27 de setembro de 2019

TANCOS

O caso de Tancos é o assunto do momento, na vida nacional, sobre o qual, sensatamente, não vou opinar, dado que não tenho conhecimentos nem competência para tal, o que não me inibe de dizer que considerei lamentáveis os comentários de alguns dos candidatos ás próximas legislativas, em particular, os da senhora Cristas e os do senhor Rio, de indigno e afrontoso aproveitamento político.                   E para terminar. não resisto a transcrever o parecer sobre a apresentação do citado caso à opinião pública, do professor universitário e jurisconsulto Vital Moreira no seu blog Causa Nossa:
"PODER IMPUNE E IRRESPONSÁVEL: Só pode qualificar-se de politicamente obscena a opção do Ministério Público de apresentar a acusação do caso de Tancos em plena campanha eleitoral, fazendo-a preceder das "habituais fugas de informação" de matérias em segredo de justiça, pelos canais do costume, para alimentar o impacto mediático (incluindo uma canhestra tentativa de enlamear o Presidente da República").

23 de setembro de 2019

Legislativas 5

Na Madeira, meia derrota do PSD, que perdeu a maioria absoluta; meia vitória do PS, que sozinho subiu ao segundo lugar, ficando apenas com 2 deputados a menos do que o PSD, 19 para 21; derrota do CDS que perdeu 4 deputados, ficando apenas com três; derrota do PCP-PEV que perderam 2 deputados, ficando apenas com 1; derrota do BE e do Pan que ficaram sem representação parlamentar.  Uma mudança significativa que não deixa quase nada na mesma, penso eu.
E por cá, no continente português? Bem, já não falta muito, apenas uns quinzediaszitos! Tudo vai depender, naturalmente, do voto do eleitorado. Como? Ou, amedrontado e ignorante, como nas legislativas anteriores, em que acreditou que não havia alternativa, dando a vitória ao PSD, só não nos tramando porque a esquerda, enfim, se juntou, deu um arzinho da sua graça e inventou a Geringonça, não votando em força no PS, partido do governo actual, que bem provou que havia alternativa à política da troika; ou, enfim, avisado e consciente, votando mesmo no PS, sem receio de uma possível maioria absoluta, que pode ser a chave para uma governabilidade não só mais tranquila, mas também mais exigente, dada a responsabilidade total que lhe é atribuída.

18 de setembro de 2019

Legislativas 4

Assisti ao que julgo ter sido o último debate televisivo, a dois, para as eleições legislativas, em que estiveram, frente a frente, o candidato do partido do governo, PS, o primeiro-ministro António Costa, e o candidato do maior partido da oposição, PSD, Rui Rio. Foi o segundo que presenciei integralmente, depois do inicial. entre António Costa e o candidato do PCP, o secretário-geral Jerónimo de Sousa, ao qual me referi na altura, classificando-o, não de debate, mas de confronto. Aos outros vi-os e li-os aos soluços. Foi um debate, vivo, sério, relevante, em que a surpresa veio do candidato Rui Rio cuja actuação, que já tardava, não terá desagradado aos seus apoiantes. Atacou, sem rebuço, com algum frenesim, e convicção. A isso o obrigava a frágil situação, sua e do seu partido, que as sondagens confirmavam. António Costa, avisado, seguro, sereno, aparou, esclareceu, contrapôs e ensaiou alguns contra-ataques, apenas de aviso. Enfim, repito, foi um debate sério, vivo, com divergências e discordâncias, aqui e ali algumas concordâncias, uma luta sem feridos, não uma guerra, e ficou tudo mais ou menos na mesma. António Costa saiu tranquilo e bem disposto, Rui Rio animado, aprumado, mas, adivinho, que algo frustrado.

13 de setembro de 2019

Legislativas 2

Aposto dobrado contra singelo que António Costa e o PS  vão ganhar as próximas eleições legislativas. Mas será com maioria absoluta? Na minha opinião, se tal se verificar, será um resultado não só bom como também merecido, mas não me desagrada, em absoluto, uma maioria relativa com votação  bem superior à da direita, no seu conjunto. Tanto num caso como noutro, maioria absoluta ou maioria relativa, na condição referida, se podem assinalar, vantagens e inconvenientes. A ver vamos!

