22 de agosto de 2022

Para a História da Literatura Policial Portuguesa que um dia alguém há-de escrever -27

 PRINCIPAIS PROTAGONISTAS/INVESTIGADORES DA LITERATURA POLICIAL PORTUGUESA 

RUSTY BROWN, pseudónimo do escritor Miguel Barbos, detective marginal, sempre sem cheta, sem eira nem beira, desenrascado, imprevisível, mulherengo, escritor narrador das suas loucas e divertidamente inventadas aventuras, iniciadas em 1982.

DIPLOMATA (DIPLO), alguém que tendo fortuna própria, resolveu dedicar a sua vida a perseguir  os maus e a ajudar os bons. As suas aventuras começaram a ser relatadas, em 1983, pelo escritor Artur Cortez, pseudónimo do escritor Modesto Navarro, que em 1993, assina um romance onde dá o protagonismo  a Artur Cortez e revela que este é o Diplomata, conhecido por DIPLO. O criador e as suas criaturas são uma e a mesma pessoa.

Dr. DUQUE, o cartomante do raciocínio, como o apelidou o seu criador, Reinaldo Ferreira, o Repórter X, que o descreveu como um homem perto dos quarenta anos, de olhos azuis, magro, pálido, feio, distinto de aparência, e divulgou as suas proezas detectivescas através da publicação, em 1929 e 1930, das suas memórias extraordinárias. O dr. Duque foi porventura o mais notável dos muitos heróis criados por Reinaldo Ferreira,  dos quais é justo mencionar: João de Portugal, o major Herculano Malafaia, Juca, o motorista alcunhado de Menjou da Estefânia, Kiá, o rei dos repórteres, João ou José Roxo, um detective português do século XVIII, o aventureiro Mosqueteiro do Ar, e Agulha, o endiabrado ardina detective. 

FRANÇA, MÁRIO, que se considera o melhor detective do mundo, o que é corroborado pelo su amigo e escritor Miguel Miranda, divulgador das suas mirabolantes, imprevisíveis e perigosas aventuras. Reside no Porto e tem como ajudantes uma trupe de marginais com os quais contacta através de um pombo-correio.

FRANCO, JOEL, inspector da Polícia Judiciária de Lisboa, da secção homicídios, um ruivo, alto e magro, licenciado em Direito.  A profissão escolhida a dever-se muito á tragédia que viveu e o marcou, durante a sua infância de estudante seminarista. Uma noite, no seminário onde estava internado, encontrou estendido no chão, longe da camarata dormitório, maltratado, já sem vida, o seu grande amigo Augusto. Tinham ambos nove anos. A tragédia, abafada, não explicada, abalou--o, profundamente, e ele jurou a si próprio que um dia iria descobrir o que tinha acontecido. As suas investigações são relatadas pelo escritor José Pedro Rosado.

HASKINS, DICK, cidadão britânico, filho de pai inglês e mãe portuguesa, reputado repórter criminologista do jornal Times, de Londres, com estreitas ligações à Scotland Yard, um homem de 1,80 m. de altura, olhos castanhos e cabelo preto, assim o revela o seu passaporte. Mas ele é, simultaneamente, o pseudónimo do escritor português António de Andrade Albuquerque, autor dos livros que, desde1958, relatam as suas investigações.

MARCOLM, LORDE ROBERT, um aristocrata inglês, de 33 anos, de olhos cinzentos, belo, alto, forte, esbelto, inteligente, culto, bom e justo, de uma estrutura moral imaculada. O escritor W. Strong-Roos, pseudónimo de Francisco Valério Borreho de Rajanto de Almeida Azevedo traça um verdadeiro panegírico exagerado sobre a sua criatura. protagonista dos seus romances policiais, o prtmeiro dos quais datado de 1956, julgo que para de algum modo amenizar os temas abordados, sempre incidindo no pior da alma humana. 

MARQUES-SMITH, ANDRE, director do Gabinete de Informação s Imprensa do, Ministério dos Negócios Estrangeiros, e, simultaneamente, com o nome de código, Freelancer, agente da Cadmo, organização internacional de espionagem. O divulgador da sua dupla personalidade é o escritor Nuno Nepomuceno.

MAYNARD, PETER, um assassino profissional americano, sem ligação ao Sindicato do Crime, amante da música, grande leitor, dado a citações literárias e a monólogos de feição filosófica. Ele nunca aceita qualquer serviço sem primeiro saber quem é a vítima e as razões por que a querem matar, para depois fazer seu próprio juízo. Os seus casos  começaram a s ser divulgados pelo escritor McShane, pseudónimo do escritor Dinis Machado, em 1967.

NEVES  MIGUEL, inspector da Polícia Judiciária de Lisboa, da secção homicídios, ele  próprio relator das  suas investigações, através da pena do escritor Rui Araújo, de quem é pseudónimo. É casado, em segundas núpcias, com Tânia Sanz, jornalista de investigação.

PONTE, GABRIEL, ex-inspector da Polícia Judiciária de Lisboa, de quarenta e quatro anos, reformado compulsivamente por invalidez, por razões relacionadas com o assassinato do marido da sua amante, a jornalista Filomena Coutinho, caso que originou o fim do seu casamento com Patrícia Ponte, inspectora-coordenadora da Policia Judiciária de Lisboa, da brigada de homicídios. Seis anos após a sua aposentação forçada e o seu divórcio, volta à acção, a título particular, a pedido e em auxílio da sua ex-mulher. O relato das investigações do ex-casal, nas quais intervém a citada jornalista, são da autoria do escritor José Pedro Rosado.

RAFAEL, de seu nome completo Rafael Santini, padre italiano, agente dos serviços secretos do Vaticano, com um estatuto digno de um 007, para quem os fins justificam os meios, na defesa do sumo pontífice e dos altos desígnios da Igreja Católica Apostólica Romana. Quem o denuncia é o escritor Luís Miguel Rocha ao longo das suas investigações sobre os mistérios da Cidade Santa.

RAMOS, JAIME, inspector da Polícia Judiciária do Porto, um investigador já veterano, responsável pela secção de homicídios, que habitualmente faz dupla com o seu colega e amigo Filipe Castanheira. É gastrónomo, não tem família, vive sózinho, mas tem uma namorada que vive no mesmo prédio, noutro andar. Quem o conhece bem é o escritor Francisco José Viegas, que lhe ficciona as investigações desde 1989.

ULIANOV, pseudónimo de Serguei Denisovich Tchekhov, refugiado russo acomodado em Portugal, ex-KGB, ex-coronel da Spetsialnoye Nazranic (forças especiais soviéticas), que adoptou, para seu nome, a alcunha que lhe foi dada pelos seus ex-colegas. Um colosso com dois metros de altura, louro e de olhos verdes, um homem perigoso que, como ele próprio o reconhece, só pode ser, só sabe ser, ou um polícia, ou um soldado, ou um assassino. Apresentado aos leitores pelo escritor Pedro Garcia Rosado, ele vai mesmo actuar, anonimamente e em comunhão, como polícia, soldado e assassino.   

   







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