30 de maio de 2021

Para a história da literatura policial portuguesa que um dia alguém há-de escrever - 6

                                                                                  1966

COOL, JULIE, pseudónimo de LAURA MENDONÇA: Crime a bordo,   A morte do banqueiro,  Fuga desesperada, romances. 1ªs edições, Agência Portuguesa de Revistas, nºs 134, 145, 160 da colecção Detective, Lisboa.

GANETT, SIMON, pseudónimo de ANTÓNIO CARLOS PEREIRA da SILVA: Armadilha para um homem mau, e, Os olhos malvados do tio Jonathan, romances. 1ª edições, Agência Internacional de Livros e Publicações, nºs 10 e 16 da colecção Policial de Bolso, Lisboa. O mais forte e o mais fraco, romance. 1ª edição, Coimbra Editora, Coimbra.

GOLD, FRANK, pseudónimo de LUÍS CAMPOS: Longa é a noite, romance. 1ª edição, Agência Internacional de Livraria e Publicações, nº 12 da colecção Policial de Bolso, Lisboa.

HASKINS, DICK, pseudónimo de ANTÓNIO de ANDRADE ALBUQUERQUE: Lisboa 44, romance cuja primeira edição, de 1959, foi publicada com o título, A minha missão é matar. 1ª edição, Editorial Dêagá, nº 3 da colecção DH Espionagem, Lisboa. A execução, e, O precipício, contos nºs 3 e 4 publicados na Antologia Policial Dick Haskins, da Editorial Dêagá. Lisboa.

MOREIRA, JÚLIO (Lisboa, 1930 - ?), engenheiro, arquitecto paisagista, romancista, ensaista: A execução, romance. Um homem chega, anonimamente, àquela cidade, no dia  em que o povo se revolta contra o tirano que o escraviza. E é ele que encontra o monstro em fuga, o prende, o esconde, o tortura, o exibe e depois o entrega à popilaça. É o sonho de todos os que lutam pela liberdade contra a tirania. 1ª edição, Prelo, Lisboa.

PYNN, ROSS, pseudónimo de ROUSSADO PINTO: O caso da mulher que bebia sangue, O caso da mulher mosca, O caso da mulher feia, O caso da mulher gorda, O caso da mulher sorteada, e, Eu, Maria, contos nºs 1, 2, 4, 5, 6 e 8 da, Antologia de Mistério Ross Pynn, Lisboa.

RBODRIGUES, LIMA: A morte embrulhada, conto. 1ª edição, Dêagá,  nº 3 da Antologia Policial Dick Haskins. Histórias que eu não contei, contos. 1ª edição, Luís Campos, nº 1 da série Antologia e Romance. Lisboa.   

WASHINGTON, JOHN, pseudónimo de JOAQUIM FERREIRA MARTINS: Dois homens para matar uma mulher, O paraíso da heroína, Feira de crimes, Mafia, romances. 1ª edições, Agência Portuguesa de Revistas, nºs 146, 149, 153, 157 da colecção Detective, Lisboa.

NESSE ANO: Publicação da peça de teatro, O judeu, de Bernardo Santareno.                                 Inauguração da ponte sobre o Tejo.

                                                                              1967

CAYGILL, EDGAR, pseudónimo de ROUSSADO PINTO: Ed Fix, romance. 1ª edição, Empresa Tipográfica Casa Portuguesa, nº 9 da colecção Série Negra, Lisboa.

CHARBONNIER, JEAN CLAUDE, pseudónimo de autor português desconhecido: O caso da morte do vizinho da porta da frente, romance. 1ª edição, Empresa Tipográfica Casa Portuguesa, nº 1 da colecção Boxer, Lisboa.

FIGUEIREDO, TOMÁS de: Procissão dos defuntos, romance. 2ª edição, emendada, Editorial Verbo´

GANETT, SIMON: pseudónimo de ANTÓNIO CARLOS PEREIRA da SILVA: Operação vil metal, Os crimes do noivo fantasma, romances. 1ª edição, A. Pereira da Silva, nº s 1 e 2 da colecção Premeditação. LisboaOperação utopia, romance. 1ª edição, Luís S. Campos, nº  9 da colecção Espionagem. Lisboa.

GOLD, FRANK, pseudónimo  de LUÍS CAMPOS: Trânsito em Saigão, romance. 1ª edição, Luís S. Campos, nº 7 da colecção Um livro Confidêncial, Lisboa.

HASKINS, DICK, pseudónimo de ANTÓNIO de ANDRADE ALBUQUERQUE: Processo 327, romance. 1ª edição, Dêagá, nº 13 da colecção Espionagem, Lisboa.

