27 de março de 2008

O IVA...

Baixou 1%! Uma baixa prudente, tão prudente, que não assustou os que defendem que os impostos se devem manter, mas que indignou os que querem uma descida significativa. Houve opiniões para todos os gostos, baseadas em argumentos, uns sensatos, sérios, bem fundamentados, mesmo que divergentes, o que se louva, outros de mero oportunismo político, o que se lamenta e deve condenar. Como se pode declarar que se tratou de uma medida, simultaneamente, eleitoralista e irrelevante? Seja como for, a baixa do IVA em 1%, é, indiscutivelmente, um sinal positivo, mesmo que modesto, que resultou da redução do défice que em 2007 se quedou em 2,6%, bem abaixo dos famigerados 3%, e nos faz acreditar que se atingirmos os 2,2%, previstos para 2008, será mais relevante em 2oo9.

24 de março de 2008

Aquela aluna, aquela escola

Mais vale tarde do que nunca. Preferi deixar passar a exaltação, face às indignas imagens agressoras. Calmamente, agora, eis dois, três comentários:
i) Nunca, enquanto jovem estudante, eu teria tal comportamento. Impedia--mo a educação recebida no seio familiar, e pela mesma razão, nunca algum dos meus filhos o poderia ter também;
ii) Acabe-se, de uma vez por todas, com a complacência com a indisciplina escolar. Viver em liberdade e em democracia não é fazer o que nos vem à cabeça, desrespeitando tudo e todos.
iii) Não é decente o aproveitamento político feito por alguns por alguns políticos e por alguns comentadores encartados da comunicação social.

17 de março de 2008

Acordo Ortográfico

Não sei se ainda não vamos ter um famigerado referendo, por causa do Novo Acordo Ortográfico, que já há 17 anos que foi politicamente aprovado, mas que ainda não foi, definitivamente, ratificado. Seria ridículo que tal acontecesse, evidentemente. Seja como fôr, estou a favor do Acordo, muito mais convencido pelos pareceres realistas e sensatos dos que o defendem, do que pelos argumentos poéticos dos que o repudiam.

É sensato!

Sim, à lei que proiba a reprodução e criação de cães considerados perigosos. Se ela já existe, como parece, que se regulamente, que se ponha a vigorar, e que haja fiscalização. E que também se tome muita atenção àqueles que andam para aí como inocentes animais domésticos. É verdade que não se vai acabar com os tigres, só porque eles não podem andar à solta, mas a verdade é que se podem ter em casa, à solta, como animais domésticos, os Pit Bull Terrier, os Rottweiler, que podem ser tão perigosos como eles.

Será sensato?

A maquilhagem, a tatuagem, a colação de piercings, principalmente este, serão práticas aberrantes que até poderão pôr em causa a saúde pública (?), mas constituem um problema menor entre os muitos, difíceis, que o país enfrenta. Legislar sobre ele de uma maneira tão drástica, como consta do Projecto-lei do PS, vai, possivelmente, abrir mais uma frente de crispação e protesto bem desnecessária no momento. No caso do aborto, defendeu-se, e bem, o direito da mulher de dispor do seu corpo, vai agora impedir-se que as pessoas, por sua vontade (mesmo que estúpida), pintem, piquem, esburaquem, a língua, ou as suas partes pudibundas?

13 de março de 2008

Os professores e o ensino

Atenção a um bom artigo saído hoje no jornal Público: "Ainda acabas a dar aulas!", de Esther Mucznik. Dele destaco três afirmações chave: (i) é evidente que houve sempre professores que honraram a sua profissão; (ii) a verdade é que há cada vez mais pessoas "a dar aulas" e cada vez menos professores; (iii) a sua substituição (da ministra) seria apenas uma magra vitória político-partidária e não dos professores ou do ensino em Portugal. Só uma dúvida, quanto à opinião da articulista sobre a reacção do ministro Santos Silva aos insultos que lhe foram dirigidos. Qual seria a reacção de Esther Mucznic se um grupo de pessoas, à porta de sua casa, lhe chamasse
nazi. Oferecer-lhes-ia flores?

