14 de outubro de 2021

ORÇAMENTO DE ESTADO

 

Não sou formado em economia nem em finanças, embora tenha frequentado o Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras.  Não acabei o curso por razões que não vêm agora ao caso. Assumo a responsabilidade, e adiante. A verdade é que, depois do liceu, devia ter ido para Letras e não para Ciências, por ter aceitado que na área destas era mais fácil arranjar emprego e ganhar dinheiro. Talvez, mas talvez também tivesse ficado pelo caminho, pelas mesmas ou até outras razões. Enfim, sobrevivi, mas se nunca esqueci, é porque, inteiramente, nunca me perdoei.                                                                   Não é, pois, minha intenção, apreciar o Orçamento de Estado, falta-me competência para tal, mas o espetáculo à volta dele.                                                                                                                                Como está determinado o Orçamento tem que ser entregue no dia 10 outubro. Assim tem acontecido, mas sempre em cima da hora, da meia-noite, como se o tempo para o preparar fosse muito curto e o risco de o prazo não ser cumprido poder acontecer. E se acontecer, o que acontece?                                    A verdade é que a notícia da entrega do orçamento, pelo Ministro das Finanças, ao Presidente da A.R., é sempre dada com algum aparato e aparente  alivio.                                            O Orçamento para 2022 já foi entregue, com o ambiente habitual, seguindo-se agora a apreciação e discussão. Mas os partidos da oposição já disseram ou insinuaram que votarão contra, seja ele qual for, e os da área do Governo também, se ele se mantiver como está, já a pensar na discussão na especialidade.                                     Se o Orçamento for chumbado teremos, quase de certeza, eleições legislativas antecipadas. Quem as quer, quem as deseja? Penso que a Direita, a radical, não a moderada, mais consciente, para esta ainda será cedo.                                                                                                                                                    Quanto à esquerda que suportou a geringonça, sabe-se lá. Como esquecer o PEC4?                                  Apressadamente, como é seu hábito, o P.R. já avisou que o chumbo do orçamento dará origem a eleições. Qual a intenção? Activar ou moderar a oposição? Assustar ou auxiliar o governo?                      E, sim, digam-me lá, porque é que o Governo, o PCP e BE não negociaram, previamente, com serenidade, seriamente, para bem do país, do povo, de Portugal, o Orçamento para 2022?            Atenção, vou repetir-me, sou de esquerda, socialista, não militante partidário, independente. E é tudo, por agora.

 

10 de outubro de 2021

É A MINHA OPINIÃO, NÃO TARDIA


Sobre o resultado das eleições autárquicas, alguns comentadores, principalmente aquele, de má memória, que agora escreve, aos sábados, para o jornal Público, sob a sigla Grande angular,  consideraram que houve uma derrota geral, ou melhor dizendo, que todos os partidos perderam, em particular o PS, e, ao dizê-lo, foi essa a verdadeira intenção: que as eleições tinham sido um desaire para o partido socialista. Bem apoiada pela comunicação social (jornais e TV) a oposição, e principalmente o PSD, bem o vincaram. Entende-se.                                                                                                          Vamos, então, aos números.:  Percentagem de votos dos três partidos mais votados:  PS 37,5 % -- PSD 32,3 % -- PCP/PEV 8,2 % (vitória do PS sobre o PSD e vitória da esquerda sobre a direita). (Número de votos dos três partidos mais votados: PS 1.876.609 – PSD 1.615.254 – PCP/PEV 410.584 (vitória do PS sobre o PSD e vitória da esquerda sobre a direita). Número de câmaras dos três partidos mais votados: 149 do PS – 114 do PSD -- 19 da CDU (vitória do PS sobre o PSD e vitória da esquerda sobre a direita).        A intencional proclamação duma derrota geral nas autárquicas deste ano baseou-se, pois então, na  comparação, tecla bem batida, destas com as de 2017, em que se verificou uma vitória esmagadora do PS. É inquestionável que tal não se repetiu, mas o vencedor, sem quaisquer dúvidas, foi mesmo, o mesmo.. Note-se, aliás, que a maior parte dos votos retirados ao PS não foram para a coligação PSD/CDS, mas distribuídos pelos pequenos partidos contestatários, ou entregues riscados, ou em branco (e não esqueçamos o número dos que ficaram em casa a ruminar). Ou seja, os votantes não impuseram uma mudança de rumo, uma troca da política, esquerda / direita (o eleitorado conhece bem ambas, é do seu interesse), fizeram, sim, um sério aviso: exigir, ao governo, naturalmente, medidas para uma justa e rápida melhoria das actuais condições de vida (salários, empregos, saúde, educação, segurança, justiça, habitação, transportes, etc.). Foi esse o meu entendimento, é essa minha opinião.      