Legislativas 3

A última página do jornal Público, às segundas, quartas e sextas, é palco dos artigos do comentador Rui Tavares. historiador e fundador do Livre. No seu artigo de hoje, sexta-feira, dia 13 de Setembro, Rui Tavares, informa no final, em nota, que: dada a minha condição de mandatário da candidatura do Livre a estas eleições legislativas, esta coluna ficará suspensa nas próximas três semanas e regressará no dia 7 de Outubro. Mal se entenderia que assim não acontecesse, mas é de louvar. Neste seu texto de despedida, de breve duração, como promete, intitulado, Votem como se quatro anos valessem décadas, Rui Tavares desafia jornalistas e comentadores a, se bem percebi, ajudarem a esclarecer os eleitores, antes de mais, ou seja de votar, sobre os políticos que no parlamento possam ou não servir para ultrapassar os desafios que Portugal irá defrontar nas próximas décadas. Um desafio que, no entanto me parece arriscado, para os eleitores distraídos ou desprevenidos, se pensarmos, nos esclarecimentos que um comentador como Rui Tavares lhes daria, e naqueles que lhes daria, por exemplo, o comentador da última página do Público, às terças, quintas e sábados, J.M.Tavares. Um Tavares de esquerda, que merece ser lido e ouvido, e um Tavares de direita, de ignorar e fugir, simplesmente.

12 de setembro de 2019

Futebol

Queiramos ou não, é tema presente, difícil de ignorar, e que nos ajuda a espairecer.
A selecção portuguesa de futebol, com vista a alcançar a fase final do Euro 2020, procura para já, como primeiro passo, vencer o grupo B que lhe calhou em sorte, juntamente com as selecções da Ucrânia, Sérvia, Luxemburgo e Lituânia. Não vai ser fácil. A equipa rival mais perigosa, a Ucrânia, já fez cinco dos dez jogos que cabe a cada uma, vencendo quatro e empatando aquele que se realizou no nosso país. Portugal só ainda fez quatro jogos, vencendo dois e empatando dois, um deles em casa, exactamente com a Ucrânia. Ou seja, a equipa portuguesa tem que vencer os jogos que lhe faltam, em particular, como se depreende, o que irá decorrer na Ucrânia. Não, não vai ser fácil.
Assisti, pela TV, aos quatro jogos da selecção. Os dois primeiros foram uma desilusão, e os dois seguintes, que se desenrolaram a 7 e 10 deste mês, de vitórias expressivas, mas muito consentidas, antes de serem bem merecidas. Recheada de bons jogadores, ao sector defensivo falta-lhe alguma coesão, a linha média é forte, mas lenta e nem sempre precisa nos passes, e a avançada continua a depender muito, demasiado, de Ronaldo. E Ronaldo começa a preocupar-se demasiado com os seus golos, porque são eles que lhe mantêm a fama.        
Eis a minha opinião de treinador de bancada.

4 de setembro de 2019

Legislativas 1

Deu-se anteontem o primeiro debate televisivo referente ás eleições para a Assembleia da República. Em presença, face a face,  António Costa do PS e Jerónimo de Sousa do PCP, o primeiro, esperançado numa maioria robusta, todos os indicadores o prevêem, que até pode ser absoluta, o segundo, face às desanimadoras previsões, sempre afirmando que não eram elas que condicionavam a sua acção. Ambos optaram mais por um confronto (comparar) do que por um debate (discutir), expondo com clareza e sem ambiguidade, do respectivo ponto de vista, quais os objectivos e o caminho para os alcançar. Não foi, pois, um encontro emotivo, aceso, de grandes tiradas, de apelos, de controvérsia, de desencontros, foi somente um diálogo inteligente entre dois políticos, adversários, mas não inimigos,  bem conscientes do momento político que se atravessa, que oxalá tenha sido devidamente compreendido e apreciado pela maioria dos cerca de dois milhões de assistentes..