KILLBANE, BARNEY, pseudónimo de ANTÓNIO CARLOS PEREIRA da SILVA: Rubro e quente pegajoso, romance. 1ª edição, A. Pereira da Silva, nº 3 da colecção Premeditação, Lisboa.

McSHADE, DENNIS, pseudónimo de DINIS MACHADO (Lisboa, 1930 - Lisboa, 2008), jornalista desportivo, crítico de cinema, tradutor, guionista, romancista. Mão direita do diabo e Requiem para D. Quixote, romances. São o primeiro e segundo volumes de uma trilogia policial, sobre um assassino profissional americano, de nome Peter Maynard, que além de protagonista é o narrador dos mesmos. Livros escritos na primeira pessoa, a lembrar o hard-boiled style das pulp fictions americanas, que Dinis Machado revela conhecer bem e apreciar. Maynard não é um psicopata, não tem o prazer de matar, mas também não tem problemas de consciência. Simplesmente, mata porque é essa a sua profissão e é com ela que ganha dinheiro. É certo que tem um temperamento violento, mas os seus ócios são gastos, terapeuticamente, a ler e a ouvir música, e, também, viril e meigo, a amar Olga. Bradbury, Conrad, Joyce, Rilke, Cervantes, Kafka, são autores que tem à mão, numa amálgama imprevisível, e na sua discoteca reinam Beethoven, Debussy, Bach, Dvorak, Sibelius, Borodin,, Tchaikovsky. O que Maynard sempre exige é saber os motivos que levam, quem o contrata, a querer que alguém morra, que alguém seja morto, e a saber quem é esse alguém, o que faz, o que representa.    Em, Mão direita do diabo, Maynard é contratado pelo milionário T.R. Douglas para matar quatro tipos que lhe tinham violado a filha. Nunca se tendo recomposto da vergonhosa agressão, ela suicidara-se. Maynard é um assassino profissional, mas independente, o que não agrada ao Sindicato do Crime, que não vê com bons olhos. Vale-lhe ter lá um amigo com alguma influência. Mas um dos violadores que ele mata pertence ao Sindicato. O diabo está sempre atrás da porta, e na espectativa de uma retaliação, ser eliminado ou sair do país para sempre, Maynard aceita, como compensação, um trabalho que o Sindicato lhe propõe.         À narrativa que daí resulta resulta chamou-lhe, Dinis Machado, Requiem para D. Quixote.                 O alvo a abater é um homem poderoso, o magnata Big Shelley. Mas como chegar a um homem tão protegido? E quem é ele? Porque quer o Sindicato que se lhe trate da saúde e entrega a ele, Maynard, a incumbência? O que está por detrás de todo aquele negócio? As respostas a estas e a outras perguntas que o assaltam, vai Maynard, de surpresa em surpresa, de raciocínio em raciocínio, descobrindo.          O Sindicato não é parte interessada, age apenas como intermediário, por isso lhe entrega o serviço. Shelley pertence à Máfia, e é esta que o quer eliminar. Ele amoleceu, desinteressou-se, e o seu substituto vai ser o seu braço direito. que ele pensa ser o seu melhor amigo. Mas também o irmão de Shelley, por rancores antigos, quer acabar com ele, e é mesmo esse irmão que consegue, traiçoeiramente, que Maynard se encontre com Shelley, sem testemunhas, sem qualquer entrave. Shelley pensa que vai receber o irmão e quem lhe aparece é Maynard. Ele que está calmamente a ler o D. Quixote, o que surpreende e agrada a Maynard, o mafioso e ele são grandes apreciadores do cavaleiro da triste figura, logo percebe o que vai acontecer, e Maynard não o desengana. Ambos têm uma longa conversa, toda a trama é entre eles esclarecida, e Shelley que sabe que Maynard tem que o matar, propõe-lhe contratá-lo, para que seja ele a vingá-lo, matando, por sua vez, quem o contratou. Maynard aceita a proposta e cumpre o combinado. 1ªs edições, Editorial Íbis, colecção Rififi, Amadora.

PYNN, ROSS, pseud ónimo de ROUSSADO PINTO: Eu, «killer» John e Eu, Mr.Bondade, contos publicados nos nºs 9 e 10 da Ross Pynn Anztologia de Mistério, Lisboa.

STRONG, ROSS, W., pseudónimo de FRANCISCO V.B. de RAJANTO de ALMEIDA e AZEVEDO: A escalada dos espiões, romance. 1ª edição, Luís S. Campos, nº 12 da colecção Espionagem, Lisboa. Na sombra e no silêncio, romance. 1ª edição, Coimbra Ed., nº 14 da colecção Criminalidade, Coimbra.

NESSE ANO: Publicação do livro de poemas, O canto e as armas, de Manuel Alegre.