 

 

7 de outubro de 2021

PARA REMATAR

Tenho 93 anos, estou velho, mas ainda lúcido. Não sou religioso, não acredito em Deus, nunca acreditei, mas respeito quem acredita. porque sei que lhes faz falta, que lhes faz bem, essa crença. Talvez fosse bom que Deus existisse, mas como DEUS, a sério, sem igrejisses, se é que me entendem. Oxalá! 


6 de outubro de 2021

MAIS UM ESCÂNDALO DE ABUSOS SEXUAIS NO ÂMBITO DA IGREJA CATÓLICA

Não é de agora e já tinha acontecido e sido denunciado noutros países, E.U.A., Austrália, Alemanha, Irlanda, Polónia, agora em França. O relatório ontem divulgado estima que mais de 2000 padres e outros membros do clero francês abusaram sexualmente de 200 duzentos mil menores, e afirma ter verificado uma total, profunda e até cruel indiferença por parte da igreja francesa. Horas passadas da divulgação do relatório, resultante de uma investigação independente de perto de três anos, várias personalidades da Igreja Católica, e não só, lamentaram o sucedido, com o maior vigor, a maior sinceridade, a maior dor de alma, que conseguiram, mas nenhum apontou o dedo ao verdadeiro responsável: Deus. Deus nada fez, nada disse, tudo permitiu aos seus apaniguados. E Deus existe, ou não. Eu não acredito, mas eles sim. Deus é o topo da Igreja Católica, é ele pois o responsável  por tudo o que se passa no seu âmbito. Sim, eu sei, conheço o argumento: os desígnios de Deus são inescrutáveis. Se isso os consola, valha-lhes Deus. Eu pedia-lhe é que se demitisse, se ele existisse, claro. Mas não...!




   

 

4 de outubro de 2021

PARA A HISTÓRIA DA LITERATURA POLICIAL PORTUGUESA QUE UM DIA ALGUÉM HÁ-DE ESCREVER -13

                                                                        1995

BESSA-LUIS, AGUATINA                                                                                                                        Aquário e Sagitário, conto. Escrito nos anos 50, é um curto texto ao estilo do policial clássico de quem  se perdeu "de admiração por Edgar Põe e de amor incompreendido por Sherlock Holmes". Uma pequena e cativante narrativa por onde, "com o seu aquário gigante e um cinismo lírico, passa a sombra de Orson Welles. 1ª edição, Civilização, nº 2 da colecção Brevíssima portuguesa, Porto.

CARVALHO, MARIA DO CÉU                                                                                                                    Feijões contados, romance. 1ª edição, Caminho, nº 172 da colecção Policial Caminho, Lisboa.

GRILO, MANUEL                                                                                                                                         Nóvò, romance. 1ª edição, Caminho, nº 170 da colecção Policial Caminho, Lisboa.

VIEGAS, FRANCISCO JOSÉ                                                                                                                      Um céu demasiado azul, romance. A dupla Jaime Ramos e Filipe Castanheira, investiga o caso de um homem encontrado morto no porta-bagagem de um carro, dois dias depois de ter chegado a Portugal, vindo do México e de Cuba. 1ª edição, ASA, Lisboa.

