22 de junho de 2011

Enfim!

Assunção Esteves é o novo presidente da Assembleia da República. Louve- -se a escolha, não por ser uma mulher, o que já devia considerar-se natural, mas pelas suas comprovadas qualidades pessoais e profissionais. Maria de Belém, líder da bancada do PS, considerou-a, muito justamente, uma primeira escolha. Aliás, Assunção Esteves obteve dos deputados, cerca de 80 por cento de votos favoráveis. Inimaginável é Passos Coelho a ter preterido, como primeira escolha, a favor de Fernando Nobre. Embora militante partidária, Assunção Esteves, já deu sobejas provas de independência, insenção e integridade, além de ser possuidora de grande experiência e competência profissionais na área do direito.

21 de junho de 2011

Viva!

A Assembleia da República, ontem, castigou o primeiro ministro indigitado, Passos Coelho, e o seu candidato à presidência, Fernando Nobre, pela arrogância, vaidade e, para ser delicado, pouca inteligência, demonstradas, chumbando a candidatura proposta. E a humilhação não foi maior porque a

quase totalidade dos deputados do PSD se deixou dominar pela partidarite e obediência cega ao chefe. Nobre, pelas suas declarações e atitudes, não tinha credibilidade para ser presidente da A.R., e, por isso, são de estranhar declarações anteriores de personalidades como António Costa e Vital Moreira, favoráveis à sua aceitação por parte do PS. Respeitar a regra, sempre respeitada, de que o presidente da A.R. deve ser do partido mais votado, não implica que se deva aceitar quem quer que seja proposto, independentemente do seu perfil, do seu carácter, do seu estatuto... Viva, pois, a Assembleia da República!

19 de junho de 2011

Alerta! Alerta! Alenta!

A humanidade já sofreu duas grandes guerras mundiais, a de 14-18 e a de 39-45. Ambas tiveram inicício na Europa, ambas envolveram, inicialmente, a Alemanha, a França e a Inglaterra. Recordo-as, a propósito ou despropósito, ao assistir ao que se passa na Europa no momento presente. Que é, o euro em perigo, países a ameaçarem a bancarrota, a U.E. a mostrar dificuldade ou mesmo incapacidade em impedir que tal aconteça. E o pior que tudo, o não impossível, o não improvável desmembramento da própria União. Porque se tal acontecesse, ou acontece, em cada país, face ao colapso económico e ao avassalador desemprego, lá se agravariam, ou agravam os antegonismos de classe, os preconceitos raciais, e subiriam, ou sobem, de tom os nacionalismos. E depois, mais cedo do que tarde, as desavenças entre os vários estados. E depois o que ninguém pode ou quer admitir que aconteça. Até acontecer!

17 de junho de 2011

Nobre?

Face às suas opiniões e atitudes, principalmente depois de se ter amigado com o PSD, Fernando Nobre perdeu toda e qualquer credibilidade política. Não posso acreditar que qualquer deputado do PS, do PCP ou do BE o venha a apoiar para a presidência da Assembleia da República, e quero crer que mesmo o PSD não estará cem por cento ao lado dele.

16 de junho de 2011

Não Nobel

Desde 14 de Abril que, todas as quinta feiras, acompanha o jornal Público um livro de uma lista de vinte grandes autores esquecidos pela academia sueca. Hoje, dia 16 de Junho, foi a vez de O Homem do Castelo, de Philip K. Dick. Foi um atrevimento corajoso incluir na lista este autor, dado que ele é um escritor de ficção científica que é considerada, ainda hoje, uma literatura de segunda plano. O mesmo se pode dizer do autor do livro À Beira do Abismo, a sair no dia 18 de Agosto, Raymond Chandler. A literatura policial sofre de igual é pecado, é uma literatura menor. Nem Dick nem Chandler poderiam alguma vez aspirar ao Nobel, sequer ser aceite a sua candidatura. Por último, lamente-se a ausência na lista de autores portugueses que bem mereciam lá figurar. Lembro dois, apenas como exemplo: Carlos de Oliveira e Aquilino Ribeiro.

