio, no segundo. De Cavaco era de esperar, dos outros três, nem por sombras, e sem grande contestação de qualquer quadrante como agora, embora não esquecendo as citadas no meu comentário anterior, do general Eanes, do poeta Alegre, da jornalista Sá Lopes, e também a do jornalista Amilcar Correia no editorial  do Público, de hoje. Enfim! Velho, cansado, desiludido, decepcionado, muito, cada vez mais, penso que o meu voto, desta vez, vai ficar comigo em casa, na gaveta, e de lá já não sairá mais. Não aconselho a decisão a mais ninguém, só a mim, naturalmente, pois ela é apenas minha, só minha.                                   

27 de julho de 2021

Otelo Saraiva de Carvalho

Morreu o Homem a quem o país, o seu povo, deve a liberdade e a democracia. Um Homem por quem, com todas as suas qualidades e defeitos, (todos nós os temos), por ele e pelo que fez, todos os portugueses conscientes devem ou deviam ter consideração e respeito. Infelizmente, pelo que tenho lido, ouvido e sabido, tem havido divergências mesmo que encapotadas, e não todas. São para esquecer, pois são daqueles, a maior parte, que pouco ou nada fariam para que o 25 de abril, que já pouco ou nada lhes diz, se é que algum vez o avaliaram devidamente, acontecesse. Como é possível que não tenha sido decretado luto nacional? E, não vindo a ser, o que pensar da dúbia atitude do nosso palavroso P.R., e como aceitar o total silêncio das esquerdas e das direitas, politicas e democráticas (dos Partidos), perante tal situação, perante tal injustiça? Felizmente que ainda vão havendo algumas vozes que nos dão algum alívio. Refiro-me, em particular, às declarações do nosso ex-Presidente, general Ramalho Eanes, aos comentários do nosso poeta socialista Manuel Alegre, e ao corajoso editorial da jornalista Ana Sá Lopes, no jornal Público. Mas estou certo que há muitas mais. Viva o Otelo! Vivam o 25 de abril e o  Portugal democrático por quem ele, corajosamente, sofreu e lutou 

21 de julho de 2021

Para a história da literatura policial portuguesa que um dia alguém há-de escrever - 8

                                                                          

                                                                                 1984

BERGSTRÖM, GUSTAF ADOLF:                                                                                                                  O enigma da couraça: Sherlock Holmes em Coimbra, romance. 1ª edição, Jornal Expanão, Coimbra.

CAMPOS, LUÍS:                                                                                                                                          O estripador de Lisboa, romance. Um caso de raparigas assassinadas e esquartejadas, em Lisboa, investigado pelo jornalista Duque, em que o assassino nunca chegou a ser identificado. Estranhamente, oito anos após a publicação do livro, entre julho de 1992 e março de1993, em circunstâncias muito semelhantes à do livro, três prostitutas são assassinadas e esquartejadas nos arredores de Lisboa. em Póvoa de Santo Adrão. Embora Luís Campos tenha sido considerado um dos suspeitos, nada se provou e o autordos crimes nunca foi descoberto. 1ª edição, Europress, nº22 da colecção Bolsonoite, Odivelas.

CORTEZ, ARTUR, pseudónimo de MODESTO NAVARRO:                                                                      A morte do artista, romance. Eis Diplo, de novo, agora na peugada de uma quadrilha responsável pelo tráfico de diamantes, Luanda-Lisboa. 1ª edição, Ulmeiro, nº1 da colecção Policial Ulmeiro, Lisboa.

GIL, ANTÓNIO: O drama da praia do Guincho, romance baseado no testemunho do cabo Gil, sobre os acontecimentos relatado no livro, Balada da praia dos cães, de Cardoso Pires.                                   1º edição, A Regra do Jogo, Lisboa.

GOLD, FRANK: pseudónimo de LUÍS CAMPOS:                                                                                      Longa é a noite, (reedição) romance.                                                                                                       1ªedição, Europa-América, nº 29 da colecção Livros de Bolso, Clube do Crime, Lisboa.

GUEDES, MARIA ESTELA (Britiande, Viseu,  21/05/1947 -), dramaturga, poetisa, ensaísta.            Crime no museu de Philosophia Natural, romance. 1ª edição, Guimarães & Cª Editores, Lisboa.

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NESSE ANO: Publicação do romance, O ano da morte de Ricardo Reis, de José Saraamago. 

   


  


17 de julho de 2021

Ai, ai, senhor Presidente!

"Pacificamente, fazendo doutrina", seja isso o que for, por muito espremido que seja, o senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa , voltou a aprovar uma violação à Constituição, promulgando o diploma do Parlamento que dá 30 dias ao Governo para discutir com os sindicatos algo sobre o ensino  básico e secundário. Nada de surpreendente, pois seria necessária demasiada "lata" para justificar a não promulgação, depois do sim anterior aos apoios sociais e das justificações dadas. Não sei se o Governo vai recorrer de novo ao TC, mas faça-o ou não uma coisa é certa: o Governo que se cuide e não se distraia. Marcelo está à vontade, está no seu último mandato, já não precisa de votos, agora quem deles precisa é o seu partido, o PSD, e vêm aí as autárquicas e lá mais para a frente as legislativas. Marcelo está à vontade, vai procurar interferir o mais que poder na governação, vai comentar e ditar pareceres sobre tudo e mais alguma coisa, vai voltar às suas habilidades e manigâncias, que nunca esqueceu, de comentador televisivo. Ele dá-me sempre razão à minha razão em lhe não dar o meu voto. Nunca lho dei! 

15 de julho de 2021

Ai, senhor Presidente!

 Digam-me que eu estou enganado e expliquem-me porquê, mas o que penso e que julgo com razão, é que Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, desrespeitou a Constituição, conscientemente, e ficou feliz com as consequências. Para ele o fim justificou os meios. Promulgou os apoios sociais impostos pelo Parlamento que violam a norma que impede o aumento despesa estabelecido no Orçamento, contra o parecer do Governo. Este reagiu e pediu fiscalização constitucional e o TC deu-lhe razão por unanimidade, embora, por "motivos de segurança jurídica e de equidade, salvaguardando o que já estava feito. Então, parece que ficou tudo bem, muito obrigado, o Governo ganhou a batalha dos apoios sociais e o Presidente ficou feliz porque os apoios sociais já feitos se mantêm? Não, e não, porque não pudemos esquecer que o Presidente desrespeitou a "separação de poderes", ou aprovou que tal acontecesse. O Presidente esqueceu-se, ou fingiu esquecer que quem governa é o Governo não é a Assembleia, nem é, por muito que isso lhe custe, o Presidente. É a Constituição que o garante e o TC assim o confirmou. Repito: o Presidente da República desrespeitou a Constituição, conscientemente, e ficou feliz com o seu acto. Não é grave? É, e ele bem o sabe, pois bem se tem esforçado para justificar a sua prepotência.