                                                                    ******

Publicação do romance, Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto, de Mário Carvalho. Publicação do romance, Ensaio sobre a cegueira, de José Saramago.

                                                                     1996

BROWN,RUSTY, pseudónimo de MIGUEL BARBOSA                                                                             Rusty Brown e o nariz de Toulouse Lautrec, romance. 1ª edição, Europress, nº 48 Bolsonoite

FLORES, FRANCISCO MOITA (Moura, 23/02/1953 - ?), escritor, ex-inspector  da P.J.                         Policias sem história, romance. O olhar irónico dum polícia sobre si próprio e também sobre o outro, e do outro sobre ele. 1ª edição, Casa das Letras, Lisboa. 

NEVES, JOÃO CÉSAR DAS     O estranho caso do livro de economia: uma investigação económico-criminal de Dick Shade, romance. 1ª edição, Verbo, Lisboa

PEREIRA, ANA TERESA                                                                                                                            Num lugar solitário, romance. 1ª edição, Caminho, nº 174 da colecção Policial Caminho, Lisboa.

ZIMLER,RICHARD (Roslyn, Heights, N.Y., USA, 1956 - ?). Com um bacharelato em religião comparada e um mestrado em jornalismo, veio para Portugal, para a cidade do Porto, tendo sido professor na Escola Superior de Jornalismo e depois na Universidade do Porto, e tem, presentemente,  dupla nacionalidade, americana e portuguesa.                                                                                              O último cabalista de Lisboa, romance histórico cuja acção decorre em 1506, durante o reinado de D. Manuel. Em abril desse ano, em Lisboa, há um massacre de judeus. O jovem Berequias encontra, na sinagoga secreta, dois corpos, assassinados, a do tio Abraão Zarco, iluminador e cabalista, e o de uma jovem desconhecida. Além disso, desapareceu um manuscrito iluminado, muito valioso. Mistérios a descobrir. 1ª edição, Quetzal Editores, Lisboa.  

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Publicação do romance, O manual dos inquisidores, de António Lobo Antunes.

Eleição do terceiro presidente da III República Portuguesa, Jorge Sampaio.

                                                                       1997

FERREIRA, REINALDO                                                                                                                              Memórias extraordinárias do dr. Duque, o cartomante do reciocínio, versão em livro do folhetim publicado em 1929/1930, com prefácio, notas e fixação de texto de Joel Lima.

JÚDICE, NUNO (Algarve, 1949 -?) poeta, ficcionista, ensaísta, professor universitário.                          A mulher escarlate, conto. 1ª edição, Contexto Editores, nº 28 da colecção Brevíssima, Lisboa.

LOPES, LUÍS (Porto, 1971 -?), jornalista, co-fundador da LusoPress, Sociedade de Repórteres.        Que pita de vida!, 1ª edição, Vega, colecção Círculo Negro, Lisboa.

NEVES, JOÃO CÉSAR DAS   Os 12 trabalhos de Dick Shade: uma investigação económico-criminal de Dick Shade, romance. 1ª edição, Verbo, Lisboa. 

SARAMAGO, JOSÉ (Azinhaga, Golegã, 16/11/1922- Lanzarote, Espanha, 18/06/2910), o nosso primeiro, e até agora, escritor Nobel da Literatura.                                                                                    Todos os nomes, romance. Ao ser-lhe sugerido poder o livro ser considerado um romance policial, Saramago respondeu que para o ser, ele precisaria de um criminoso e de um polícia. Na verdade, nem um nem outro existiam no livro, mas é incontestável que a sua estrutura é a de um romance policial. Todo ele se baseia numa investigação levada a cabo por um senhor José que não é polícia, mas "um desajeitado funcionário da Conservatória Geral do Registo Civil", que se torna num obsessivo investigador e coleccionador de notícias de gente famosa, e descobre ter havido um suicídio. Ora o suicídio, acto sempre misterioso, é de facto um crime, se bem que um crime em que o criminoso é a própria vítima. Assim, a selecção do romance será abusiva? 1ª edição, Caminho, Lisboa.