10 de junho de 2011

A Dama do Lago

Nos primeiros dias do mês passado, digamos que em muito boa hora, surgiu no mercado, com chancela da Contraponto, uma nova edição do quarto romance de Raymond Chandler, com tradução escorreita e fiel de Carlo Magalhães. Voltei a lê-lo, talvez pela décima vez. Mas qual foi o livro de Chandler que não li pelo menos dez vezes? Recordo, a propósito, o que sobre ele então escrevi, no livro Chandler & Marlowe que editei há cerca de seis anos: "The Lady in the Lake foi primeiro um conto com esse mesmo nome, ao qual Chandler agregou agregou outros dois, Bay City Blues e No Crime in the Mountains. Foi publicado em Novembro de 1943, embora tenha começado a ser escrito em Abril de 1939, três meses depois do conto que lhe deu o título ter aparecido no magazine Black Mask. O segundo conto era já de 1937 e o terceiro só foi escrito em 1941. Foi, pois, um trabalho muito mastigado, cheio de abandonos e retomas , o que lhe retirou alguma frescura e espontaneidade. Um história algo sombria como sombrios eram os tempos que então se viviam. A guerra na Europa e no Pacífico preocupava Chandler, enormemente, que não esquecia a sua participação na guerra de 14-18, estado de espírito agravado pelo seu isolamento, longe de qualquer actividade social regular. Nesta nova investigação de Marlowe o confronto é, desta vez, com um polícia, Dergamo, tenente da polícia municipal de Bay City, homem brutal, corrupto e ciumento. E é o ciúme que o destrói. Ele mata a mulher que ama, Muriel, porque ela, responsável pelas desonestidades pelas quais ele envereda, o atraiçoa e se torna uma assassina. Quando o xerife Jim Patton pergunta a Marlowe quem matou Muriel, este responde que só pode ser "alguém que a tinha amado e odiado, alguém que era demasiado polícia para a deixar escapar com mais um homicídio, mas não tanto que fosse capaz de a entregar para que tudo viesse a saber-se. Alguém como Degarmo". Degarmo mancha a reputação da polícia, mas é suportado pelo espírito corporativo da mesma, e, por essa razão, chega ao extremo a que chega. Os tempos são de inquietação e incerteza, e assim, como desabafa um colega seu, "Que vão para o inferno. Dentro de duas semanas estarei no exército", como quem diz, para quê ralar-me se qualquer dia me mandam para a guerra. O xerife Jim Patton, chefe da polícia de Puma Point, região onde se desenrola boa parte da intriga, representa uma outra face da polícia. É rústico, vagaroso, bonacheirão, mas não lhe falta esperteza e é meticuloso. É grande não de gordura mas de robustez. Ele é a lei na sua circunscrição e executa-a com firmeza e honestidade. Gosta da profissão e procura exercê-la o melhor possível. O seu slogan para as eleições que se aproximam e visam o lugar que ocupa, retrata bem o seu perfil: "Atenção, eleitores! Votem no chefe Jim Patton. Ele está demasiado velho para ir trabalhar." Marlowe gostou logo dele. Deve-lhe ter adivinhado nos olhos a honestidade e o humor."

6 de junho de 2011

O meu voto (parte 2)

Votei PS e José Sócrates e fui vencido. Não estou arrependido! Só lamento que muita gente de esquerda ou próxima dela, por incompreensão e ressentimento, se tenha abstido ou votado nos outros contra os seus. Penso terem sido estas as razões para uma derrota tão pesada como injusta.

3 de junho de 2011

O meu voto

No domingo, como sempre, vou mais uma vez votar, e, como democrata e de esquerda, vou votar na esquerda democrática, ou seja, no PS, e em José Sócrates, quanto mais não fosse, e outras razões há, indignado com a suja campanha de maledicência e ódio contra ele lançada pela direita e pela esquerda radical.