26 de janeiro de 2021

As Presidênciais - 2

Não nos deram boas noticias, apenas umas más e outras menos más. Enuméro algumas: 1 - Marcelo Rebelo de Sousa, em quem não votei e já não votarei, venceu. Considero que, na actual situação, talvez tenha sido o preferível vencedor, o país precisa de estabilidade política. 2 - Ana Gomes em quem não votei e espero não vir a votar, ultrapassou o execrável Ventura, embora por margem ínfima. Aqueles que muitas vezes votam BE só para travar o PS, falharam o objectivo. Ainda bem. 3 - João Ferreira, a minha escolha, pela sua postura, pelo que dele ouvi e li,ficou em quarto lugar, não teve a votação que merecia, incrivelmente atraiçoado, como foi, em locais onde o seu partido tem vencido. O racismo, a xenofobia, a ignorância, a estupidez foram mais fortes. 4 - Ventura, o execrável, ficou em terceiro, bem apoiado pela direita radical fascista, e não só, lamentavelmente. Uma vergonha, para o eleitorado, para a comunicação social, para os partidos, para todos nós. Será que já poucos se recordam, e muitos não saibam ou não querem saber, dos quarenta e tal anos da ditadura salazarista de perfil fascista que nos humilhou, sacrificou, atrazou, e até matou? Que regime espera essa gente ganhar desse vigarista mentiroso e oportunista? 5 - Rui Rio, manda-chuva actual do PSD, teve uma intervenção final que não o dignifica, nem a ele nem ao partido. Mal disposto, zangado, irritado (ele lá sabia porquê, talvez pela dica que lhe lançou o Ventura: Não haverá Governo PSD sem o Chega), abriu o seu discurso gritando que o PS foi o grande vencido, sabendo que foi o PS o primeiro a apoiar Marcelo para o segundo mandato. Aliás, qual seria o resultado de Marcelo sem os votos dos socialistas? 6 - Votação final: Marcelo (PSD,PS)= 60,7 %; Esquerda (Ana,Ferreira,Marisa)= 21,24 %; Direita (Ventura,Tiago,Silva)= 18,06 %. Termino, não fugindo a revelar que não fui (não fomos) votar: As idades, o pacemaker, o parkinson, a pandemia, o acidente da Helena na véspera do Natal (fractura do fémur com hospitalização, operação, e consequências), avisaram-nos do risco. Não arriscámos, com mágoa, com desgosto.

18 de janeiro de 2021

O Manoja recorda

O meu velho NADIR, relógio de parede, acaba de bater a meia-noite, pelo que o Manojas já pode recordar que ontem, segunda feira, dia 18 de janeiro de 2021, a Helena e Eu, confinados, devido à madita pandemia, nesta velha casa onde vivo há 87 anos, festejamos, sem festa, trânquilos e bem dispostos, o 63º aniversário do nosso casamento. Sim, a Helena e Eu, demos o laço matrimonial, no Registo Civil do 5º Conselho de Lisboa, em Campo d'Ourique, naquela manhã de domingo, fria mas luminosa, lembro que fui para lá a pé, agasalhado numa samarra, dia 18 de Janeiro de 1958. Não fomos viajar, nem houve, por assim dizer, copo d'água. Comedidos, passámos o dia em casa, satisfazendo-nos com um almoço ajantarado na companhia de alguns familiares mais chegados. À noite fomos ao cinema. Ver o quê? Pois, uma tragédia de Shakespeare, Otelo, um filme do realizador russo Iútkevitch que a censura salazarista, distraída, deixara passar. Ssmpre era um filme soviético. "Um bom filme, mas que só tu te lembrarias de nos trazer a vê-lo, hoje", disse a Helena. Ela tinha razão, mas nem por isso deixámos de ter a nossa noite de lua de mel. "Parabéns por mais um ano de casamento feliz. Muitos beijos, fruto desse casamento de sucesso", menssajou-nos a nossa filha Teresa. RECORDAÇÃO

14 de janeiro de 2021

Presidênciais

Sim, quero ir, mas não sei se consigo, votar, naturalmente. A idade, já ultrapassada a barreira dos noventa, e a maldita epidemia, são factores quase impeditivos. Seria a primeira vez, depois do 25 dw Abri, que o meu voto não seria escrutinado. Veremos! Nunca me abstive e sempre votei na esquerda, é a essa área que, politicamente, pertenço. Não voto, não votarei, pois, no candidato que, convictamente, todos dão como vencedor, embora pense que, dada a situaçáo, tal escolha, por agora, seja a preferível para o país. Só o faria se houvesse o perigo dele ser ultrapassado por algum candidato fascistóide ou que a isso cheirasse. Não há! Assim, pois, voto ou votarei num candidato da esquerda, que é ou será: o João Ferreira do PCP. Por ele, pelo seu discurso, pela sua postura, pelo que dele tenho visto, lido e ouvido, e pelo PCP, partido que considero ser indespensável, na vida política portuguesa, não como partido de governo, mas como partido opositor, sério, forte, influente, a qualquer governo do nosso país, seja ele qual for.