UTNE, MARGARIDA                                                                                                                                  A morte por um fio, romance. 1ª edição, Caminho, nº 180 da colecção Policial Caminho, Lisboa.

VIEGAS, FRANCISCO JOSÉ                                                                                                                     Um crime da exposição, romance. Jaime Ramos, inspector da Polícia Judiciária do Porto, de visita a Lisboa, é confrontado com uma série de crimes na zona da Expo 98. 1ª edição, ASA, Lisboa.

                                                                           *****

Publicação do romance, O esplendor de Portugal, de António Lobo Antunes.

                                                                       1998 

  FARIA, ROSA LOBATO DE (Lisboa, abril de 1932 -?), escritora.                                                      Criada para todo o serviço, conto do livro de contos Crimes de mulheres. 1ª edição, ASA, Lisboa.

MIRANDA, MIGUEL (Porto, 18/05/1956 -?) médico, escritor.                                                                   O estranho caso do cadáver sorridente, romance. Prémio Caminho de Literatura Policial. Em linguagem viva, inventiva, quase sempre divertida, por vezes emotiva, o autor dá a palavra a Mário França, um dos melhores detectives do mundo, para ele falar de si e dos eus casos, em particular da sua investigação sobre o suicídio ou assassinato da senhora Gladys Cleminson, que morrera a sorrir, deixando uma herança de muitos milhões de libras a cheirar a vinho do Porto. 1ª edição, fevereiro, Caminho, colecção Policial Caminho, Lisboa.

NEVES, JOÃO CÉSAR DAS   O estranho caso da partida de xadrez: uma investigação económica-criminal de Dick Shade. 1ª edição, Verbo, Lisboa.

NORTON, CRISTINA (escritoa argentina naturalizada portuguesa).                                                    Menina modelo, conto do livro de contos, Crimes de mulheres. 1ª edição, ASA, Lisboa.

PIRES, LUÍS FILIPE DA COSTA (Moçambique, 1976 -?), repórter, paginador, fotógrafo.                     A Rainha de Copas, romance. Primeiro prémio do concurso Prosas de estreia. Imaginoso, mas ingénuo e nem sempre convincente. A Rainha de Copas não é uma mulher, masbsim uma bebida vermelha e alcoólica com a qual, Sónia, uma jovem mulher, delicia os seus amantes. Ela está implicada involuntariamente no assassinato de um deputado que a frequentava e por ela se apaixonou. A investigação do crime é feita por um jovem detective, Frank Brewster, português, mas filho de pais americanos, contratado, anonimamente, por um contrabandista, que receia ser envolvido no caso. Frank Brewster, que tem problemas psicológicos devido a ter assistido ao assassinato do seu pai, sem poder evitá-lo, que é amigo do inspector da polícia oficialmente encarregue da investigação, que tamb+em prova a rainha de copas e, por sua vez, se apaixona por Sónia, acaba por deslindar, por mero acaso, o mistério .da morte do deputado. E no fim , com a avultada quantia que o contrabandista lhe paga, resolve ir viver para Boston de braço dado com Sónia, a sua rainha de copas. 1ª edição, Editorial Notícias, Lisboa.    

