25 de dezembro de 2009

Uma boa prenda de Natal

Da Bertrand Editora, com tradução minha e de minha mulher, acaba de sair, do jornalista, biógrafo e romancista francês, Pierre Assouline:
ROSEBUD
(FRAGMENTOS DE BIOGRAFIAS)
Rosebud, pequeno trenó de madeira da infância de um grande magnata do jornalismo que durante toda a sua vida nunca esqueceu aquele seu brinquedo, 0 seu Rosebud: tema do filme Citizen Kane, de Orson Welles. E é o Rosebud de cada um deles: Kipling, Cartier-Bresson, Paul Celan, Picasso, Lady Diana, Príncipe Carlos, Jean Moulin, Pierre Bonnard, que Assouline procura, neste seu livro.
PS. Só de lamentar algumas asneiradas da revisão editorial.

18 de dezembro de 2009

Em dia de lucidez

Vasco Pulido Valente , hoje, no Público, informa-nos sobre os seus livros do 2009: Wolf Hall, de Hilary Mantel; A History of Christianity: The first three thousand years, de Darmald MacCulloch; Alone in Berlin, de Hans Fallada. Infelizmente, termina mal dizendo que Portugal, claro, não se interessará por estes autores. Só ele!

9 de novembro de 2009

Cavaco em queda

É o comentário de VPV, no Público, que remata: é o resultado da constância no erro e na presunção.
Razão tinha M.S. quando dizia que o homem tinha momentos de lucidez.

20 de outubro de 2009

CAIM, de Saramago

Não o leram e muitos não virão a lê-lo, não lhes está no hábito. Mas os vaticanos cá da terra ficaram muito indignados com as declarações do escritor. Compreendo-os. Mas aos outros, o que é que os incomodou? Ele foi duro, mas o que disse ele de errado? É evidente que ele não tem nada contra Deus. Deus não existe. Mas a Igreja, essa sim existe, e é contra ela que ele se manifesta. Há que ser benévola para com ela? Porquê? Ela é benévola para com os não crentes? Não tem ela nos andado a enganar, a dividir, a atrazar, a lixar a cabeça, há tantos anos? Eu penso que sim! Obrigado, Saramago! Atenção, eu até já li o livro (li-o como li todos os outros também).

3 de outubro de 2009

A Candidata

O sorriso cativa-nos, os olhos atraiem-nos, a voz é hipnótica. A inteligência da palavra, a substância e sinceridade do discurso, o vigor e o estusiasmo do gesto. Estou a falar, naturalmente, de Elisa Ferreira. Fomos ao Porto, de propósito, ao lançamento do seu livro, Nunca perdi o norte, suporte da sua candidatura. Ficámos apoiantes, já eramos, não podemos votar, somos de Lisboa, mas podemos dar-lhe os nossos sinceros desejos de vitória. A cerimónia foi na Livraria Lello, não podia ser noutro local. Ele é emblemático da cidade do Porto. Vão lá, e se não ficarem deslumbrados, é porque é pequena a vossa alma.

1 de outubro de 2009

Aguardemos!

Não foi só Ana Gomes a ficar encavacada, nós também, e muitos cavaquistas o ficaram também. Razão tinha Mário Soares quando disse o que disse quando das últimas presidenciais e que pareceu um exagero. É muito estranha a maneira como Cavaco geriu todo este assunto. Ingenuidade ou algum objectivo perverso? Aguardemos!

29 de setembro de 2009

A comunicação

Ouviram-na, não ouviram? Não, ele gago não é, mas masca, articula mal, e é tacanho. A comunicação é omissa, é ambígua, é caluniosa, é agressiva, é indigna de alguém que ocupa o lugar que ocupa. Como é possível que este homem tenha grangeado o prestígio que tem (tinha)?

Desenganem-se!

Ele não vai falar ao País, ele vai é falar à Comunicação Social (sem direito a perguntas?) para que esta depois explique aos cidadãos o que Ele quiz dizer. Estão a ver a figura no espaço? Cada vez compreendo menos a admiração que tanta gente, e alguma grada, tem por este homem.

28 de setembro de 2009

Haja, Deus!