                                                                           1968

HASKINS, DICK, psudónimo de ANTÓNIO ANDRADE de ALBUQUERQUE: O jantar é às oito, romance. Uma jovem mulher, Linda Haynes, contacta Dick Haskins, pedindo-lhe auxílio, dada a sua condição de repórtes criminologista. Ela tem recebido ameaças de morte e para falar do assunto convida-o para jantar  na sua propriedade. Haskins aceita o convite, mas já no interior da casa de Linda sofre um acidente, que tudo indica ser provocado. Algo lhe desaba em cima, deixando-o inconsciente. Ao traumatismo craniano segue-se abalo psicológico, horas de alucinação. Com Haskins ainda em casa de Linda, mas já em recuperação, esta sofre um atentado, ficando em estado de coma. Já em plena forma, Haskins inicia, então, uma investigação, vindo a descobrir que o que está a acontecer terá origem em acontecimentos do passado, que implicam o pai de Linda, que fez fortuna a jogar na bolsa, e não só. 1ª edição, Dêagá, nº 114 da colecão Enigma, Lisboa. 

McSHADE,DENNIS, pseudónimo de DINIS MACHADO: Mulher e arma com guitarra espanhola, romance. Maynard regressa a Nova Iorque depois de umas férias de seis meses em Itália. As coisas com o Sindicato e com a Máfia estão agora em repouso embora não esquecidas. Um amigo pouco recomendável, Steve Ricoo, sente-se ameaçado e pede-lhe ajuda. Contratara um profissional do crime, George, o Menino, para um determinado serviço, dera-lhe dez mil dólares, e ele desaparecera. Receia que ele se tenha passado para o outro lado. Não acreditando na traição daquele que é considerado o segundo melhor assassino profissional do meio, ele é o primeiro, Maynard ao tentar descobrir o que poderia ter acontecido, interfere com a John Birch Society, perigosa e poderosa organização nazi americana, que contrataara George, o Menino, para um serviço subversivo fora do país, e depois o matara por precaução. Vale-lhe a organização ter infiltrados que procuram neutralizá-la, pelo que ele, depois de uma série de peripécias consegue safar-se apenas com traumatismo craniano. Mas vai ter que ir de novo para fora do país durante algum tempo. Uma história mais rebusca que as dos livros anteriores, personagens menos credíveis, os habituais bons diálogos, e dois excelentes capítulos sobre os pesadelos de Maynard. 1ª edição, Editorial Íbis, colecção Rififi, Amadora.  

PYNN, ROSS, pseudónimo de ROUSSADO PINTO: O nome dela é Claire, romance. Livro dedicado "aos espiões de todo mundo - os «kamikazées» da perturbação actual". Um criminoso aloucado é arrancado à morte na cadeira eléctrica, para uma missão de espionagem. 1ª edição, Disbra, Rio de Janeiro, Brasil.

NESSE ANO: Publicação do romance, A Madona, de Natáalia Correia.                                               Publicação do romance, O Delfim, de José Cardoso Pires.                                                                         Início do governo de Marcelo Caetano, que substitui Salazar.  

                                                                                 1969

HASKINS, DICK, pseudónimo de ANTÓNIO de ANDRADE ALBUQUERQUE: Climax, romance. George D. Wade, importante editor londrino, administrador da revista Society, sofre dois atentados, um a tiro no seu gabinete de trabalho, que logo sabemos ser simulado, e, outro autentico e inesperado, quando o seu carro explode. Sai ileso de ambos, mas horas depois é encontrado morto em sua casa. Parece suicídio e a nota encontrada, que vai ser fulcral para a compreensão do acontecido, aparentemente, confirma-o. O texto da nota é o seguinte: I only accuse myself ! ... How bad are friends ... the worst of them, double-crossing, true ... and also killing ... of me! Odd words! ... George D. Wade. Segue-se inevitável investigação, em que intervêm o inspector Robert Wells e o médico legista Thomas Howard, amigo de Wade, ambos da Scotland Yard, e o narrador da história, Dick Haskins, amigo do inspector. 1ª edição, Dêagá, nº 133 da colecção Enigma, Lisboa.

PINTO, ROUSSADO, A última vez, conto publicado no livro, Pontapés no traseiro: Histórias. 1ª edição, Galeria Panorama, Alfragide.

NESSE ANO: Publicação do romance, A noite e o riso, de Nuno Bragança. Publicação do romance, Maina Mendes, de Maria Velho da Costa.




 



1 comentário:

Álvaro de Sousa Holstein disse...

Certamente e mesmo indo ainda em 1966, a mais completa bibliografia da literatura policial portuguesa. Parabéns!