SANTOS HUGO (Campo Maior, Alto do Alentejo), professor, poeta, romancista.                                   A morte do professor, romance cuja prosa clássica, rica na frase e profunda no conceito, adensa a intriga e prende o leitor. Verão de 1975. Daniel Pereira  Gomes, professor na escola primária de Três Moinhos, vila provinciana com uma população, em parte, ainda arreigada ao anterior regime, é encontrado morto, cruelmente anavalhado, perto das lagoas, para onde costumava ir pescar. Galrito, um outro pescador habitual, é quem dá com o corpo e dá o alerta. Crime passional? Crime político? Qual o móbil? O dinheiro? O sexo? E quem, como , porquê, o praticou? Alguém da vila? Um ou mais do que um? Quem? O Cabanelas, negociante de gado e cereais, ou o lavrador Avelino Torres, ou o padre Januário, ou a professora Mercês, ou o Galrito, pescador de rede e narça, ou...? Perguntas a que os investigadores, os inspectores da Polícia Judiciária, da Judite, António Pereira Dias e Álvaro Carranca, procuram dar resposta, pressionados pela chefia, lutando contra a desconfiança e relutância dos habitantes em falar, em se abrir, em mostrar os seus desejos, os seus medos, os seus segredos, as suas misérias, teimando na paciência, forçando o raciocínio, enredados, eles também, nos seus próprios problemas íntimos. 1ª edição, ASA, Lisboa.

UTNE, MARGARIDA                                                                                                                               O último combóio para Roma, romance. 1ª edição, Caminho, nº 186 da colecção Policial Caminho.

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Atribuição do Prémio Nobel da literatura a José Saramago.

                                                              1999 

 AMARAL, DOMINGOS (Lisboa, 12/10/1967 - ?), jornalista, escritor.                                                      O fanático do sushi, folhetim policial, publicado no semanário, O Independente, de Lisboa, durante os meses de agosto e setembro. Uma investigação, contada em estilo de comédia, do inspector Artur César e da inspectora Regininha.

AROUCA, MANUEL (Pemba, Moçambique, 3/01/1955 - ?), escritor, argumentista.                                O Manto, romance. Do editorial: "Uma história explosiva, uma empolgante caminhada de fé e devoção que tem a oposição de grandes poderes económicos, políticos e religiosos".1ªedição,Europa-América.

CARVALHO, MARIA DO CÉU                                                                                                            Macau...bye, bye, romance. 1ª edição, Caminho, nº 192 da colecção Policial Caminho, Lisboa.

LOPES, LUÍS                                                                                                                                        Inferno, romance. 1 edição, Europa-América, Lisboa.

MIRANDA, MIGUEL                                                                                                                                  Livrai-nos do mal, romance. Não é um policial, mas antes um thriller social, localizado no Porto, muito centrado na comunidade cigana, na exclusão racista a que a mesma é submetida, muito derivada do comportamento interno e do seu relacionamento com os outros, castigada por imagens de violência, roubo, prostituição, proxenetismo... 1ªedição, Campo das Letras, colecção O Voo do Morcego, Porto.

SEABRA, JORGE (Aveiro), médico pediatra, ortopedista.                                                                          Anos de eclipse, romance. 1ª edição, Campo das Letras, Porto.

WILSON, ROBERT (Reino Unido, 1957). Escritor inglês, licenciado em Oxford, grande viajante, radicado em Portugal, razão pela qual, bem ou mal, tendo o romance o título que tem, passando-se em Portugal, quase todos os acontecimentos relatados, o seleccionámos.                                                        Último acto em Lisboa, romance vencedor do prémio Gold Dagger da Crime Writers Association que o considerou o melhor policial do ano. Duas histórias bem distantes no tempo que nada faria prever que se fossem entrecruzar. A primeira inicia-se no dia 15 de fevereiro de 1941, em Berlim, num quartel  das SS nazis. Klaus Felsen, um jovem berlinense, industrial bem sucedido, dono de uma manufactureira de atrelagens para combóios, é recrutado pelas SS para seguir para Portugal com a missão de obter volfrâmio. A segunda começa nos arredores de Lisboa, em Paço d'Arcos, no dia 12 de junho  de 199..., uma sexta feira, quando decorre uma festa de homenagem ao inspector da judiciária José Afonso Coelho, na Câmara Municipal, véspera do dia em que é encontrada na praia, morta, assassinada, uma jovem rapariga com cerca de dezasseis anos. É ao Zé Coelho, como é conhecido entre os colegas, que cabe a investigação do sucedido. Enredo complexo, bem construído e desenvolvido, a decorrer num Portugal cuidadosamente retratado, tanto do seu passado fascista, como do seu presente democrático, com um final surpreendente, inesperao. 1ª edição, Gradiva, Lisboa.