O PS ganhou as eleições. Aleluia! Não acredito em milagres, mas depois de tanta mentira, tanta calúnia, tanta insinuação, ganhar, mesmo com maioria relativa, foi quase um milagre. Como eles devem estar zangados, eles, os Pachecos, os Fernandes, os Medinas, os Marcelos, os Pulidos, os Barretos, os Belmiros, os Balsemões, e, naturalmente, os lacaios deles. Não conseguiram vencer o PS, não conseguiram vergar o Sócrates, mas uma coisa conseguiram: revelaram o seu fraco carácter, a sua frágil dignidade, e alguns até a sua duvidosa inteligência.
O pesadelo, a ansiedade, terminaram. Eu não acredito nele, mas apetece- -me dizer: Haja, Deus!

27 de setembro de 2009

E agora?

O PS ganhou as eleições. Ainda bem! Mas perdeu a maioria absoluta. Infelizmente! E a maioria relativa que conseguiu, não é confortável. O PSD que queria esperar, foi penalizado pelas suas tacanhez e estupidez. Ainda bem! O PS que queria avançar, foi penalizado pelas suas ambição e coragem. Foi pena! O que esperam de bom os eleitores que abandonaram o PSD e, principalmente, o PS, e votaram CDS e BE? Será que avaliaram bem a ingovernabilidade para que, provavelmente, arrastaram o país? A ver vamos, preocupadamente!

22 de setembro de 2009

Ameaça chantagista?

Alguém disse: «Se o PS ganhar as eleições, daqui a dois anos haverá novas eleições». Quem foi?

15 de maio de 2009

Divergência?

Sim, refiro-me à suposta divergência entre Vital Moreira e Sócrates sobre o caso Lopes da Mota. Vejamos! Primeiro, Vital Moreira não disse que se fosse primeiro-ministro demitia Lopes da Mota, disse é que se estivesse no lugar deste, porventura, pediria suspensão de funções enquanto decorresse o processo disciplinar. Segundo, Sócrates não disse que se estivesse no lugar de Lopes da Mota não pediria suspensão de funções ou que não se demitia, o que disse como primeiro-ministro é que numa primeira fase, a quem cabia, se assim o entendesse, demitir ou suspender Lopes da Mota era ao procurador-geral da República, e não a ele. Onde está então a tão propalada divergência entre Vital Moreira e Sócrates? Aliás, mesmo que houvesse divergência, isso era a prova (que já é sabida) que cada um deles pensa pela própria cabeça, e não o esconde, embora caminhem na mesma direcção e queiram atingir a mesma meta, juntos.

13 de maio de 2009

Pressões?!

Sobre as alegadas pressões no caso Freeport, perguntam-se muitos, nos quais me incluo, que raio de pressões "muito graves", de ameaças, é que Lopes da Mota, em conversa particular, poderá ter feito aos seus colegas caso eles não fizessem aquilo que ele aconselhava a que fizessem. Prometeu bater-lhes? Chamar-lhes nomes feios? É que o próprio bastonário dos advogados diz que nem o primeiro-ministro nem o presidente da República podem fazer o que quer que seja a um magistrado. Enfim, parece que vai haver um processo disciplinar, e se assim for, oxalá as suas conclusões não fiquem eternamente em segredo de justiça. Resta acrescentar, como sublinha bem o D.N., que, "mais uma vez, houve fuga de informação acerca das conclusões do inquérito, antes de o órgão competente dele tomar conhecimento". Mas quem é que já liga a isso?

12 de maio de 2009

A ver vamos!

É fartar vilanagem! A campanha contra o governo e em particular contra o primeiro ministro continua assanhada. Não há nada que façam ou digam que não seja logo torpedeado. Os partidos da oposição, à direita e à esquerda, os sindicatos e, com raras excepções, a comunicação social não lhes dão tréguas. Infelizmente, demasiadas vezes sem a lisura, a verdade, e a razão que seria de desejar. Se o PS conseguir ganhar as eleições, principalmente, as legislativas, bem pode acreditar, não em milagres, mas em que o eleitorado não é tão estúpido como alguns pensam que é e outros desejam que fosse. A ver vamos!

30 de abril de 2009

Eu estive lá!

Sim, estive lá, há 35 anos, seis dias depois do glorioso 25 de Abril, nesse primeiro 1º de Maio do Portugal libertado. Estive lá com a minha mulher, com o meu filho, que fez 15 anos nesse dia, e a minha filha de 10 anos. Fomos a pé, de Campo d'Ourique, com conhecidos e deconhecidos, todos amigos, todos camaradas, a cantar, Grândola, Vila Morena, Avante Camarada, e mais, e mais... naquele dia inesquecível! Só quem o viveu...!