O Benfica em Getafe

Espectáculo triste e deprimente. A equipa de futebol do Benfica, recheada de jogadores de nível internacional, através de uma actuação sem chama, sem ideias, sem alegria, sem velocidade, sem confiança, absolutamente inoperante, conseguiu perder, com sorte, só por um a zero, com o Getafe, equipa do meio da tabela do campeonato espanhol que se apresentou em campo com muitos dos seus suplentes. Pobre Benfica, cujo treinador actual, Chalana, que não tinha nada a perder, não teve coragem de arriscar uma equipa diferente daquela que o seu antecessor certamente escolheria. E lá vieram o Petit, o Nuno Gomes e o Makukula, saídos de lesões e absolutamente fora de forma. Então o Makukula que mesmo na sua melhor forma é aquilo que sabe. Pobre Benfica, cujo treinador actual, Chalana, que viu a sua equipa, completamente destroçada, perder os dois jogos, teve o desplante de dizer que, no conjunto das duas mãos, o Benfica fora o mais forte. Pobre Benfica.

11 de março de 2008

Um artigo a não perder

Excelente, na minha opinião, o artigo, de hoje, no Público, de José Vítor Malheiros, "Os Corações e as Mentes". É verdade, como diz o articulista, que quase tudo o que de mau acontece na educação é culpa dos professores, embora tudo o que acontece de bom também. Mas este tudo, digo eu, tem sabido a pouco, porque, infelizmente, não são maioria os professores para quem o ensino é como que um sacerdócio. É também verdade a apreciação que ele faz da actuação da ministra. Na realidade, o grande pecado de Maria de Lurdes Rodrigues, não foi o de não ter sido conciliadora com os sindicatos, mas o de não se ter esforçado em arranjar aliados fortes e credíveis entre os professores.

10 de março de 2008

Ansiedades

Ansiosamente curioso, aguardo os comentários dos Pachecos, Fernandes e quejandos, à notícia: George W. Bush veta lei do Congresso contra a tortura. E oxalá esta minha curiosidade ansiosa não seja considerada anti- -americanismo primário.

Perplexidades

Hoje, dia 10 de Março de 2oo8, na RTP1, canal, público, da televisão portuguesa, no programa Prós e Contras, o tema em debate é: Rei ou Presidente, Monarquia ou República? Por favor, digam-me que não tenho razão para estar preplexo perante tal escolha.

Mediações

É difícil acreditar que alguém da craveira intelectual do Prof. João Lobo Antunes tenha avançado a ideia de uma mediação, por terceiros, do conflito entre o M.E. e os sindicatos dos professores. Aceitar tal solução, além de abrir um precedente aberrante e perigoso, era para o governo um suicídio político, pois estava a abdicar da sua legitimidade de governar. Mas supondo, por desfastio, que tal ideia era aceite, pergunto: Quem seriam os árbitros, quem seriam os sábios mediadores independentes, e quem os escolheria? Na minha opinião, nem o diabo se arriscaria a tal missão.

1 de março de 2008

Um Óscar injusto

Ganhou quatro Óscares, um deles o de melhor filme, e chama-se, "No Country for Old Men". Em português deu-se-lhe o nome, não inteiramente feliz, de, "Este País Não É para Velhos". É um filme que, na minha opinião, só tem a virtude, não recomendável, da excelência formal com que trata a violência, o que é muito pouco, ou devia ser, para merecer o Óscar de melhor filme. Então, em todo o ano de 2007, Hollywood não produziu nada de melhor do que este requintado exibicionismo de violência gratuita? Então, " O Vale de Elah", o "Haverá Sangue", ou até o "Michael Clayton", para só falar dos que estão agora em exibição, não serão filmes muito mais importantes, muito mais profundos, muito mais sérios, embora menos cuidados formalmente? Penso que sim!