                                                                     ******

Publicação do romance, Exortação aos crocodilos, de António Lobo Antunes.                                  Publicação dos ensaios, Portugal como destino e Mitologia da saudade, de Eduardo Lourenço

Referendo em Timor-Leste a favor da independência (30 de agosto)                                                        Fim da administração portuguesa em Macau (20 de dezembro)

                                                               2000

AMARAL, DOMINGOS                                                                                                                           O fanático do sushi, romance. Com mais cenas e personagens do que o folhetim homónimo publicado, no ano anterior, no jornal, O Independente, de Lisboa. Um crime à moda da linha Estoril-Casscais, em ambiente de gente bem, com a investigação a cargo do sub--inspector da P.J., Artur César.                      1ª edição, Editorial Notícias, Lisboa.

ARAÚJO, RUI (Lisboa, 1954 - ?), docente, jornalista, escritor.                                                                  À queima-roupa, romance. Um casal é assaltado e agredido na sua própria casa, de que resulta a morte da mulher e ferimentos no marido. O caso, entregue Judiciária, revela-se bem mais complexo do que parecia à primeira vista. O protagonista é o agente Miguel Neves. 1ª edição, Terramar, Lisboa. 

HASKINS, DICK pseudónimo de ANTÓNIO DE ANDRADE ALBUQUERQUE                                   A Embaixadora, romance. Thriller político. A embaixadora da República de Puerto Nuevo (país imaginário) creditada em Portugal e os serviços de segurança da embaixada conspiram para derrubar o governo do seu país, recorrendo ao rapto e ao terrorismo. 1ª edição, ASA, nº 4 de Noites Brancas.

LEIRADELLA, CUNHA DE (16/11/1934) romancista, contista, dramaturgo, radicado no Brasil. Apenas questão de método, romance. 1ª edição, Caminho, colecção e prémio Caminho Policial.

LOBO, DOMINGOS (Santa Comba Dão, 1/11/1946 - ?). encenador, escritor.                                           As máscaras sobre o fogo, romance. Do editorial; "Desenrola-se um caso de diamantes. O duro desejo de diamantes provoca várias mortes, entre elas as de Nucha Monroe e Madame Iglésias, dois transvaginais da festa fria da prostituição lisboeta..." 1ª edição, Vega, colecção Círculo Negro, Lisboa.

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Publicação do romance, Não entres tão depressa nessa noite escura, de António Lobo Antunes.  Publicação do romance, Vícios e virtudes, de Helder Macedo.                                                                Publicação do romance, A caverna, de José Saramago.

    






 

1 de outubro de 2021

Parra a história da literatura policial portuguesa que um dia alguém há-de escrever -12

                                                            1990

BESSA-LUÍS, AGUSTINA (Vila Meã, Amarante, 15/10/22), romancista, dramaturga, biógrafa, cronista. Eugénia e Silvina, romance inspirado num caso real, ocorrido nos anos 20, para os lados de Viseu, que ficou conhecido como, O crime da Poça das Feiticeiras. 1ª edição, Guimarães Editores, Porto.

COSTA, LIMA DA, pseudónimo de JOEL LIMA.                                                                                      Pequena história londrina, conto publicado em, As vidas paralelas de Sherlock Holmes, vol. 2.              1º edição, Livros do Brasil, Lisboa. 

NICONAU, HENRIQUE, pseudónimo de ANTÓNIO DAMIÃO.                                                                 Uma vida em beleza, romance. 1ª edição, Caminho, nº 112 da colecção Policial Caminho, Lisboa.  