24 de abril de 2009

A Carta

Quero crer que ninguém de bom senso terá discordado da carta de António Pinho Vargas, publicada ontem no Público, nem mesmo o director do citado jornal. No entanto, quanto a mim, a campanha, porque se trata mesmo de uma campanha insidiosa, contra o primeiro ministro, na e da comunicação social, e o estado da justiça em Portugal, em vez de nos fazer rir, deve é fazer-nos chorar.

11 de abril de 2009

Alguns jornalistas, colunistas e bloguistas andam muito estomagados, assanhadíssimos, por o primeiro-ministro ter processado judicialmente profissionais da comunicação social, não sei quantos nem interessa. Sentiu-se ofendido, caluniado, e avançou para os tribunais, e, por isso, segundo eles, cometeu o pecado de ser contra a liberdade de expressão. Mas o que é que lhes deu? Só por que se é governante, figura pública, tem que se suportar ofensas, calúnias, e ficar calado? Ter direito à liberdade de expressão é ter direito à ofensa, à calúnia, mesmo sendo jornalista, colunista ou bloguista? Francamente! É que se pode criticar, e criticar com dureza, sem insinuações torpes, sem baixeza, sem maledicência. Acho eu!

7 de abril de 2009

O pecador e a vítima

Segundo depreendi do artigo de Rui Tavares, historiador e candidato a deputado independente pelo B.E. ao P.E., no jornal Público de segunda feira, ter liberdade de expressão é ter o direito de não ter medo de ofender os poderosos, ou seja, e peço desculpa se estou enganado, medo de ofender os não poderosos já ninguém tem por que estes, em princípio, mesmo ofendidos, por falta de poder, não recorrerão aos tribunais, e agora é preciso que os poderosos, mesmo que se sintam ofendidos, engolam o sapo, e não processem os ofensores ou serão acusados do pecado: contra a liberdade de expressão.
PS. Os visados no artigo de Rui Tavares eram: O primeiro-ministro, como pecador e o jornalista João Miguel Tavares, como vítima.

3 de abril de 2009

Gran Torino

Título de um excelente filme de e com Clint Eastwood. Grande injustiça será se filme, realizador e actor não forem nomeados para os Óscares. Goste-se ou não, o Óscar é o prémio mais importante a que qualquer cineasta pode aspirar.

19 de março de 2009

O Dia do Pai

Hoje, dia 19 de Março, é uma dia especial, um dia importante, para todos os pais, em particular, para os que têm filhos que se lembram deles durante todo o ano, e não só no dia 19 de Março. Eu sou desses, felizmente!

16 de março de 2009

A Troca

Não é um grande filme , mais um documentário, mas excelente, que denuncia uma infâmia, e prova que o poder sem freio corrompe, corrompe absolutamente. Ele prova, também, uma vez mais, que Clint Eastwood, um dos últimos grandes cineastas clássicos do cinema americano, continua a dirigir actores como poucos o sabem. Angelina Jolie que o diga. Enfim, um saboroso aperitivo para o Gran Torino.

15 de março de 2009

Memórias e Aventuras

Uma coisa leva à outra. Ao falar de Salgari e dos seus heróis, veio-me à lembrança que o meu primeiro livro de ficção, ou melhor, os dois primeiros, não eram, nem um nem outro, do criador de Sandokan, do Corsário Ngro ou do Capitão Tormenta. Foi com "As Memórias de Um Burro", da Condessa de Ségur, e "As Aventuras de Polichinélo", de Carlo Collodi, que iniciei a minha carreira de ávido leitor, penso que por esta ordem, embora sem muita certeza. Aliás, a minha preferência sempre se inclinou mais para as "Memórias..." do que para as "Aventuras..."
Das "Memórias de Um Burro" recebi a primeira lição sobre a amizade e a consideração a ter pelos animais, e a minha simpatia, muito particular, pelos burros nunca desapareceu, embora estes quase tenham desaparecido. E se duas ou três vezes montei um burro, foi por necessidade e não por gosto.
O Polichinélo é aquele boneco de pau que virou menino de carne e osso. Muitos anos mais tarde vim a saber que, afinal, se chamava Pinóquio. Da história do Polichinélo e do seu pai, o homem que o esculpiu, nasceu-me uma saudade magoada de que não desejo falar.
Já os não tenho, aos dois livros, mas passaram tantos anos!