SILVEIRA, ANTÓNIO.                                                                                                                              Morto em combate, romance. 1º edição, Caminho, nº 108 da colecção Policial Caminho, Lisboa. 

                                                            1991

NAVARRO, MODESTO                                                                                                                         Condenada à morte, romance. vencedor do Prémio Caminha de Literatura Policial, 1991, sobre as relações tumultuosas de um casal de amantes que termina em tragédia. 1ª edição, Caminha, nº 138 da colecção Policial Caminha, Lisboa.

NEVES, ORLANDO (Portalegre, 1935 - Matosinhos, 2005).                                                                     Morte em Vila Viçosa, romance. 1ª edição, de autor,

NICOLAU, HENRIQUE (pseudónimo de ANTÓNIO DAMIÃO.                                                     Todos e nenhum, romance, Prémio Repórter X, da Associação Policiária Portuguesa.                               1º edição, Caminho, nº 126 da colecção Policial Caminho, Lisboa.

PEREIRA, ANA TERESA                                                                                                                             A  última história, romance. 1ª edição, Caminha, nº130 da colecção Policial Caminha, Lisboa. 

PEREIRA, EMANUEL DE OLIVEIRA. Elop e Pedro num labirinto, romance.                                      1ª edição. do autor, Ponta Delgada, Açores.

VIEGAS, FRANCISCO JOSÉ                                                                                                                      Morte no Estádio, romance. O Estádio é o do F.C.P., o do Dragão, e a morte não é nele que ocorre, mas apenas à sua porta. A vítima, assassinada a tiro,  a de um futebolista do clube portuense. Um crime passional com implicações obscuras de cuja investigação se encarregam, da Polícia Judiciária do Porto, os inspectores  Jaime Ramos e Filipe Castanheira. Este, regressado dos Açores, onde estivera em comissão de serviço voluntária, e para onde aspira voltar. São amigos de longa data, e ambos grandes gastrónomos. A gastronomia é aliás um dos temas fortes do livro. Jaime Ramos tem a sua Rosa e o Filipe estreia a sua ligação com a Isabel, iniciada em Ponta Delgada. 1ª edição, Edições ASA, Lisboa.

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Publicação do romance, O evangelho segundo Jesus Cristo, de José Saramago.

 Re-eleição do Presidente da República, Mário Soare

                                          1992

BARBOSA, MIGUEL                                                                                                                                   Rusty Brown em Lisboa, romance. 1ª edição, Europress, nº 38 da colecção Bolsonoite, 2ªsérie

ELIAS, MARIA MANUEL DA GRAÇA                                                                                                      A mentira, conto publicado na antologia, Contos Policiais. 1ª edição, Câmara Municipal Amadora  

GOULART, AMILCAR                                                                                                                                Crime na ilha verde, romance. 1ª edição, Câmara Municipal da Horta, Açores 

GRILO, MANUEL  (1945 - ?)                                                                                                                     A rosa vermelha de Sófia, romance. 1ª edição, Caminho, nº 150 da colecção Policial Caminho

LEITE, CARLOS                                                                                                                                          Bayard 7,65, conto publicado na revista Vértice, nº47

MARCUS, JAMES A., pseudónimo de A. FERNANDES e J.P. FERNANDES                                       O assassínio de Herbert Hutton, romance. 1ª edição Europress, nº 41 colecção Bolsonoite

MELIM, F.C.                                                                                                                                                Um túmulo para nicodemo, romance. 1ª edição, Europress, nº 37 da colecção Bolsonoite, Odivelas

NICOLAU,HENRIQUE pseudónimo de ANTÓNIO DAMIÃO                                                             Autópsia de um desatino, romance. 1ª edição, Caminho, nº 146 da colecção Policial Caminho               O meu nome já se foi, romance. 1ª edição, Puma, nº 12 da colecção Bolso Negrzo

PATRIARCA, MARIA MADALENA ROLIM                                                                                           A última noite, conto publicado antologia Contos Policiais. 1ª edição, Câmara Municipal Amadora 

PEREIRA, ANA TERESA                                                                                                                            A sombra, conto publicado no nº 47 da revista Vértice.

RODRIGUES, AGOSTINHO                                                                                                                      O sinecura, conto publicado na antologia Contos Policiais. 1ª edição, Câmara Municipal Almada

VIEGAS, FRANCISCO JOSÉ                                                                                                                    As duas águas do mar, romance. Juntos uma vez mais, Jaime Ramos e Filipe  Castanheira, investigam duas mortes, acontecidas longe uma da outra, mas ambas junto ao mar, o que rodeia os Açores e o que banha a costa galega. Duas mortes bem afastadas cujo traço comum os dois investigadores vão conseguir descobrir. Na vida pessoal de cada um deles, continuam Rosa e Isabel e a gastronomia.         1ª edição,  ASA, Lisboa. 

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Portugal aprova o tratado de Maastricht da União Europeia (1o de dezembro) 

                                                          1993

GRILO, MANUEL                                                                                                                                   Amanhã?. romance. 1ª edição, Caminho, nº 162 da colecção Policial Caminho, Lisboa

NAVARRO,MODESTO         Fina flor, romance. O protagonista é Artur Cortez, pseudónimo  do autor, ele também escritor, que, com o nome de Diplomata, ou Diplo, já protagonizara, A morte no Tejo, A morte dos anjos e A morte do artista. Aqui, uma vez mais, é a sua sina, investe contra os maus para ajudar os bons. Tudo se passa em Trás-os-Montes, e aluta é contra a corrupção, os negócios escuros que envolvem o azeite, o vinho, a destruição da agricultura. Um thriller sóbrio e contido.

NICOLAU, HENRIQUE, pseudónimo de ANTÓNIO DAMIÃO                                                               A alpista do canário, romance. 1ª edição, Puma, nº 15 da colecção Bolso Negro.

NUNES, ERNESTO.                                                                                                                                 Eu e os casos paralelos, romance. 1ªedição, Eurosigno Publicações, Ponta Delgada, Açores.

PEREIRA, ANA TERESA                                                                                                                          A cidade fantasma, romance. 1ª edição, Caminho, nº 156 da colecção Policial Caminho.

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XIS: Fim da colecção policial da editora Minerva com a publicação da antologia nº 210.

                                                                  1994

BROWN, RUSTY, pseudónimo de MIGUEL BARBOSA                                                                        Rusty Brown e os violadores de túmulos, romance. 1ª edição, Europress, nº 45 da Bolsonoite

CARNEIRO, JOSÉ PINTO (Santa Maria de Lamas, 1967 - ?), advogado em Santa Maria da Feira.      O estranho caso da boazona que me entrou pelo escritório adentro, romance com vinte e um capítulos (é o títxulo do primeiro que dá o nome ao livro) que são outros tantos relatórios confidenciais do detective privado da cidade do Porto, Armandino Santiago, ou antes, A. Santiago, porque ele não gosta que lhe chamem Armandino. Além de Santiago, narrador e protagonista, o romance conta com uma boazona, alguns indivíduos de má nota, muito sangue, uns tantos cadáveres mal tratados, sordidez que baste, e algum humoCotovia, Lisboa.r. 1ª edição,  

CARVALHO, MARIA DO CÉU                                                                                                       Intermediários Lda., o primeiro romance de uma trilogia em que o jovem protagonista se mostra uma espécie, inferior, de Ripley  o célebre herói de Patrícia Highsmith. 1ª edição, Caminho, nº 166 da colecção Policial Caminho, Lisboa.

NEVES, ORLANDO                                                                                                                                Memórias de um rúfia lisboês, romance. 1ª edição, de autor.

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Publicação do romance, Um Deus passeando pela brisa da tarde, de Mário de Carvalho.