O Capitão Tormenta

Encontrei-me há dias com ele, com o Capitão Tormenta, numa livraria, naturalmente. Trata-se de um livro do grande Emílio Salgari, a versão portuguesa do Capitan Tempesta. Nunca o tinha lido, e se não senti a emoção e o entusiasmo de outros tempos, quando menino e moço, devorei dezenas de salgaris, apreciei agora melhor a inventiva, o vigor e a elegância do escritor. Julgo que tenha sido um dos romances mais arrojados de Salgari. Não só o Capitão é uma mulher, a jovem Eleonora, que disfarçada de homem, e lutando como um homem, "procura resgatar o marido aprisionado pelos turcos", como esta se apaixona pelo turco Muley-el-Kadel, o Leão de Damasco, e este renega a sua religião para ficar com ela.
Emílio Salgari foi o primeiro dos cinco escritores que balizaram a minha carreira de leitor compulsivo, e Sandokam e o Corsário Negro, essas lendárias figuras por ele criadas, os meus primeiros heróis. Que aventuras sonhadas, que lutas, que perigos, que surpresas, que alegrias, que amores. Foi bom ter encontrado com o Capitão Tormenta. Senti-me rejuvenescer um pouco!

7 de março de 2009

Quem?

Não é novidade, penso que não só para mim, que a lucidez de análise de Pulido Valente é muito interminente e precária. Hoje, no Público, considera que "Vital Moreira não tem, e nunca teve, um estatuto (ou um prestígio) nacional", mas que "não me admirava nada que Vital Moreira acabasse por humilhar, por atacado, a esquerda, o CDS e o PSD", embora esteja convencido que " existe no partido (PSD) gente capaz de reduzir Vital Moreira a uma pobre sombra". Se Pulido estivesse no lugar de Ferreira Leite, (desculpem-me a hipótese), quem escolheria ele, dessa gente, para assombrar Vital? Quem tiraria ele da cartola? Será que viremos a saber?
O MEU NETO MANUEL DAVID, DE SEIS ANOS, TELEFONOU-ME PARA ME INFORMAR, TODO UFANO, QUE JÁ TINHA UM MAGALHÃES.

23 de fevereiro de 2009

Eu chamo-lhe suja!

Ninguém duvida que ela vai continuar e até crescer. Ontem o "inteligentíssimo" professor comentador televisivo bem o demonstrou. Os seus comentários sobre o caso da compra de uma casa pelo primeiro ministro são, no mínimo, incorrectos. Nem se coibiu de lhe chamar Xico Esperto. Não será um insulto, mas é uma indigna baixeza. Mas já hoje tivemos o caso dos discursos do primeiro ministro (Diário de Norícias) e a carta de três realizadores de cinema (Público). Isto, até às eleições, vai ser um fartar vilanagem. Contra o governo e contra o PS, naturalmente, mas, principalmente, contra José Sócrates.

2 de janeiro de 2009

Palavras provocadoras

RECUOS e RECADOS: duas palavras muito utilizadas pelos nossos comentadores de serviço, e não só, muitas vezes por má-fé, algumas por mera esperteza saloia, que eu gostaria de ver eliminadas do nosso panorama político.

1 de janeiro de 2009

Que mensagem?

Não estou ansioso, mas sim curioso. Que irá dizer hoje ao país o Presidente da República, na sua mensagem de Ano Novo? Palavras de esperança ou de meter medo quanto ao futuro? De optimismo balofo certamente que não, mas o bota abaixo só será prejudicial. Alertar para as dificuldades, é imprescindível, mas incentivar à resistência também. E quanto ao diferendo com a A.R. por causa dos Açores, oxalá prevaleça o bom senso, e o deixe no tinteiro, a ele e qualquer ressentimento que ele tenha provocado. É assim tão grave ter que ouvir mais alguém, antes de se tomar uma resolução? Dizia-me um amigo, com graça, que o presidente Sampaio antes de demitir Santana Lopes e dissolver a Assembleia teria ouvido algumas cem pessoas além das obrigatórias. E não lhe caíram os parentes na lama! Enfim, cá aguardo, curioso, a mensagem presidencial!